O PR e a irreflexão de Marcelo
O PR não governa, mas Marcelo, na sua obsessão mediática, tudo faz para fingir que as decisões boas são da sua autoria e as más do Governo.
Descoroçoado com o estado da sua direita, enquanto a
fascista sobe, sabe que é ele a única oposição credível, que se esforça por
manter, enquanto não aparece um líder a galvanizar as hostes que deram maiorias
a Cavaco e levaram Passos Coelho a S. Bento.
Marcelo sabe de tudo, comenta tudo, e está simultaneamente
na rádio, nos jornais, nas televisões e redes sociais, num excesso alheio às prerrogativas
da função e aos estragos que faz entre banhos de multidão, da Guiné à Madeira,
de Belém ao resto do Mundo.
Que diga da seleção de futebol, onde não joga, “nós somos os
melhores do mundo”, não prejudica ninguém, mas que afirme perentório que,
“comigo o país não volta atrás, no confinamento”, insistindo “comigo nunca mais”,
revela uma insensatez, que nenhum virologista subscreve, e obriga António Costa
a prevenir o país contra os riscos que ainda corre.
O narcisista Marcelo, sem competência para avaliar a
pandemia, não se conformou com a sensatez do PM, sobre quem recaem todas as
responsabilidades, e não hesitou, ele que não comenta assuntos internos no
estrangeiro, a advertir, autoritário, a partir da Hungria, onde se deslocou em
viagem de lazer, “Por definição, o Presidente nunca é desautorizado pelo
primeiro-ministro. Quem nomeia o primeiro-ministro é o Presidente, não é o
primeiro-ministro que nomeia o Presidente”, num exagero de quem dá posse a quem
depende da AR.
Não sei se Marcelo, de quem há muito se espera a encomenda
de vichyssoise para o PM, tem consciência de que a pressa de levar a
direita ao poder pode comprometer o futuro do país, mas é tempo de ser avaliado
com isenção na pertinaz intromissão nas funções do Executivo.
Não falta quem atire setas ao Governo nos arraiais da direita antidemocrática.
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