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A mostrar mensagens de agosto, 2021

No 85.º aniversário do saudoso herói de Abril – 31 de agosto

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Completaria hoje 85 anos o comandante militar e estratego do 25 de Abril, que na mais bela das Revoluções restituiu a Portugal a liberdade e aos portugueses a dignidade. Já não recebe o tributo que lhe era devido e a saudação que aqui lhe deixava no dia de hoje, mas fica o testemunho da dolorosa saudade que acompanha quem o recorda.  Pode ter sido sinuoso o percurso da sua vida, mas há momentos que valem várias vidas, dias que marcam a História e madrugadas que valem séculos. Obrigado, Otelo. Sempre.

Glória a um santo perverso – No 16.º aniversário da sua estátua

No dia 30 de agosto de 2005 foi colocada uma estátua de S. Josemaria Escrivá de Balaguer, com 5 metros de altura, em mármore, no exterior da Basílica de S. Pedro. O crime compensa. O fundador do Opus Dei apoiou um dos mais frios ditadores católicos, Francisco Franco, carrasco do povo espanhol e responsável por centenas de milhares de mortes.  O Opus Dei, que domina o Vaticano, desde a morte nunca esclarecida de João Paulo I, é o banqueiro privado dos Papas e responsável pela orientação política da ICAR. O pio Escrivá de Balaguer que se fazia ciliciar – tinha grossos pecados que o afligiam e necessitava de expiá-los –, preparou em vida o seu processo de canonização. O escândalo do Banco Ambrosiano foi abafado e o Vaticano opôs-se à extradição dos clérigos arguidos no processo italiano relativo ao crime. Mal arrefeceu o cadáver, obrou milagres. Logo lhe foram adjudicados três, entre os quais a cura do cancro de uma freira cuja madre superiora não sabia que estava doente. O Opus Dei é o c

Lisboa -- Eleições Autárquicas

Carlos Moedas quer ser a voz de quem tem medo de levantar a voz. Como ninguém tem medo de levantar a voz, é natural que tão poucos o queiram para porta-voz. 

O carácter e o PSD unem Ricardo Costa e José Eduardo Martins

Sou muito amigo do Ricardo Costa. Lá em casa distinguimos o Costa bom do Costa mau [António Costa, irmão de Ricardo] – (José Eduardo Martins, 51 anos, advogado, ex-deputado do PSD, desejoso do regresso de Passos Coelho à liderança do PSD, ontem, no Público.) Comentário – Há quem viva à custa de outro, mas é inédito fazer do combate ao irmão o seu modo de vida, como o faz o jornalista Ricardo Costa.

O Islão e a alegada moderação que ensina

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Há anos, na sequência do convite da RTP-1, programa Prós & Contras, na qualidade de presidente da Associação Ateísta Portuguesa, usei os 5 minutos que a jornalista Fátima Campos Ferreira me concedeu para manifestar a posição da AAP sobre as religiões. Na mesa participavam o padre Anselmo Borges, o Sheik David Munir, Imã da Mesquita Central de Lisboa, e um líder judeu, de um lado; do outro, uma bispa evangélica, Carlos Fiolhais e um outro participante, dois não crentes. Era, pois, uma mesa de Prós & Prós, 4 crentes e 2 agnósticos. A minha posição incomodou os 4 crentes, o que não impediu de me tornar amigo do representante católico. À saída todos nos cumprimentámos urbanamente, com exceção do Sheik David Munir, à data ainda não acusado de violência doméstica, ato em que Maomé não veria crime. Ninguém estranhou a sanha beata do incivilizado Sheik que os média descrevem como muçulmano tolerante. Eu não esperava outra atitude, só estranhei, algum tempo depois, que, numa ent

O almirante Gouveia e Melo e a Covid-19

A notável gestão do complexo processo de vacinação deve ao almirante Gouveia e Melo a eficácia que a sua competência e dedicação lhe imprimiram. Deve-lhe ainda a certeira e implacável afronta aos negacionistas quando enfrentou arruaceiros que, à semelhança de outros países, o insultaram. Foi oportuno a retribuir o epíteto de assassinos aos que, por mimetismo exógeno, contestam a vital importância da vacinação. O almirante Gouveia e Melo revelou ser a pessoa certa no lugar certo, completando uma equipa notável onde seria ingratidão esquecer a ministra Marta Temido e a d.g.s Graça Freitas. Todos os encómios são devidos a esta equipa de exceção na gestão da pandemia, a que é justo acrescentar a ação pedagógica do virologista António Siva Graça na RTP-1. Dito isto, mera tautologia, não pode passar despercebida a campanha insidiosa que, ao arrepio do almirante Gouveia e Melo, sub-repticiamente o usa como arma de arremesso contra os partidos e o insinua para substituir Marcelo no fim d

A abertura da Feira do Livro de Lisboa e as eleições autárquicas

Não sei se terá sido um desejo de Marcelo, proteger um dos candidatos à presidência do Município, ou a imperiosa necessidade do candidato em procurar ajuda, que provocou a feliz coincidência do encontro entre o PR e o candidato do PSD e partidos satélites. Há coincidências e reincidências.

Afeganistão

Será por uma questão mimética com o Islão que a comentadora da situação afegã, hoje, no noticiário das 13H00, na RTP-1, usou a expressão «Graças a Deus, na sua explicação? Há um advérbio de modo que podia ter usado com vantagem para dar a impressão de que o canal público é laico.

Afeganistão – Os dez dias que abalaram o Ocidente

Seria preciso o talento e entusiasmo de Jonhn Reed, a descrever os acontecimentos da cidade de Petrogrado durante a Revolução russa de 1917, em “Dez Dias que Abalaram o Mundo”, para agora, transformado o entusiamo em raiva, alguém fazer dos dez dias que abalaram o Ocidente uma obra literária daquela dimensão. Aliás, só os talibãs poderiam descrever, em tom épico, a epopeia da sua vitória, se acaso fossem dados à cultura como à fé e à barbárie. A chegada dos talibãs a Cabul, em apenas 10 dias, foi a confirmação dos receios que as 3 últimas administrações americanas sentiram de uma derrota militar que acabaria por acontecer. Biden foi o executor da retirada que já preconizava na presidência de Obama e que Trump negociou com os talibãs. O que, nem no pior dos cenários parece terem previsto, foi a rapidez com que os talibãs se fizeram fotografar no Palácio do Governo, em Cabul, uma imagem de enorme valor simbólico da facilidade com que EUA e aliados da Nato foram derrotados. Enquanto

Islamismo – uma questão de reciprocidade

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Há 4 anos, Vladimir Putin, perante o pedido do rei da Arábia Saudita para comprar um grande terreno em Moscovo, para erigir uma grande mesquita a expensas sauditas, ter-lhe-á dito que não havia qualquer problema, só carecia de permissão para edificar, na Arábia Saudita, uma grande igreja ortodoxa. É irrelevante que a isso se tenha oposto o rei desse Estado Islâmico cujo financiamento do terrorismo é esquecido pelos beneficiários ocidentais da sua riqueza de combustíveis fósseis, ao ponto de lhe conferirem alvará de “amigo do Ocidente”. Argumentar que não seria possível pelo facto de a sua religião ser verdadeira, contrariamente ao cristianismo ortodoxo, ou o facto de Putin eventualmente pensar o contrário, é irrisório face ao que estava, e está, em causa. Neste caso nem a veracidade da notícia seria importante, o que conta é a cobardia dos governantes dos países democráticos em não exigirem a reciprocidade que se impõe na relação entre Estados. Para quem defende a superioridade moral d

Milagres

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  Já não há milagres como nos primeiros séculos do cristianismo. Hoje não passam de suspeitas invenções no exercício ilegal da medicina por defuntos de estimação pia.

Parafraseando

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Nesta época do fascismo islâmico, de opressão cruel da mulher e barbárie em todos os países onde o Islão é poder, há livres-pensadores, agnósticos, ateus, céticos e cristãos, certamente bem-intencionados, que explicam que o Islamismo não é isso. Mas é.

O PR e as condecorações aos militares de Abril

O que surpreende não é a condecoração de todos os capitães de Abril com a Ordem da Liberdade, é a ausência da venera do peito de quem legou a liberdade na imorredoura madrugada de Abril e, sobretudo, a ingratidão para os que deixaram morrer sem ela. Não são os homenageados que estão de parabéns, é o PR, que soube reconhecer a quem deve o lugar que ocupa, e o mérito na gesta heroica em que se empenharam os bravos, sem discriminações pelas convicções de cada um ou pelo trajeto político posterior. Há nesta decisão de Marcelo o melhor de que é capaz, fazer de um ato de justiça a festa da democracia e da inclusão de todos o aviltamento do antecessor que a todos a recusou. Depois de o único salazarista que restituiu a Belém o mofo do antigamente, do ocupante de uma década que não ocultou a simpatia por Pides e a antipatia pelos libertadores, foi Marcelo que redimiu a direita e que, com este ato de justiça, se honrou. Valha uma decisão corajosa para a justiça que devia aos que não pre

Como foi o último regime talibã? Conheça as 29 proibições impostas às mulheres

Por MultiNews em 08:15, 20 Ago 2021 «A lista, reportada pelo jornal espanhol ABC, tem por base as restrições impostas entre 1996 e 2001, quando os talibãs estiveram no poder pela última vez e poderá, por isso, sofrer algumas alterações para agora: 1 – O trabalho feminino é proibido fora de casa. Somente algumas médicas e enfermeiras podem trabalhar em determinados hospitais de Cabul para atender mulheres e meninas; 2 – As mulheres estão proibidas de sair de casa para realizar qualquer atividade se não estiverem acompanhadas por um homem de parentesco próximo, como o pai, irmão ou marido (mahram); 3 – As mulheres também não podem fechar negócio com comerciantes do sexo masculino; 4 – As mulheres não podem ser vistas por médicos homens. Tendo em conta que existem poucos profissionais de saúde do sexo feminino, os cuidados de saúde são muito precários, dando origem a doenças graves e, até, morte; 5 – As mulheres não podem estudar em escolas, universidades ou qualquer outra ins

Crónica de uma morte anunciada

Roubo a Gabriel Garcia Marquez o título de um dos seus romances para a prosa que há de surgir do curto passeio pela raia dos países ibéricos nos concelhos de Almeida e Fig.ª de Castelo Rodrigo, onde experimentei a pungência da morte de Santiago Nasar. Entrar em Vilar Formoso neste mês de agosto é sentir que a pandemia antecipou a morte da vila que aguarda a abertura da autoestrada, já concluída, para deixar de ser a paragem habitual de quem entrava ou saía de Portugal. Já não se veem emigrantes nem turistas. O Hotel Lusitano, junto à fronteira onde resiste a estrutura que assinala ainda a mudança de país, exibe três estrelas empalidecidas, com o bar a servir cafés a sessenta cêntimos e o restaurante com refeições turísticas de oito euros, à espera de clientes que já rareiam. Na estrada interior, a Zá-Zá, onde vinham excursões de espanhóis a fazer compras, está quase vazia, e milagre seria que a imensa casa, com as mais diversificadas ofertas, se mantivesse aberta no próximo ano.
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  Guerra Civil de Espanha – Homenagem a Federico García Lorca no 85.º aniversário da sua morte. (Tinha 38 anos quando os fascistas do genocida Francisco Franco o assassinaram em 18 de agosto de 1936) ROMANCE SONÁMBULO A Gloria Giner y a Fernando de los Ríos Verde que te quiero verde. Verde viento. Verdes ramas. El barco sobre la mar y el caballo en la montaña. Con la sombra en la cintura ella sueña en su baranda, verde carne, pelo verde, con ojos de fría plata. Verde que te quiero verde. Bajo la luna gitana, las cosas le están mirando y ella no puede mirarlas. * Verde que te quiero verde. Grandes estrellas de escarcha, vienen con el pez de sombra que abre el camino del alba. La higuera frota su viento con la lija de sus ramas, y el monte, gato garduño, eriza sus pitas agrias. ¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde...? Ella sigue en su baranda, verde carne, pelo verde, soñando en la mar amarga. * Compadre, quiero cambiar mi caballo por su casa, mi montura por su

Crónica Ateísta

  Abuso sexual.  O caso Português Por Onofre Varela  -- Vice-Presidente da AAP  O s abusos sexuais exercidos por religiosos, aqui referidos no último artigo, são exemplos que vêm de fora das nossas fronteiras, concretamente de Espanha, onde um jornal diário (o madrileno  El País ) criou um gabinete específico para recolher denúncias, proceder à sua investigação e, posteriormente, divulgá-las.  Esta actuação do jornal pode constituir uma barreira à continuação dos abusos,  se for  considerada um meio dissuasor. Se assim for, a atitude do  El País  tem valor acrescentado. Por cá  não conheço acção idêntica da imprensa, ou de qualquer outro organismo, que tenha a mesma função dissuasora da prática do crime  de abuso sexual no seio da Igreja . O jornal  Público , na edição do dia 29 de Maio último, dá conta de que, no espaço de um ano (desde a criação das comissões diocesanas para lidar com eventuais queixas de abuso sexual de menores ou adultos vulneráveis cometidos por membros da Igreja