Jorge Sampaio, uma referência da II República
Jorge Sampaio acaba de falecer. A morte esperada do antigo presidente da República, a oito dias de perfazer 82 anos, deixa uma enorme saudade do combatente antifascista que aos 20 anos foi presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito da UL e aos 22 secretário-geral da Reunião Inter-Associações Académicas (RIA) – 1961/62.
Ex-secretário-geral do PS, foi pioneiro das alianças à
esquerda, tendo liderado a lista do PS/PCP que em 1989 obteve uma maioria
absoluta contra Marcelo Rebelo de Sousa nas eleições autárquicas à Câmara de
Lisboa. Quatro anos depois repetiu a coligação, ampliada à UDP e ao PSR, e
obteve a mais ampla maioria de sempre, em Lisboa, passando de 9 para 11
vereadores, em 17.
Em 1995 decidiu candidatar-se à Presidência da República, o
que o levou a demitir-se da presidência da Câmara de Lisboa. A eleição à
primeira volta contra Cavaco Silva foi o início dos seus 10 anos em Belém
(1996-2006).
O 18.º PR português, depois de cessar funções presidenciais,
foi Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações, nomeado pelo S-G
da ONU, Ban Ki-moon (abril de 2007 a março de 2013).
Hoje, no seu desaparecimento, fica o exemplo do democrata e
humanista que, sendo um brilhante advogado, foi um servidor público e estrénuo
lutador pelos Direitos Humanos e pela liberdade.
Ficará sempre como referência afetiva de republicano impoluto
e defensor de causas.
Obrigado, Jorge Sampaio.
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