M. – O PR (8)
Hoje, à hora do almoço, M. – O PR caiu-me duas vezes na sopa e outra no prato do peixe antes de eu ter saído, a meio do telejornal da RTP-1, do restaurante onde almocei.
Não foi o número de vezes, habitual, que me impressionou na
mais barata e frequente das mercadorias de que se alimentam os media nacionais,
foi o casual encontro, natural, do líder da Oposição, M. – O PR, com o putativo
líder do PSD a quem, após o abraço, segredou qualquer coisa. É fácil, no
reduzido espaço de 89 mil quilómetros quadrados, que o líder da Oposição e o do
PSD tropecem a cada momento.
Não o ouvi, e não me pareceu que dissesse quais as greves
justas e as que deviam parar. Se o Governo caísse, ainda não tinha condições
para a substituição, ainda que tivesse de conformar-se com um avatar de Passos
Coelho.
M. – O PR, frenético e eficiente, lá vai levando a água ao
moinho da direita, sem o esgar de raiva e ódio que caracterizava o antecessor,
e com a eficiência que a empatia com os media e o rali de beijos e selfies lhe
asseguram.
Só surpreende a mansidão dos que M. – O PR vai trucidando na
Cruzada que se agravou depois de o País lhe ter ido ao palco e de o ter privado
do espavento onde queria receber de joelhos as indulgências que precisa para
lhe serem perdoados os pecados.
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