Marques Mendes (MM), Conselheiro de Estado – ventríloquo de Belém ou lobista?
Marques Mendes, o mais popular panegirista da direita, foi animar um comício do PSD a Marco de Canavezes. Podia ter ido visitar a magnífica igreja de Siza Vieira, mas foi a candidatura da candidata autárquica do PSD à Câmara Municipal que ali o levou.
Nada haveria a censurar se a sua argumentação não
comprometesse a isenção que deve ao órgão que integra e não arrastasse a figura
do PR.
Para promover a candidata, MM foi a estrela de dois comícios
onde afirmou que não foi “por acaso que Marcelo Rebelo de Sousa chamou Maria
Amélia Ferreira para sua consultora em Belém” e que é ela “quem tem as melhores
condições para executar. Ela sabe a que portas há de bater e tem os
conhecimentos técnicos, científicos e humanos para o fazer”.
Quem pensava que o importante era a capacidade de liderança,
ficou a saber que é quem melhor sabe bater às portas certas, isto é, recorrer aos
empenhos, quem mais convém às autarquias a que se candidatam.
Dizendo-se afastado da política, como se não tivesse a
tribuna de propaganda semanal na SIC e vários órgãos a repetirem as subtis
intrigas e recados dissimulados que debita, afirmou ser “por imperativo moral”
que se deslocou a Marco de Canavezes.
E que imperativo moral invocou? – “É que têm aqui uma enorme
oportunidade que não podem desperdiçar e os quatro anos que aí vêm são
determinantes”, porque a vitória “está muito próxima”.
E terminou com um veemente pedido (a pedido de quem?): “mobilizem-se
esta semana, porque, pelas informações que tenho, e eu costumo estar bem
informado, a vitória é mesmo uma probabilidade. As coisas estão muito muito
empatadas e, se fizermos um esforço final, a Professora Maria Amélia irá vencer”.
E terminou com o elogio da protegida: “É admirável que uma
pessoa que não precisa da política para nada venha agora oferecer a sua
experiência e influência no bom sentido, à terra de que tanto gosta”. Os outros
307 cabeças de lista por cada partido precisarão ou são também admiráveis?
Só não se percebeu se, em caso de derrota, volta para consultora
de Belém, se Belém a enviou em comissão de serviço ou se quis ver-se livre dela.
Fonte: AVERDADE
Comentários
Quem é profissional em determinada 'arte' nunca lhe escapa falar dela como exemplo.
Mas, tratando-se de MM, si non e vero, e ben trovato...
A notícia vem em outros órgãos de informação. É uma notícia de agência. Escolhi o PRAVDA (Verdade, em português) por trazer em letra espessa (a Bold) as palavras de MM.
Desculpe não ter percebido a ironia :)