Notas Soltas - Novembro/2005
Polónia – O eleitorado divide-se entre dois partidos de direita extrema, fruto da tradição autoritária do país e de um catolicismo anacrónico, anterior ao Vaticano II, com progressiva sedução pelos EUA e rejeição da Europa.
Espanha – O estatuto autonómico da Catalunha, sendo um projecto com riscos, é um desafio aliciante num país onde o centralismo autoritário só conhece a repressão. O PP procurou a crispação, para ganhar o curto prazo.
França – A violência não foi um meio para obter determinado fim, foi um fim em si mesmo para quem não tem horizontes mas apenas um saco de ódio para esvaziar, carro a carro, e um ressentimento a incinerar nas labaredas.
Alemanha – A Esquerda, que a conjuntura económica radicaliza, e a Direita, cuja matriz genética empurra para o liberalismo duro, acabaram coligadas. Eis um casamento de futuro imprevisível.
Itália - Sílvio Berlusconi é a imagem do milionário pouco escrupuloso que se tornou político para defender interesses próprios. Nem a bênção do Vaticano parece ser capaz de fazer o milagre de o conservar no poder, após as próximas eleições.
EUA – A violação das convenções sobre Direitos Humanos e Tortura, pela CIA, em prisões secretas, na luta contra o terrorismo, é a perversão que ofende a democracia e rivaliza com o fascismo islâmico onde a fé e a crueldade também andam a par.
Iraque – É do interesse dos árabes e do Ocidente que o julgamento de Saddam seja imparcial e civilizado para que o algoz não se transforme em vítima e, pelo menos, a farsa pareça justa.
Cavaco Silva – A acumulação de pensões (funcionário do Banco de Portugal, professor catedrático e primeiro-ministro) num total de 9356 euros, e a aposentação da Universidade Nova para auferir ainda outro vencimento numa Universidade privada, não sendo indigno, põe em causa o alegado patriotismo que o move.
Mário Soares – O maior vulto do actual regime permite a ironia de se dizer que o PS foi longe de mais na intenção do aumento da idade da reforma, mas tem a frescura e lucidez que fazem dele um sério candidato à função a que concorre.
Manuel Alegre – O seu manifesto eleitoral é um texto de rara qualidade literária onde a firmeza das convicções e a densidade cultural foram servidas pela inconfundível voz do combatente da liberdade.
Jerónimo de Sousa; Francisco Louçã – A democracia ganha com a diversidade. O PCP e o BE dignificam a eleição presidencial com a disputa em que envolveram os seus mais qualificados militantes.
Paulo Portas – A derrota, por falta de comparência, acelera o ocaso do CDS, cada vez mais apêndice do PSD, e estreita o caminho do antigo jornalista com fortes ambições políticas.
Orçamento de Estado – Salvo as críticas do PCP e do BE nada de substancial foi dito contra. Preocupa-me que agrade à direita mas temo que não haja alternativa e que a crise, para ser debelada, exija ainda mais e maiores sacrifícios.
Afeganistão – A morte do sargento Roma Pereira, vítima da guerra, no quadro da NATO e com a cobertura das Nações Unidas, é um acidente trágico que se lamenta. As exéquias ao militar voluntário excederam o razoável e atingiram o ridículo.
Durão Barroso – Um ano como presidente da C. E., após a fuga de um Governo impopular, mostra que não basta o apoio à invasão do Iraque para fazer de um medíocre primeiro-ministro português um bom presidente da Comissão Europeia.
Madeira – Gabriel Drumond, deputado do PSD, exigiu na Assembleia Regional um referendo «para que a Madeira se liberte do poder colonial». É tempo de o Continente pôr cobro à chantagem, aos insultos e à despesa.
Vaticano – A dificuldade de lidar com a sexualidade agravou-se no actual pontificado. Era difícil ao cardeal Rätzinger, tantos anos prefeito da Congregação da Fé, tornar-se um papa liberal e tolerante.
Casa Pia – O acórdão da Relação destruiu as acusações de que Paulo Pedroso e Herman José foram vítimas e transformou-se num libelo acusatório que compromete o procurador Guerra e o solícito juiz Teixeira que a populaça quis transformar em heróis.
PGR – Perante constantes violações do segredo de justiça e sucessivos erros que arruinaram a vida e a carreira de políticos ilustres, o Governo pode manter a confiança no PGR mas poucos cidadãos o acompanham em tão piedoso acto de fé.
Escutas telefónicas – A frequência com que políticos se encontram sob escuta, sem que seja deduzida qualquer acusação, faz desconfiar da leviandade de quem os persegue. É preciso saber quem autoriza, quem ouve e com que fim.
Autarcas – Estão de parabéns os que tomaram posse depois de 1 de Novembro. Os que o fizeram antes, para beneficiarem de regalias injustas a que o Governo pôs cobro, revelaram a falta de sentido ético com que se encontram na política.
Espanha – O estatuto autonómico da Catalunha, sendo um projecto com riscos, é um desafio aliciante num país onde o centralismo autoritário só conhece a repressão. O PP procurou a crispação, para ganhar o curto prazo.
França – A violência não foi um meio para obter determinado fim, foi um fim em si mesmo para quem não tem horizontes mas apenas um saco de ódio para esvaziar, carro a carro, e um ressentimento a incinerar nas labaredas.
Alemanha – A Esquerda, que a conjuntura económica radicaliza, e a Direita, cuja matriz genética empurra para o liberalismo duro, acabaram coligadas. Eis um casamento de futuro imprevisível.
Itália - Sílvio Berlusconi é a imagem do milionário pouco escrupuloso que se tornou político para defender interesses próprios. Nem a bênção do Vaticano parece ser capaz de fazer o milagre de o conservar no poder, após as próximas eleições.
EUA – A violação das convenções sobre Direitos Humanos e Tortura, pela CIA, em prisões secretas, na luta contra o terrorismo, é a perversão que ofende a democracia e rivaliza com o fascismo islâmico onde a fé e a crueldade também andam a par.
Iraque – É do interesse dos árabes e do Ocidente que o julgamento de Saddam seja imparcial e civilizado para que o algoz não se transforme em vítima e, pelo menos, a farsa pareça justa.
Cavaco Silva – A acumulação de pensões (funcionário do Banco de Portugal, professor catedrático e primeiro-ministro) num total de 9356 euros, e a aposentação da Universidade Nova para auferir ainda outro vencimento numa Universidade privada, não sendo indigno, põe em causa o alegado patriotismo que o move.
Mário Soares – O maior vulto do actual regime permite a ironia de se dizer que o PS foi longe de mais na intenção do aumento da idade da reforma, mas tem a frescura e lucidez que fazem dele um sério candidato à função a que concorre.
Manuel Alegre – O seu manifesto eleitoral é um texto de rara qualidade literária onde a firmeza das convicções e a densidade cultural foram servidas pela inconfundível voz do combatente da liberdade.
Jerónimo de Sousa; Francisco Louçã – A democracia ganha com a diversidade. O PCP e o BE dignificam a eleição presidencial com a disputa em que envolveram os seus mais qualificados militantes.
Paulo Portas – A derrota, por falta de comparência, acelera o ocaso do CDS, cada vez mais apêndice do PSD, e estreita o caminho do antigo jornalista com fortes ambições políticas.
Orçamento de Estado – Salvo as críticas do PCP e do BE nada de substancial foi dito contra. Preocupa-me que agrade à direita mas temo que não haja alternativa e que a crise, para ser debelada, exija ainda mais e maiores sacrifícios.
Afeganistão – A morte do sargento Roma Pereira, vítima da guerra, no quadro da NATO e com a cobertura das Nações Unidas, é um acidente trágico que se lamenta. As exéquias ao militar voluntário excederam o razoável e atingiram o ridículo.
Durão Barroso – Um ano como presidente da C. E., após a fuga de um Governo impopular, mostra que não basta o apoio à invasão do Iraque para fazer de um medíocre primeiro-ministro português um bom presidente da Comissão Europeia.
Madeira – Gabriel Drumond, deputado do PSD, exigiu na Assembleia Regional um referendo «para que a Madeira se liberte do poder colonial». É tempo de o Continente pôr cobro à chantagem, aos insultos e à despesa.
Vaticano – A dificuldade de lidar com a sexualidade agravou-se no actual pontificado. Era difícil ao cardeal Rätzinger, tantos anos prefeito da Congregação da Fé, tornar-se um papa liberal e tolerante.
Casa Pia – O acórdão da Relação destruiu as acusações de que Paulo Pedroso e Herman José foram vítimas e transformou-se num libelo acusatório que compromete o procurador Guerra e o solícito juiz Teixeira que a populaça quis transformar em heróis.
PGR – Perante constantes violações do segredo de justiça e sucessivos erros que arruinaram a vida e a carreira de políticos ilustres, o Governo pode manter a confiança no PGR mas poucos cidadãos o acompanham em tão piedoso acto de fé.
Escutas telefónicas – A frequência com que políticos se encontram sob escuta, sem que seja deduzida qualquer acusação, faz desconfiar da leviandade de quem os persegue. É preciso saber quem autoriza, quem ouve e com que fim.
Autarcas – Estão de parabéns os que tomaram posse depois de 1 de Novembro. Os que o fizeram antes, para beneficiarem de regalias injustas a que o Governo pôs cobro, revelaram a falta de sentido ético com que se encontram na política.
Comentários
Que é feito do projecto ao monumento sobre o 25 de Abril em Almeida?
Quem não aparece esquece…
Cavaco e as suas múltiplas retraites
Sempre é melhor do que receber subvenções por parte do Estado central e local, como é o caso da Fundação Mário Soares…
Como o monumento é um assunto local (Almeida) deixei de o incluir neste espaço mais cosmopolita.
Quanto à Fundação Mário Soares talvez uma Fundação Mariani fique mais cara e tenha menos a ver com cultura.
Uma excelente sugestão. É mesmo de uma biblioteca que o homem precisa.
Não é como o S(ó)ares que sempre viveu da política e nunca fez nenhum. Até o exílio em França era de luxo.
Mas o povo vai acabar com o mito bochechas. Vai ser lindo!!
Eu e muitos amigos vamos fazer uma festa de arromba. O filho acabou de vez em sintra e o pai vai finalmente embora da vida política(a não ser que repita a ridicula candidatura ao Parlamento Europeu como cabeça de lista do PS).
Ahahahahahahahahah!!!
O fim está próximo!
O fim chega a todos.
Mas há homens que não se deixam envelhecer e outros que nunca foram jovens.
herdeiro de um pequeno comércio/ indústria onde o olhar sobre os outros é sempre feito com desconfiança, como no séc XIX, veja-se as obras de Dickens recheada destes pequenos burgueses industriais:
- não gosta dos pobres pq acha que como ele podem construir qq coisa, mesmo que isso não seja verdade, mesmo que estes trablhem anos e anos no duro e nunca tenham condições de construir um vida digna.
- não gosta dos burgueses de toga porque estes nunca tiveram de ter tabalhos físicos duros como esse pequeno comerciante/industrial.
Mário Soares é aquilo que o PS é:
- formado nos salões de fumo burgueses de uma Lisboa do séc. XIX e, no mesmo séc., nas tabernas pitorescas onde os estudantes de Coimbra se reuniam. Pensadores sobre o mundo e o universo, cheio de ideias sobre como melhorar a condição de vida do homem, mas trasmitindo essa luz de geração em geração, prepetuando os mesmos. Pai de soars grande lutador republicano - M. soares democrata socialista - J. Soares presidente da câmara de Lx.
ambos os lados acham-se donos da verdade e TOLERÂNCIA perante o outro é o que não têm. Será um destes dois homens que queremos para PR? É que já vivemos no séc. XXI e temos uma classe política que pensa como a do séc. XIX.
Só te faltou dizer que Mário Soares estava na penuria! com uma reforma minima...
Tadito...
VIVA A FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES QUE GASTA POUCO QUER À CAMARA DE LEIRIA, QUER AO ESTADO!!!!!
Sinto muito que a Câmara de Leiria apoie desonestamente o que quer que seja, sobretudo uma instituição da área do PS.
Já bastava estar indiciada no processo Apito Dourado.
Este Esperança surpreende tudo e todos com a sua inteligência... Já em tempos idos era assim...
Para ti, um simples arguido (quem mem o é! já é condenado!!!! Enfim coisas de xoxialista! Ai meu Deus, onde já estaria o Paulinho Pedroso e o Ferrinho Rodrigues... e já agora o Jorginho Coelhone....
Enfim xoxialistas...
Os nossos dias serão lembrados nos Livros de História dos Vossos bisnetos como o tempo de Mário Soares e isso mói-vos muitíssimo para meu gáudio, júbilo, folia, e grande folgança.
Aos fanáticos do cavaquismo, tenham respeito (e memória), antes de se envergonharem com as asneiradas alarves que dizem sobre o maior político português vivo, e futuro presidente da república. Viva Soares por muitos e bons anos que Portugal bem precisa.
Não coloco em questão que i~rá ficar na história de portugal, mas também ninguem poderá esquecer a triste descolonização que fez... Num programa do Canal Odisseia sobre as descolonizações de Portugal, Soares é colocado numa posição bastante, mas BASTANTE negativa...
Portugal bem precisa de homens do seu timbre.
Viva Soares.
Ahahahahahahahahahahah!
Mário Soares?
Eheheheheheheheheheheh!
Portugal quer deixar de ser uma República das Bananas!
Soares só tem uma saída: rua! Já!
(Portugal é fixe!)
Pois tornou-se o nosso pesadelo.
Duas maiorias absolutas.
Dez anos de governação com as torneiras da CEE todas abertas,
e as receitas das privatizações.
Enquanto a Irlanda apostou na massa cinzenta, por aqui apostou-se no betão, no alcatrão.
Queremos agora apanhar a Irlanda!...
Só se for na bebedeira.
Publicado o 56.º Doutoramento sobre Mário Soares: o homem que lutou contra o fascismo, que instaurou uma democracia parlamentar, que loivrou o país duas vezes da bncarrota, que conseguiu a entrada nas Comunidades Europeias, que garantiu, contra o seu prórpio partido, a estabilidade governativa durante os seus mandatos de Presidente da República, grande vulto intelectual e político do virar no século com renome internacional. Candidatou-se, invocando razões de interesse nacional uma terceira vez à Presidência e ....
1 - Ganhou
2 - Perdeu para Cavaco Silva. O país somou a uma crise orçamental, e a uma crise económica (deixada por Durão Barroso) uma terrível crise política e institucional.
Estou, estamos, a precisar das tuas armas no combate para esclarecer tanta gente que se sentiu ofendida porque finalmente um Governo emitiu ( a medo !!!) a directiva de retirar os símbolos religiosos das escolas deste nosso Estado que a nossa Constituição diz ser um laico e Republicano. É que os religiosos e monárquicos estão ao ataque em todos os pasquins.
O católico republicano Delgado fonseca
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