PORTUGAL: o risco de default e uma mão cheia de incompreensões…
Clube da bancarrota: Portugal sobe para 3º lugar.
Pela primeira vez, Portugal subiu para esta posição no TOP 10 dos países de maior risco e distancia-se da Irlanda.
Pela primeira vez, Portugal subiu para esta posição no TOP 10 dos países de maior risco e distancia-se da Irlanda.
Risco português está acima de 44%. link
Na verdade, "os mercados" mostram-se insaciáveis. Só reconhecem “sinais” (positivos ou negativos) que possam conduzir a maiores lucros. A especulação tornou-se o seu entretenimento. As agências de rating o seu braço armado.
Em relação a Portugal o exemplo da PT é paradigmático. Sendo uma empresa que a partir de 1995 iniciou um progressivo processo de privatização, neste momento praticamente finalizada, tornou-se (é) numa operadora de telecomunicações líder, a nível nacional, em todos os sectores em que actua e, no âmbito internacional, mantém uma presença destacada em países como a China, Angola, Cabo Verde, Timor, etc., salientando-se entre estes o Brasil, onde é o maior investidor português. A situação relativa à sua dívida apresenta-se consolidada apresentando no final de 2010 um valor bruto de 7.206 milhões de euros e a dívida líquida de 2.100 milhões de euros. link. No dia 7 de Junho, 2 dias após o último acto eleitoral e após a vitória de uma nova maioria política [de Direita], portanto, um “sinal” para os mercados de estabilidade política, a agência de notação financeira Moody’s, aproveitou o ensejo para baixar o rating [de Baa2 para Baa3], colocando a PT à beira da classificação de “lixo”… link.
Nada satisfaz os ditos mercados que, neste dois últimos anos, apresentam comportamentos erráticos.
Quando da queda do XVIII Governo Constitucional as empresas acompanharam a descida do rating da República, devido à instabilidade política. Quando, o voto popular resolve a crise política em suspenso, desce novamente o rating argumentando que “este novo enfraquecimento no ambiente operacional está a ser causado pelas prováveis medidas de austeridade adicionais e reformas estruturais que Portugal terá de efectuar no curto e no médio prazos para ultrapassar os problemas económicos e orçamentais do País…” link
É a velha situação de ser “preso por ter cão e por não ter... ”.
Mais uma vez estas oscilações do mercado demonstram que existe uma estratégia premeditada e elaborada. Na realidade, os mercados atacam onde pressentem existir fragilidade económica e financeira. Depois, voltam a atacar pelo lado do risco de incumprimento.
Uma pescadinha de rabo na boca.
É cada vez mais visível que enquanto não existir um poder político que tenha força para impôr uma efectiva regulação dos mercados é impossível a qualquer País debilitado financeira e economicamente resgatar-se dos seus problemas. As medidas de austeridade não têm eficácia resolutiva. Elas só degradam a situação social e aumentam os riscos da conflitualidade e instabilidade [política e económica].
O risco de default [“incumprimento”], neste momento, agravado para o nosso País é, portanto, subsidiário de muitos outros riscos.
E porque a situação se tornou absolutamente incompreensível será também impossível mobilizar os cidadãos para a batalha da recuperação económica condição necessária para sairmos da profunda crise em que estamos mergulhados.
Quando na próxima reunião do Conselho Europeu se discutir o “Pacto do Euro” – que tem motivado uma corrida contra o tempo para empossar o próximo Governo –, na realidade, a UE vai ratificar que as orientações político-económicas, no futuro, estarão consonância com os interesses, perspectivas e estratégias do Banco Central Europeu e do FMI…, i. e., o poder político subordinado ao mundo financeiro.
O que para Portugal é redundante: já temos o memorando da citada troika para cumprir.
Na verdade, "os mercados" mostram-se insaciáveis. Só reconhecem “sinais” (positivos ou negativos) que possam conduzir a maiores lucros. A especulação tornou-se o seu entretenimento. As agências de rating o seu braço armado.
Em relação a Portugal o exemplo da PT é paradigmático. Sendo uma empresa que a partir de 1995 iniciou um progressivo processo de privatização, neste momento praticamente finalizada, tornou-se (é) numa operadora de telecomunicações líder, a nível nacional, em todos os sectores em que actua e, no âmbito internacional, mantém uma presença destacada em países como a China, Angola, Cabo Verde, Timor, etc., salientando-se entre estes o Brasil, onde é o maior investidor português. A situação relativa à sua dívida apresenta-se consolidada apresentando no final de 2010 um valor bruto de 7.206 milhões de euros e a dívida líquida de 2.100 milhões de euros. link. No dia 7 de Junho, 2 dias após o último acto eleitoral e após a vitória de uma nova maioria política [de Direita], portanto, um “sinal” para os mercados de estabilidade política, a agência de notação financeira Moody’s, aproveitou o ensejo para baixar o rating [de Baa2 para Baa3], colocando a PT à beira da classificação de “lixo”… link.
Nada satisfaz os ditos mercados que, neste dois últimos anos, apresentam comportamentos erráticos.
Quando da queda do XVIII Governo Constitucional as empresas acompanharam a descida do rating da República, devido à instabilidade política. Quando, o voto popular resolve a crise política em suspenso, desce novamente o rating argumentando que “este novo enfraquecimento no ambiente operacional está a ser causado pelas prováveis medidas de austeridade adicionais e reformas estruturais que Portugal terá de efectuar no curto e no médio prazos para ultrapassar os problemas económicos e orçamentais do País…” link
É a velha situação de ser “preso por ter cão e por não ter... ”.
Mais uma vez estas oscilações do mercado demonstram que existe uma estratégia premeditada e elaborada. Na realidade, os mercados atacam onde pressentem existir fragilidade económica e financeira. Depois, voltam a atacar pelo lado do risco de incumprimento.
Uma pescadinha de rabo na boca.
É cada vez mais visível que enquanto não existir um poder político que tenha força para impôr uma efectiva regulação dos mercados é impossível a qualquer País debilitado financeira e economicamente resgatar-se dos seus problemas. As medidas de austeridade não têm eficácia resolutiva. Elas só degradam a situação social e aumentam os riscos da conflitualidade e instabilidade [política e económica].
O risco de default [“incumprimento”], neste momento, agravado para o nosso País é, portanto, subsidiário de muitos outros riscos.
E porque a situação se tornou absolutamente incompreensível será também impossível mobilizar os cidadãos para a batalha da recuperação económica condição necessária para sairmos da profunda crise em que estamos mergulhados.
Quando na próxima reunião do Conselho Europeu se discutir o “Pacto do Euro” – que tem motivado uma corrida contra o tempo para empossar o próximo Governo –, na realidade, a UE vai ratificar que as orientações político-económicas, no futuro, estarão consonância com os interesses, perspectivas e estratégias do Banco Central Europeu e do FMI…, i. e., o poder político subordinado ao mundo financeiro.
O que para Portugal é redundante: já temos o memorando da citada troika para cumprir.
Em conclusão: Todos sentimos que necessitamos de um Pacto Político Europeu que nos aproxime de um modelo federado [ultrapassando as notórias insuficiências do Tratado de Lisboa] ou se ficarmos entregues aos nossos próprios instrumentos – apesar do auxílio externo – o que se avizinha [adivinha] é o default global [o colapso da UE].
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