Os talibãs em Cabul – Consummatum est. A última tragédia já começou.
Conhecemos da História o massacre de Nanquim, com 155 mil chineses e chinesas saqueados, estuprados e mortos pela horda assassina do exército imperial japonês em 1937; a matança de 22 mil militares polacos, em Katyn, em 1940, ordenada por Stalin; o de Babi Yar, em Kiev, em 29 e 30 de setembro de 1941 com o massacre e assassínio de 90 mil judeus, homens, mulheres e crianças, pelos nazis, para lembrar apenas alguns.
Já nos nossos dias, podemos lembrar, sem as vítimas dos
colonialismos, a limpeza étnica na Guerra da Bósnia (1992/1995) e a crueldade
com que se mataram entre si, católicos (croatas), ortodoxos (sérvios) e muçulmanos
(bósnios mais de 200 mil), e o meio milhão de vítimas provocadas por extremistas
hutus contra os tutsis e hutus moderados, no Ruanda;
Ainda em curso, estão as guerras religiosas onde se cruzam
motivações étnicas, raciais e a longa mão das grandes potências, a definirem a
geoestratégia mundial, a saquearem os recursos naturais e a produzirem milhões
de mortos e de refugiados.
Na região do Sahel, na Nigéria, o protestantismo evangélico e
o Islão digladiam-se, e há a sharia para uns e milhares de mortos e dezenas de
milhares de refugiados para todos; no Iraque, depois da criminosa invasão dos neo-Cruzados,
Bush, Blair, Aznar e Barroso, morreram mais de 70 mil pessoas e o conflito
entre xiitas e sunitas, agravou-se depois da fuga dos EUA, no fim de 2011; a infindável
guerra de Israel com a Palestina ameaça um conflito internacional e mata em
permanência; no Sudão, mais de quatro décadas de conflitos já produziram 1
milhão de refugiados e incontáveis mortes, diretamente pela guerra ou por inanição;
na Tailândia e na Birmânia, os budistas dizimam muçulmanos; na Índia, os hindus
matam muçulmanos e na Cachemira matam-se uns aos outros.
Deixei para o fim o Afeganistão onde os talibãs estão já em
Cabul, com a canalha que aí se meteu a abandonar os que os apoiaram, com Biden
a cumprir a promessa de Trump e a ficar cheio do sangue com que os jihadistas
vingarão o assassinato de Bin Laden nos que não conseguirem fugir.
No campo de batalha tradicional, onde a paz nunca foi
duradoura, onde Alexandre lutou dois séculos e meio antes da era vulgar, onde soçobraram
o império britânico, a URSS e os EUA, os talibãs ameaçaram já que a luta só
acabará com a sharia e, como dizia aqui um amigo meu, respondendo a quem
defendia o direito de estes afegãos mandarem no seu país, “os afegãos mandam, o
pior são as afegãs”.
A minha Pátria é a liberdade, a deles é o Corão.
Curvo-me perante as mulheres, vítimas da crueldade misógina do
fascismo islâmico e rumino em silêncio, impotente, o horror que sinto pela
canalha que as abandonou aos canalhas que chegam. A minha Pátria é a liberdade,
a deles é o Corão.
Malditos deuses que não respeitam os Direitos Humanos.
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