M. – O PR 23 Ativo tóxico da democracia

A segunda República está ameaçada por M. – O PR que sempre se reviu mais à direita e foi dos principais ativistas da deriva reacionária, uma década depois de ver afastado o pai e o seu ídolo Marcelo Caetano.

Marcelo, ora M. –  O PR, Júdice, Santana Lopes, Durão Barroso e Pinto Leite surgiram organizados no início de 1984, para levarem ao poder, por via democrática, a velha política, sob o pseudónimo de “Nova Esperança”. Testaram a força em Braga levando Mota Pinto à liderança do PSD contra Mota Amaral e o êxito permitiu, em 1985, eleger na Figueira da Foz o salazarista Cavaco Silva para líder do PSD.

Foi aí que o PSD, por obra de Marcelo, ora M. – O PR, Durão Barroso, Santana Lopes e Alberto João Jardim, entrou em decadência ética. Foi este Bando de Quatro que alterou o rumo ideológico do partido ao levar à presidência o salazarista contra a candidatura de João Salgueiro, graças à guerrilha organizada e a assinaturas falsas usadas pelos referidos ativistas.

Marcelo voltaria a reunir-se, em casa de Ricardo Salgado, com Durão Barroso e Cavaco para preparar a candidatura a PR do último, evitando a candidatura de um democrata de direita, nomeadamente a de Freitas do Amaral.

Hoje, M. – O PR é o líder da direita e goza de imunidade política no quadro político-constitucional. É o único órgão que não pode ser escrutinado ou censurado pela AR, ser demitido ou ver o seu mandato revogado. Não assumindo de motu próprio a responsabilidade que a imunidade lhe confere, não pode ser deixado à solta pela opinião pública.

Depois de promulgar leis inconstitucionais, recorde-se a lei do aumento de despesas ao OE pela AR, M. – O PR interfere diariamente na esfera do Governo e finge ser vítima.

A mais criativa forma de destruir o Governo, que soma êxitos na frente económica, é a transformação do corriqueiro poder de promulgação legislativa em promulgação com divergências.

M. – O PR transforma o órgão uninominal da PR em furúnculo do sistema democrático. Fustiga o Governo e admoesta também a direita. Já despediu Rui Rio, o democrata que quis reconduzir o PSD à matriz democrática, depois de Cavaco e Passos Coelho.

É urgente rever a CRP e mudar a eleição do PR para na AR. M. – O PR agora mantém o PSD também sob ‘avaliação’. Mas, afinal, M. é PR ou é perturbador da democracia?

– É um ativo tóxico. Era um risco para o Governo, passou a perigo para a democracia.


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