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A mostrar mensagens de junho, 2011

Grécia e ocidentais miragens …

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Praça Syntagma em frente ao Parlamento grego (Atenas 29.06.2011) Os confrontos entre grupos de jovens e as forças de segurança continuam no centro de Atenas, depois da aprovação por maioria no Parlamento grego do novo pacote de austeridade apresentado pelo Governo socialista de George Papandreou… … O novo plano prevê cortes avaliados em 28,4 mil milhões de euros até 2015, e privatizações para angariar 50 mil milhões de euros. (Lusa) link São deveras angustiantes as imagens que os meios de comunicação social enviam de Atenas. Do mesmo modo, como nos parecem hipócritas e falsas as saudações do FMI, da Srª. Merkel, de Durão Barroso e do enigmático Van Rompuy... Na verdade, fora dos egoísmos e das derivas nacionalistas que têm marcado a actuação política, económica e financeira da UE e da infindável imposição ultimatos ao Governo grego [medidas sem alternativa e ausência de plano B, são isso!] o que começa a ser impossível contornar é sabermos até onde se pode esticar a corda. As imagens

Novos Secretários de Estado: no reino do exotismo...

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(Foto): Carlos Nuno Oliveira, novo Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação. Hoje, Pedro Passos Coelho foi recebido de manhã - em Belém - por Cavaco Silva e, ao fim da tarde, a Presidência da República (no seu site oficial) divulgou os nomes dos futuros Secretários de Estado [que tomam posse amanhã]. link Nada de surpreendente. Pior, todos os riscos - que já foram apontados a quando da nomeação do elenco ministerial – estão aqui empolados. Muitos destes " adjuntos" dos Ministros são ilustres desconhecidos da vida pública, embora possam ter brilhantes carreiras profissionais ou empresariais. Muitos deles fizeram carreira nos aparelhos partidários, outros são oriundos do mundo empresarial e os restantes foram repescados do "ambiente técnico-profissional" ou, ainda, nos antros académicos. Uma mescla pouco tranquilizadora face à difícil situação económica e financeira do País. Se a condensação e os arranjos agregadores de ministérios dita

Um certo masoquismo financeiro…

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Estado paga por ano 3 milhões às agências de rating… DN – Economia, 26.06.2011 link , link Hoje, no jornal Público (1ª. página) as agências de rating norte-americanas são escalpelizadas e o assunto do Editorial (pág. 3). São apresentadas como uma “ironia da crise” ... . Mas, na verdade, uma leitura atenta dos artigos que hoje apareceram à luz do dia, leva o vulgar cidadão a pensar que os Estados (alguns Estados) são, antes, masoquistas . Isto é, pagam para serem humilhados e dominados. Claro que o sector bancário (nacional e internacional) está muito dependente dessas agências (também pagam para serem avaliados) mas não têm rebuço em afirmar que "não existem alternativas" às actuais agências de rating… Basta! Chega de trajectos sem alternativa… que se acoitam no Mundo financeiro e acabam por perverter o sistema democrático.

Nada Nos Falta, porque Nada Somos

Ao longe os montes têm neve ao sol,  Mas é suave já o frio calmo           Que alisa e agudece           Os dardos do sol alto.  Hoje, Neera, não nos escondamos,  Nada nos falta, porque nada somos.           Não esperamos nada           E temos frio ao sol.  Mas tal como é, gozemos o momento,  Solenes na alegria levemente,           E aguardando a morte           Como quem a conhece.  Ricardo Reis, in "Odes"  

A "económica" viagem de Passos Coelho a Bruxelas...

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"Os membros do Governo não pagam bilhete na TAP quando viajam em serviço e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não poupou dinheiro ao Estado com a sua opção de viajar esta semana para Bruxelas em classe económica…" link . Bem. As viagens são como os almoços. E como sabemos não há almoços grátis. Provavelmente, a delegação governamental que se deslocou em serviço a Bruxelas ao ocupar os lugares na classe económica bloqueou a possibilidade da TAP vender [esses mesmos lugares] a um mortal cidadão [daqueles que custeiam as deslocações que fazem]. Logo a poupança poderá ser virtual... De qualquer modo, com a projectada [rápida] privatização da TAP, o privilégio das boleias governamentais deverá acabar. Ou será que a venda da TAP fará com que o Governo passe a deslocar-se em voos “low cost”? Ou alinhar no slogan publicitário (da TAP): "Menos Euros, Mais europa" [imagem]… (passe a pubilicidade!). Hoje, Vasco Pulido Valente na habitual crónica de última página do P

Vox populi: “cadelas apressadas parem os filhos cegos…”

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"... O Governo pode anunciar na próxima semana medidas que não estavam previstas no programa de ajustamento financeiro negociado com a troika, assim como a antecipação da implementação de algumas outras medidas essenciais, como é o caso do pacote de privatizações, disse hoje o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho ... " J Público - Economia 25.06.2011 – link

Auditoria “popular” da dívida externa…

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Está em marcha uma petição com a finalidade de proceder a uma auditoria à dívida pública portuguesa, com ampla participação da sociedade civil link . Não se trata de uma iniciativa inédita. Na Grécia, em Maio passado link , foi constituída uma comissão integrando membros da comunidade científica, política, sindical e de cidadãos, visando uma “ auditoria democrática ” à dívida. Na Irlanda, também em Maio, foi lançado um processo idêntico sob a coordenação da AFRI (Action for Ireland), da DDCI (Debt and Development Coalition Ireland – congregando 90 associações) e do UNITE (maior organização sindical irlandesa) link , num projecto financiado pela sociedade civil e que publicará resultados ainda este mês. Maio foi -durante o desenvolvimento da crise política portuguesa - o mês em que, pela Europa, se questionou a questão da dívida externa link . No passado, na América Latina (Brasil link , Uruguai e Equador link ), desenvolveram-se projectos idênticos sob a designação de “auditorias c

Instituições Europeias: cortes orçamentais ?

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“Los gobiernos de Alemania, Austria, Dinamarca, Finlandia, Francia, Holanda, Reino Unido y Suecia han pedido en una carta pública que la Comisión Europea reduzca sustancialmente la partida destinada a salarios y pensiones de su personal, en la propuesta presupuestaria para el periodo 2014-2020 que debe aprobarse este año.” El Mundo, 23.06.2011 link Mais vale tarde do que nunca, mas… convém não deitar foguetes antes da festa. A UE que tem sido tão expedita a impor medidas de austeridade a Estados-membros (em dificuldades), a calendarizar medidas de contenção, reformas estruturais, etc. sob a forma de “Memorandos”, a lançar ultimatos (como recentemente fez com a Grécia), quando se trata de reduzir salários e pensões do seu pessoal, resolve por em marcha um conjunto de formalidades: consultas prévias aos sindicatos, redacção de uma proposta “formal”, aprovação pelo Parlamento Europeu, concordância dos 27 Estados membros… . Isto é, a petição destes 8 países europeus à Comissão Europeia p

SE ATÉ LOUÇÃ O RECONHECE...

Publicado hoje no "Jornal de Notícias": Louçã defende que "Portugal tem de resistir" à saída do Euro Ontem Carla Aguiar Francisco Louçã considera que "Portugal está a ser empurrado para sair do Euro", mas defende que o País deve resistir porque as consequências dessa retirada seriam terríveis". Enfrentariamos uma "desvalorização de 30% na moeda" a que teriamos de somar uma brutal inflação no crédito, porque os empréstimos continuaram a ser pagos em euros, lembrou em declarações ao Dinheiro Vivo. O líder do BE discorda, assim, de João Ferreira do Amaral quando, esta segunda-feira, em entrevista ao DN, disse que Portugal deveria preperar essa transição para a saída do euro, com o apoio da UE, por considerá-la inevitável

ASSUNÇÃO ESTEVES na presidência da AR

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A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves , dedicou hoje a sua eleição, a primeira de uma mulher no cargo, a "todas as mulheres", sobretudo às "oprimidas", prometendo dedicar cada dia à "redenção histórica da sua circunstância". "Dedico este meu momento de alegria a todas as mulheres, às mulheres políticas que trazem para o espaço público o valor da entrega e a matriz do amor, mas sobretudo às mulheres anónimas e oprimidas" , afirmou Assunção Esteves. A primeira mulher eleita presidente do Parlamento comprometeu-se a fazer "de cada dia um esforço para a redenção histórica" da "circunstância" dessas mulheres. link Perante uma coligação de Direita que interpreta o voto popular - que lhe permitiu conquistar o poder - com uma postura de governação do tipo messiânico, convicta de ser portadora de instintos redentores da Pátria e evocando sublimes e providenciais desígnios de “mudança”, a eleição de Assunção Esteve

O XIX Governo Constitucional

Cá temos o esboço do novo Governo CDS/PSD, e como já deveria ser de prever, a montanha pariu um rato. Em tempos de vacas magras, os putativos ministros com boas credenciais não estão interessados em assumir responsabilidades ministeriais. Quanto ao PM, Pedro Passos Coelho, já são conhecidas as suas limitações. E começa já o seu percurso como PM com uma pesada derrota parlamentar, perfeitamente evitável, fruto da sua teimosia em colocar Nobre como presidente da AR. Paulo Portas, Ministro dos Negócios Estrangeiros, será claramente o parceiro pensador desta coligação, e o seu poder negocial surge reforçado após o imbróglio Nobre. Portas tem experiência de Governo anterior na pasta da defesa, e não será de prever que seja desgastado por uma pasta que comporta pouco risco de desgaste político. Portas como MNE é apenas um eufemismo para eminência parda do regime. Passos Coelho que proteja as costas. Para o Ministério das Finanças, o mais crucial no momento em que vivemos, ficou claro que o P

FERNANDO NOBRE REJEITADO

Fernando Nobre foi rejeitado na eleição para Presidente da Assembleia da República. Precisando de 116 votos favoráveis para ser eleito, na 1ª votação teve apenas 106 e na 2º ainda menos um. Prevaleceu o bom senso. Não se pode dizer que a legislatura tenha começado mal...

Fantasias & curiosidades "marianas"...

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"Entrou nas urgências com uma Nossa Senhora dentro dele (literalmente)"... link

UE/ECOFIN: mais adiamentos…

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A reunião de ontem do ECOFIN (Luxemburgo) resolveu adiar para Julho qualquer decisão sobre um novo pacote de ajuda financeira à Grécia. Os ministros das finanças da Zona Euro não chegaram este fim-de-semana. link Resolveram esperar pela votação da moção de confiança do parlamento grego ao governo e pela aprovação de um novo plano de austeridade para libertar a 5ª. tranche do resgate grego, no valor de 12 mil milhões de euros... Entretanto, os “mercados” não deixarão de reagir. A Grécia continuará a viver no espectro do incumprimento e a “renovar” planos de austeridade, uns atrás dos outros. A instabilidade política neste País cresce dia para dia sob uma altíssima pressão (tensão) social. O “temor do contágio” será explorado ad nauseum e para além de Portugal e da Irlanda já envolve a Espanha, a Bélgica e a Itália. Pior que as ameaças de contágio sistémico é este “mecanismo de arrastamento” , país por país, até ao colapso. A UE dá ao Mundo a imagem de uma confrangedora pobreza estra

As Misericórdias e “pré-conceitos ideológicos”…

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No X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas link recentemente realizado assistiu-se a um indisfarçável forcing ( lobbyng? ) dirigido aos poderes públicos no sentido dessas instituições passarem a ter um maior protagonismo na área de prestação de cuidados de saúde. O cooperação do sector social (as IPSS’s) já representa, no âmbito do SNS, uma parcela importante das prestações complementares externas, nomeadamente, na rede de cuidados continuados, onde o objectivo confesso é atingir uma posição hegemónica da ordem dos 80% link . Esta estratégia faz com que um importante sector de cuidados de convalescença, recuperação e reintegração de doentes crónicos e ainda de pessoas em situação de dependência, esteja fora da alçada directa do SNS, já que as Misericórdias reivindicam uma larga autonomia assente sobre a sua “ particular natureza e especificidade ” que se baseia em "direitos adquiridos", i. e., no longo trajecto histórico (500 anos). Por outro lado, a omnipresen

O XIX Governo Constitucional

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Ontem, foi anunciada a composição do XIX Governo Constitucional liderado por Pedro Passos Coelho. link Uma dúzia de ministros e algumas caras novas na política. Fundamental, era conhecer o perfil do novo Ministro das Finanças. Vítor Gaspar é um reputado connaisseur dos mecanismos da UE e do BdP o que lhe confere aptidão técnica e competência profissional. Politicamente, é referenciado como sendo um falcão entre os liberais. É esperar para ver como jogam estas duas vertentes. De resto, algumas excentricidades orgânicas. Duas são gritantes: 1 – a Ministra do Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território …(acabou!); 2 – o Ministro da Economia e Emprego (como?). A próxima discussão do programa de governo na AR será o primeiro teste para desvendar outros (ocultos) perfis.

O acordo PSD/CDS…

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O acordo político firmado ontem entre o PSD e o CDS é um documento vago e indefinido como convém a ambas as partes link . Mais parece um menu de uma casa de pasto. Recitar [ou elencar] problemas há muito diagnosticados sem especificar soluções é o mesmo que escrever em lousa numa porta debaixo do ramo de louro: “hoje há marisco”. Ficamos sem saber se são camarões, lagostas, percebes, … ou, as populares conquilhas. Palavras como: empreendorismo, empregabilidade, sustentabilidade, mercados, mobilidade, contratação, livre escolha, trabalho, família, segurança, etc. , são velhos bordões da Direita apresentados, neste documento, como “inovadores”. O concreto não está lá. É sistematicamente remetido para um posterior programa de governo. O verdadeiro ou o sub-reptício acordo [conforme os destinatários] é inteiramente – e literalmente - subsidiário do Memorando de Entendimento com a troika: UE/BCE/FMI. Aliás, perpassa, ao longo de todo o texto, dois indisfarçáveis destinatários: primeiro, a

FERNANDO NOBRE

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Fernando Nobre foi exibido durante a campanha eleitoral e na noite das eleições como um “grande trunfo político" – pelo menos no entender do presidente do PSD. No período pós-eleitoral continuou na berlinda. Rejeitado pelo CDS que recusou apoiar a sua candidatura para Presidente da Assembleia da República (cargo que inopinadamente lhe tinha sido prometido pela direcção do PSD) terá entrado na “dança” dos ministeriáveis. link Vários órgãos de comunicação social referenciaram-no como um putativo candidato ao Ministério da Saúde (associado ou não à Segurança Social). link . Tal personagem transformada em “pomo da discórdia” acabou por ficar fora do acordo governamental. link Ontem, Pedro Passos Coelho, depois de ter sido indigitado 1º. Ministro, interrogado sobre Fernando Nobre, reafirmou a intenção de o candidatar ao cargo de presidente da AR. link Mais uma vez, surgiu nos bastidores a hipótese (especulação) de que o PSD estaria a negociar com o PS um suporte parlamentar para

NOIVAS DE SANTO ANTÓNIO

Fiquei ontem a saber, por uma notícia do jornal "i", que antes do 25 de Abril as candidatas aos "casamentos de Santo António" só eram admitidas se fossem comprovadamente virgens. Para o efeito eram submetidas a uma inspeção médica em que as suas partes íntimas eram minuciosamente perscrutadas para verificar a integridade dos respetivos himens. A que obscenidades descia a "moralidade" clerical-fascista! (Se soubesse fazê-lo, faria link para o artigo. Mas o mais que consigo é isto:http://www.ionline.pt/conteudo/129915-as-noivas-santo-antonio-ja-nao-vao-ao-medico-veja-como-tudo-mudou)

O bunga bunga de 1811…

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A quando da recente visita de Benjamin Netanyahu a Itália, a conferência de imprensa final, com a presença de Silvio Berlusconi , realizou-se em Villa Madama. Villa Madama é uma renascentista villa romana que foi mandada construir pelos Médicis no início do séc. XVI e que em nos anos 40 foi adquiriria por Mussolini para o Estado italiano, sendo destinada à realização de cerimónias diplomáticas. Numa das salas existe um fresco de Andrea Appiani representando o Parnaso (foto). Durante a conferência de imprensa (que decorreu nessa sala) Netanyahu terá interrogado Berlusconi sobre a autoria do fresco ao que este teria respondido: “ É de Andrea Appiani e representa o Parnaso, o bunga bunga de 1811… ” link A charla não lhe tinha ainda morrido nos lábios quando o povo italiano o castigou com uma votação massiva, em referendo, derrotando a sua pretensão de “legitimo impedimento” link para "fugir" aos Tribunais […onde presentemente o processo ”bunga-bunga” está em trânsito]. Ironi

As "amarras" da dívida...

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Juros da dívida portuguesa batem novos recordes… link Bem. Ou muito me engano, ou os mercados andam a gozar com o parceiro... Primeiro, foi a necessidade de severas medidas de austeridade que nunca foram suficientes. De seguida, foi a necessidade de pedir auxílio externo o que – em princípio – garante o pagamento da dívida durante os próximos 3 anos [foi exactamente nesta “maturidade” que os juros dispararam – 12,6%]. Entretanto, um memorando de "resgate" elaborado pela UE/BCE/FMI que foi subscrito pelo governo em gestão e pelos 3 principais partidos políticos portugueses. Finalmente, a resolução da crise política através de eleições legislativas donde saiu a desejada “maioria governamental estável”… Todas as exigências dos ditos mercados foram sendo satisfeitas pelo que seria de esperar algum sossego. Engano! Hoje, voltamos a apanhar pancada , imaginem lá porquê: … por causa da Grécia. Amanhã, será por causa da Irlanda e assim sucessivamente... Onde [quando é que] “isto”

PS - achegas do fundador quanto ao futuro…

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Uma entrevista concedida por Mário Soares ao canal Q num programa com colaboração com o jornal i (hoje publicada nesse jornal) merece ser lida com atenção. link Mário Soares , acautelando-se de intervir directamente na actual crise do PS, não perdeu a oportunidade – como é seu hábito – para levantar candentes questões político-ideológicas e, ainda, lançar pertinentes avisos para o interior do PS. Da entrevista sobressai a ideia de que o PS não resolve a actual situação substituindo José Sócrates por António José Seguro, Francisco Assis ou qualquer outro candidato que possa ainda surgir. O apelo de Mário Soares a uma profunda reflexão política interna é marcante e, como é sugerido, deverá influenciar de modo determinante o novo ciclo político do partido. O próximo Congresso terá – na opinião do fundador do PS - de ser clarificador em muitas matérias que interessam aos socialistas, aos portugueses e ao [re]posicionamento face à degradada "situação europeia". Ao fim e ao cabo

Alentejo: já abriu a caça!…

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Foto da candidata Sílvia Ramos à CM Moura, em 2009. “Este é o momento…de se correr atrás de lugares…” , disse Sílvia Ramos , presidente da distrital de Beja do CDS-PP. link Uma primorosa arenga da responsável do CDS/Alentejo, na Radio Pax [Beja], no “dia da raça!”, cujo resumo merece a pena ser lido… link

Inquietações à volta da Constituição da República…

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...“ anacrónica, barroca e excessivamente programática… " link foi a reflexão sobre o conteúdo da nossa Lei Fundamental feita, neste último 10 de Junho, perante o Presidente da República, cidadão eleito pelos portugueses que, em cerimónia pública e solene, é obrigado a jurá-la e fazê-la cumprir. Todos sabemos que as Constituições, quer sejam codificadas [escritas] ou não, definem poderes e deveres do Estado e dos cidadãos, princípios políticos fundamentais, estabelecem estruturas e procedimentos, mais ou menos vastos, com incidência na governação dos Países. São um sistema global de leis que regulam o funcionamento do sistema político e da governação em que, simultaneamente, se definem e limitam poderes. A Constituição da República Portuguesa (CRP) é a nossa Carta Magna elaborada por uma Assembleia especialmente eleita para o efeito [Assembleia Constituinte] estruturando e definindo o regime, na sequência do derrube do anterior. É uma constituição promulgada e não outorgada [por

A inacreditável facécia que pairou sobre o 10 de Junho…

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Fundão, 10 jun (Lusa) - O Presidente da República apontou hoje a agricultura como um dos sectores que mais rapidamente pode ajudar o país a equilibrar a balança comercial, sublinhando a importância dos jovens regressarem à terra… link Um apelo impressionante. De 1985 a 1995 (dez anos!) Cavaco Silva exerceu as mais altas responsabilidades governamentais. Durante esse período tanto a agricultura como as pescas sofreram impressionantes metamorfoses. O País foi inundado por rios de dinheiro proveniente de Bruxelas e, com o acordo do governo chefiado por Cavaco Silva, fomos pagos (comprados) para extinguir a agricultura e deixarmos de pescar. Pagos para deixar de produzir e o poder político, em troca de uns avultados patacos (estamos no tempo do escudo), aceitou, colaborou e, como não podia deixar de ser, comprometeu-se. Tornamo-nos consumidores das graciosas benesses europeias e viramos construtores de auto-estradas, intermediários de turismo, comerciantes de bens de consumo (importados)

PORTUGAL: o risco de default e uma mão cheia de incompreensões…

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Clube da bancarrota: Portugal sobe para 3º lugar . Pela primeira vez, Portugal subiu para esta posição no TOP 10 dos países de maior risco e distancia-se da Irlanda. Risco português está acima de 44% . link Na verdade, "os mercados " mostram-se insaciáveis. Só reconhecem “sinais” (positivos ou negativos) que possam conduzir a maiores lucros. A especulação tornou-se o seu entretenimento. As agências de rating o seu braço armado. Em relação a Portugal o exemplo da PT é paradigmático. Sendo uma empresa que a partir de 1995 iniciou um progressivo processo de privatização, neste momento praticamente finalizada, tornou-se (é) numa operadora de telecomunicações líder, a nível nacional, em todos os sectores em que actua e, no âmbito internacional, mantém uma presença destacada em países como a China, Angola, Cabo Verde, Timor, etc., salientando-se entre estes o Brasil, onde é o maior investidor português. A situação relativa à sua dívida apresenta-se consolidada apresentando

Sobre a qualidade dos programas da troika…

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Uma insuspeita carta de Wolfgang Schaeuble , actual ministro das Finanças alemão, dirigida ao FMI, BCE e parceiros europeus da Euro Zona, revela uma subtil avaliação sobre a qualidade do programa de resgate da troika para a Grécia. link Nomeadamente, esta carta, questiona duas vertentes essenciais da política financeira conjunta da Euro Zona e FMI: A calendarização do resgate , i.e., o regresso da Grécia aos mercados financeiros internacionais previsto para 2012 que Schaeuble considera “mais do que irrealista” ( The situation is difficult. A return by Greece to the capital markets within 2012, as assumed by the current programme, seems more than unrealistic… ); A re-estruturação da dívida grega (cada vez mais premente e finalmente aceite por Berlim) aparece [nesta carta] sob o manto de um necessário envolvimento dos detentores das obrigações gregas… ( This means that any agreement on 20 June has to include a clear mandate - given to Greece possibly together with the IMF - to initiate

Um embuste…

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No tempo imediato pós-eleitoral surgem, como é habitual, malabaristas que se ocupam [e divertem os incautos] com mirabolantes aritméticas sobre os resultados nas urnas. Há, todavia, um desses exercícios - que são tão do agrado da Direita – que é verdadeiramente espantoso. Assim, elucubram, alguns "analistas" eleitorais: Cerca de 85% dos eleitores [alguns vão mais longe e confundem eleitores com portugueses!] ratificaram o memorando da troika. Isto é, o somatório das votações do PS, PSD e CDS, partidos subscritores do dito memorando. Duas notas: 1.) Qualquer um dos 3 partidos subscritores não trouxe – durante a campanha eleitoral - o memorando para a discussão pública, salvo, a excepção referente à redução da Taxa Social Única cujo debate, em vez de esclarecer, deixou o problema ainda mais nebuloso; 2.) Provavelmente, a verdade estará no campo oposto. Cerca de 85% dos portugueses – ou talvez mais – não conhecem o conteúdo do memorando, pelo que endossar aos votantes nos par

Alguém percebe...?

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No dia 17 de Maio é apresentado em Lisboa o “ PORTUGAL MEMORANDUM OF UNDERSTANDING ON SPECIFIC ECONOMIC POLICY CONDITIONALITY ” [assim em inglês] link negociado entre a troika (EU/BCE/FMI) e o Governo português, mais tarde subscrito pelo PS, PDS e CDS, visando o “resgate” nacional. Nesse mesmo dia [17 de Maio] circula no interior do FMI um documento [relatório] em que se afirma que o empréstimo a Portugal tem “significativos riscos” … e que as medidas de austeridade impostas a Portugal em troca do resgate "podem não conseguir aliviar as preocupações em torno da dívida soberana, com um impacto adverso nas perspectivas de financiamento do Governo" … link . Ora bem. Não quero acreditar que o FMI tenha vindo a Portugal impor duríssimas medidas de austeridade e um pacote de reformas estruturais tendo por detrás este “mar de dúvidas”... Ou andam a brincar com a austeridade ou estão a preparar mais medidas? A divulgação do documento interno no site do FMI só pode significar que a

Um pequeno balanço de 6 anos de PS sob a liderança de José Sócrates

O país vive uma crise profunda. Uma crise orçamental e financeira que veio a tornar-se uma crise económica e social. Quanto a ser JS o único responsável não concordo. De 2005 a 2008 a sua governação foi muito boa. Desde 2009 que não conseguiu fazer frente a um ataque de vários quadrantes, a vagas e tempestades incalculáveis. A tudo tentou resistir sem qualquer outro apoio que não fosse o Partido que sempre foi solidário. Mas deixou marcas que serão perenes e que para mim são muito importantes: a lei da imigração, da nacionalidade, as leis da família, da bioética, a política da ciência, na energia, a educação, a credibilização do SNS, uma política externa adequada, uma pequena transformação industrial, passando Portugal a ser exportador de Software e outros produtos intelectuais. Falta fazer muito, mas o caminho foi correcto. 28% dos votos não é humilhante. Longe disso: Vejam-se os resultados de Angela Merkel na Alemanha, veja-se o que aconteceu ao Partido que governou a Irlanda dur

Elementar, caro Watson…

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A Grécia tem deparado com graves dificuldades no cumprimento do serviço da dívida apesar da intervenção externa da troika (UE/BCE/FMI). A negociação da última tranche de resgate revelou-se complexa - nomeadamente pela "oposição" dos alemães - e a troika acabou por desbloqueá-la a troco de novas exigências: novos cortes nas prestações sociais e intensificação das privatizações… Decorridas 48 horas após este “novo” acordo são conhecidas as primeiras privatizações: O Estado grego desfez-se de 10% do capital da Hellenic Telecom (OTE) pelo valor de 400 milhões de euros. Comprador: A Deutsche Telecom, empresa pública alemã… link

Após as eleições: o preâmbulo de [mais] uma “aventura lusitana”…

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Embora seja um lugar-comum julgo ter cabimento afirmar aqui e agora que a pesada derrota do PS, nestas eleições legislativas, é o encerrar de um ciclo na vida política nacional. Daqui para a frente tudo será mais difícil. O tempo de resistência – directa ou indirecta - às “soluções externas”, para a resolução do profundo “problema português” [orçamental e financeiro] esgotou-se. Esta foi uma das bandeiras do XVIII Governo Constitucional [que perdurou no ar mesmo após o “pedido de auxílio”], inexoravelmente, rasgada pela realidade. Portugal é, neste momento, um país financeiramente tutelado, acossado pelos mercados, rendido à estratégia dos credores, mergulhado num espaço político [europeu] sem rumo que, teimosamente, tenta adiar o seu destino, na secreta esperança de – um dia - ver a luz ao fundo do túnel. Estamos submetidos a um programa de servidão da dívida que, à partida, nos retirou autonomia política, circunstância que - independentemente das incontornáveis questões de soberania