Eleições em Espanha – O pessimismo da minha previsão (17H00 em Lisboa)
O partido fascista VOX estará no futuro governo. De nada valeu a aproximação do PP ao ideário franquista e o afastamento da sua matriz. A Espanha terá de volta os fascistas pela via eleitoral.
A Espanha profunda, rural e católica, está aí a fazer
regredir as conquistas democráticas e a impedir que se revolva o cadáver de
Franco na exumação das memórias sombrias.
Feijóo transforma-se de pregador do centrismo extremo do PP,
que o levou à liderança, no carregador da extrema direita para o Governo. A Espanha
é só mais um país europeu com fascistas de regresso ao lugar de onde foram
expulsos.
Não bastaram a pandemia e a guerra para debilitar a UE,
regressam os fascistas com a liturgia nacionalista e a vontade de desforra
contra a democracia que lhes abriu a porta.
Em Espanha, como em toda a Europa, deslegitimaram-se os
governos social-democratas para reconduzir a direita ao poder. Os interesses do
capital orientaram opiniões públicas e reduziram as opções eleitorais.
Na União Europeia os partidos fascistas já integram 14
parlamentos e seis Governos dos 27 países, liderando três, agora sob o
pseudónimo de partidos populistas.
A partir de hoje a Espanha será o sétimo país da Europa a
integrar os fascistas, e o que acontece aqui ao lado, na quarta economia
europeia, é determinante em Portugal.
Por ironia, estas eleições ocorrem quando os referenciais da
economia e da política são favoráveis ao Governo que hoje perde as eleições e
onde é nula a militância do rei.
Não é à saudável alternância que chega, é o início da fusão da democracia sob um calor tórrido a que não é alheio o aquecimento global que os fascistas negam.
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