O estado da Nação e a direita
Quanto mais os factos favorecerem o governo tanto pior para os factos.
A direita, que tanto degradou o nível de vida dos portugueses,
que privatizou tudo o que podia, mesmo quando já tinha sido afastada do poder, pretende
agora ser a solução para o SNS contra a criação do qual votou unanimemente na
AR.
A direita, liderada pelo PR, não digere a lei da eutanásia,
cujo voto não perdoa a Rui Rio, nem a lei da despenalização do aborto contra a
qual votou, nem qualquer lei que acolha a modernidade.
A direita herdeira de Cavaco e Passos Coelho aceita a
direita abertamente fascista para destruir o que resta das conquistas sociais
da Revolução.
Esta direita, a direita sorridente de Marcelo ou a macambúzia
de Cavaco, exige agora na oposição o que não conseguiu, aquilo de que não é
capaz e o que nunca fará. Perante o crescimento do emprego e da economia nega os
factos e espera que o PR e os comentadores a levem ao poder.
Os partidos têm legitimidade para contestarem o Governo, devem
fazê-lo, mas algo vai mal quando precisam do PR para liderar, de comentadores
para desacreditar os factos e da mentira para sobreviverem.
Nunca uma maioria absoluta se viu confrontada com tanta e
tão feroz oposição. Não vai ser fácil converter todos os comentadores em
apoiantes do futuro governo PSD/Chega.
A perceção pública do desempenho governamental é má, mas alguém esperaria melhor depois da quantidade de horas que os média e o PR gastaram a desacreditar o Governo e os seus membros, ministro a ministro, decisão a decisão, caso a caso, incêndio a incêndio, decreto a decreto?
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