Morte no Afeganistão
O falecimento do sargento Roma Pereira, vítima de uma explosão no teatro de guerra, é um acidente trágico que se lamenta.
Cumpria uma missão assumida por Portugal no quadro da NATO e com a cobertura das Nações Unidas. Foi, pois, na defesa da paz e da legalidade internacional que o militar perdeu a vida. Honrosamente.
Com o respeito que a dor dos familiares merece não se pode perder o espírito crítico e o sentido das proporções.
A dimensão das exéquias fúnebres excedeu os limites da razoabilidade, atingiu as raias do ridículo e prestou-se ao aproveitamento ideológico da morte de um militar profissional que era voluntário.
José Nunes, presidente da designada Associação de Antigos Combatentes do Ultramar, lembrou a propósito os dez mil portugueses que «deram a vida pela paz e em defesa de Portugal» enquanto a Associação de Comandos afinou pelo mesmo diapasão.
Acontece que a guerra colonial, além de inútil, foi injusta, ilegal e criminosa. Os militares não foram voluntários e, «longe de defenderem a paz e Portugal», sofreram o exílio, oprimiram os povos coloniais e comprometeram uma descolonização negociada.
Cumpria uma missão assumida por Portugal no quadro da NATO e com a cobertura das Nações Unidas. Foi, pois, na defesa da paz e da legalidade internacional que o militar perdeu a vida. Honrosamente.
Com o respeito que a dor dos familiares merece não se pode perder o espírito crítico e o sentido das proporções.
A dimensão das exéquias fúnebres excedeu os limites da razoabilidade, atingiu as raias do ridículo e prestou-se ao aproveitamento ideológico da morte de um militar profissional que era voluntário.
José Nunes, presidente da designada Associação de Antigos Combatentes do Ultramar, lembrou a propósito os dez mil portugueses que «deram a vida pela paz e em defesa de Portugal» enquanto a Associação de Comandos afinou pelo mesmo diapasão.
Acontece que a guerra colonial, além de inútil, foi injusta, ilegal e criminosa. Os militares não foram voluntários e, «longe de defenderem a paz e Portugal», sofreram o exílio, oprimiram os povos coloniais e comprometeram uma descolonização negociada.
Comentários
Você está a perder a lucidez. A ideologia e o etnocentrismo estão a minar-lhe o sentido crítico. Não vi no funeral do militar português qualquer excesso, ou melhor, o único “excesso” observado foi a DOR dos familiares e camaradas, mais nada!
Não se esqueça que esta a escrever sobre um soldado de uma tropa especial, que tem os seus rituais e um sentido muito grande de grupo.
Essa de associar a guerra colonial ao actual momento é de uma desfaçatez a toda a prova e revela alguém que ainda não conseguiu enterrar o passado.
Os militares cumprem ordens sejam elas justas ou não e o que se passou na Guerra Colonial serviu para ceifar a vida a muitos e incapacitar outros. Claro está que até deu para alguns, muito portuguesmente, aproveitarem para dar “o salto” para outro país, auto exilando-se…
É o conhecimento do passado que põe em causa o nosso futuro colectivo. No que diz respeito a África o nosso passado tem pouco de heróico quer para os indigenas quer para a tropa que por lá passou. E se aconteceu um dia a liberdade em Abril, ela foi semente gerada em parate em África...
Só um proselitismo qualquer muito obtuso tolda a vista a quem não vê o aproveitamento sabujo sobre azares que a vida comporta. O militar vitimado, deu a sua vida no cumprimento voluntário do seu dever. Devemos respeito e recato. O excesso é folclore
Nacib
Releia o que eu escrevi. Quem associou a morte no Afeganistão às mortes da guerra colonial «em defesa da paz» não fui eu, foi o presidente da Associação de Comandos e o dos Antigos Combatentes.
Eu também fiz a guerra colonial e vi morrer camaradas. Não defendemos a paz, complicá-mo-la.
Quantos morreram esta semana?
Vinte e dois?
E na anterior? Dezassete?
E quantos mártires teremos ainda que sacrificar até alguém se lembrar de acabar com esta guerra?