Montenegro e a oposição de direita
É preciso ser demasiado ingénuo ou cínico para pensar que Montenegro ou qualquer outro líder do PSD queira ou possa evitar aliar-se ao partido fascista quando as urnas permitirem à direita, cada vez mais à direita, a possibilidade de ser poder.
É preciso ser ingénuo para pensar que Marcelo faltaria com a
bênção, depois de Cavaco ter manifestado entusiasmo com a experiência açoriana
onde, sem necessidade, o líder local, na pressa, se aliou ao partido fascista.
Depois de Marcelo e o pior PSD terem conseguido afastar Rui
Rio, o mais impoluto e honesto democrata que foi líder depois de Fernando
Nogueira, todos correm para o sítio de onde vieram.
Dito isto, é preciso explicar o que leva o PSD a sonhar com
o regresso de Passos Coelho e a querer afastar Montenegro, bem mais competente.
Sabe que Montenegro foi um bom líder parlamentar e sem cadastro na falência de
empresas, aproveitamento fraudulento de fundos europeus ou fuga ao pagamento de
prestações à segurança social.
Os sucessivos indicadores económicos contrariam o desejo de
Marcelo, ansioso por ter a direita reacionária no poder, mas não pode o PSD
substituir os líderes para provar que não é o seu passado que o tem afastado,
não a incompetência do último, e, muito menos, a do penúltimo, Rui Rio.
Luís Montenegro, comparado com Passos Coelho, é um governante, com Cavaco, um intelectual, e com Marcelo, um estadista.
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