O Professor Aníbal e o artigo do Expresso
O Professor Aníbal, obscuro professor de Finanças e anónimo salazarista, é um produto de jovens reacionários, Marcelo, Durão Barroso, Santana Lopes e J. Miguel Júdice. Pela intriga, com a cumplicidade de Alberto João Jardim, conseguiram guindá-lo à liderança do PSD contra o democrata João Salgueiro. (Figueira da Foz, 12º Congresso Nacional).
Os dois primeiros estariam de novo na vivenda de Ricardo
Salgado para lançarem a sua candidatura a PR e obstarem à de Freitas de Amaral.
Do bando dos quatro, Ricardo está preso, Cavaco escreve mais do que lê, Barroso
aguarda ser PR e Marcelo ainda é.
Este preâmbulo serve para lembrar aos leitores quem é o
autor do artigo, longo e chato, do último Expresso (págs. 14 e 15) a quem
Marcelo atribuiu o mais alto grau da Ordem da Liberdade (Grande Colar), logo
que recebeu dele o alvará das condecorações.
O referido artigo não é um roteiro para a boa gestão
governamental, é uma tentativa de mostrar que os pingues fundos europeus da UE,
cuja adesão Mário Soares negociou e da qual ele era cético, devem à sua
genialidade os dez anos de cavaquismo.
Por isso se limitou a imaginar cenários, à semelhança do seu
criador Marcelo, deixando a impressão de que, se houver outro génio e a direita
conseguir pela via eleitoral outras maiorias absolutas na próxima década, é
possível «que a produção interna cresça a uma taxa média anual não inferior a
3%», e Portugal «aproximar-se dos países mais ricos da UE». Põe 5 hipóteses e,
prudente, escreve que «podem ser imaginadas outras hipóteses sobre o quadro
político da próxima década», numa aparente tentação antidemocrática.
No seu “texto pedagógico” [sic] diz que na próxima década a
taxa de investimento deve voltar ao nível dos «anos 80 e 90 do século passado».
Por modéstia não diz que era o PM (1985/95). É o que deseja, «para que a
geração dos meus netos beneficie de um importante salto em frente das famílias
portuguesas [sic], e que não aconteceu na década de 2014/24», talvez por
incompetência de Centeno, Leão e Medina, envolvendo Maria Luís, sua protegida, no
número redondo com que gosta de recordar os anos de PM e PR.
O “artigo pedagógico” vai para o caixote do lixo e o autor
regressa ao sarcófago de onde emerge regularmente a bolçar ódio aos adversários
e a sonhar com a aliança do PSD ao Chega, à semelhança do que defendeu nos
Açores para Bolieiro afastar o PS da RAA.
Deixemos o génio repousar enquanto aguardamos os resultados eleitorais em França, bem mais importantes do que os uivos do Professor Aníbal.
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