O INEFÁVEL BISPO DO PORTO – Um cadastro pesado
O bispo Manuel Linda, ex-comandante supremo dos católicos fardados, major-general, ora bispo do Porto, acumula um largo cadastro em cada dia que passa.
Está acusado de ignorar, quando professor de EMRC, em 2004, a
queixa da adolescente muito jovem que alegava manter relações sexuais com o
padre Heitor, de quem viria a ter uma filha. Ter-lhe-á dito que a culpa era
dela. (JN-14-10-2022).
Ontem, 13-10-2022, criticou, em mensagem publicada no e-sítio
da Diocese do Porto e no seu próprio Twitter, o afeto dos seres humanos pelos
animais de estimação, “típico das sociedades decadentes” [sic], quando o afeto
pelos animais, não por bispos, é uma louvável tendência civilizacional.
Em outubro de 2020, justificou no dia seguinte, no Twitter, o
ataque terrorista de um fascista islâmico que matou três pessoas na basílica de
Nossa Senhora da Assunção, em Nice, como resultado dos preconceitos europeus
contra as religiões. O Papa Francisco condenou o ataque "selvagem" à Igreja
e o bispo justificou-o.
O bispo que furou o cerco sanitário (Covid-19) de Ovar, a
convite do edil, para benzer um hospital de urgência, pago pelo Estado, preferiu
justificar o crime a condenar a fé que ordena assassinar homossexuais,
apedrejar mulheres adúlteras e degolar infiéis.
O general-bispo Manuel Linda, imagina o báculo um cajado
para zurzir os réprobos, a mitra o adereço cefálico episcopal para evocar a
anatomia das galinhas, noutro sítio, e o anelão a miniatura da argola onde
gostaria de enforcar infiéis.
Do primata que violou um cerco sanitário, para fazer sinais
cabalísticos e transformar a água normal em benta, não se espera respeito pelo livre-pensamento,
mas quem preza o Iluminismo e defende o povo francês contra quem o chantageou
pelo terror, manifesta-lhe a repulsa de quem o despreza e não tolera um bispo
anacrónico, amoral e prosélito.
Há muito que este veículo litúrgico entrou em rota de
colisão com a democracia, numa deriva reacionária de quem prefere o Concílio de
Trento ao Vaticano II, prisioneiro do manual terrorista da Idade do Bronze, o
Antigo Testamento, comum ao assassino.
O general Manuel Linda envergonha as Forças Armadas e de
Segurança, a quem cabe a defesa do Estado laico e da liberdade de expressão, e,
como bispo, é um perigo para os crentes da diocese do Porto, que envenena com a
opinião e raiva de um talibã romano.
O bispo do Porto exonerou a inteligência e a ética e troca
as vítimas pelos assassinos e a liberdade de pensamento, que combate, pela
imposição da fé, que promove.
Podia ir evangelizar a Arábia Saudita, a pregar a sharia romana!
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