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A mostrar mensagens de outubro, 2023

LUTERO – 506.º aniversário das Teses de Lutero – 31 de outubro de 1517

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Há 506 anos, Martinho Lutero enviou as famosas 95 Teses anexadas a uma carta a Alberto de Mainz, Arcebispo de Mainz, tornando-se este monge agostiniano na principal referência da Reforma Protestante. Ter posto em causa dogmas da Igreja católica e, sobretudo, a autoridade do Papa, foi a heresia que fez mais pelo progresso e pela emancipação do pensamento do que todas as verdades aceites até aí. É hoje irrelevante que o Paraíso se possa comprar a retalho ou por junto, que os pecados possam ser perdoados em euros ou em orações, que o Papa seja infalível ou mero CEO de uma multinacional da fé. A heresia é sempre mais fecunda do que qualquer verdade absoluta. E a forma de conquistar o Paraíso, para os que sonham com uma vida para além da única e irrepetível que nos cabe, é mera opção de quem tem fé. Depois de Lutero, excomungado pelo Papa que viu prejudicados os seus negócios com as indulgências e fugir-lhe a clientela, agora repartida por outras obediências, a Europa ganhou o hábito

Efeméride – 30 de outubro de 1975

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Há 48 anos, o maior genocida da História da Península Ibérica decidiu que Juan Carlos passasse a ser o chefe de Estado interino de Espanha, sob o pseudónimo de príncipe. Francisco Franco fez da discricionariedade o método de decisão e da violência a arma do poder vitalício. O terror que infundiu condicionou o futuro de Espanha e o da posterior democracia cuja existência nunca admitiu ou sonhou. O assassino, que morreu confortado com todos os sacramentos e rodeado de uma multidão de cúmplices do clero e das Forças Armadas, legou a Espanha um descendente de uma extinta monarquia, que mandara educar nas madraças da Falange. A ditadura clerical-fascista extinguiu-se com a peçonha que a criara, mas o fascismo e o clero que a apoiou manteve-se incólume e resiste ainda nos paços episcopais, paróquias, Forças Armadas e policiais, órgãos do poder e universidades. A transição pacífica para a democracia poupou a Espanha a aventuras sangrentas de que só a desesperada tentativa do “23-F” fo
PROVADA A PASSIVIDADE DE PIO XII PERANTE O HOLOCAUSTO JUDEU Por Onofre Varela A cidade-estado do Vaticano existe desde 1929. Foi criada no dia 11 de Fevereiro pelo Tratado de Latrão entre a Santa Sé e o Reino de Itália, assinado pelo chefe do governo Benito Mussolini, em nome do rei Victor Emmanuel III, e pelo cardeal secretário de Estado Pietro Gasparri que representava o Papa Pio XI. O mundo vivia, então, um “interregno de guerras”, entre a Primeira Guerra Mundial, que terminou em 1918, e a segunda, que se iniciou em 1939. Exactamente nesse ano de 1939 foi eleito o Papa Pio XII (1939-1958) e a História do Vaticano diz que ele “seguiu uma política de neutralidade” em relação ao conflito armado. Esta neutralidade sempre foi suposta de contar com uma grande dose de passividade do Papa perante o extermínio do povo judeu pelo nazismo de Hitler, mas faltava provar tal suposição. Recentemente (19/09/2023) o jornal espanhol “El País” noticiou que um arquivista do Vaticano encontrou uma carta

TARRAFAL – o Campo da Morte Lenta (87.º aniversário) – Texto atualizado

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Há 87 anos, 29 de outubro de 1936, degredados, chegaram ao Campo de Concentração do Tarrafal 152 presos políticos. Nesse dia, para os primeiros prisioneiros, começou a funcionar o presídio onde seria mais doce a morte do que o Inferno da vida que lhes reservaram os torturadores. Tinham sido 11 dias de viagem, de Lisboa ao Tarrafal, para a primeira leva de vítimas, grevistas do 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande, e alguns dos marinheiros que participaram na Revolta dos Marinheiros de 8 de setembro desse ano. O Tarrafal foi excessivamente grande na afronta e no sadismo para caber num museu. Salazar teve aí, no degredo da ilha de Santiago, Cabo Verde, o seu Auschwitz, à sua dimensão paroquial, ao seu jeito de tartufo e fascista. Ali morreram 37 presos políticos desterrados, na «frigideira» ou privados de assistência médica, água, alimentos, e elementares direitos humanos, alvos de sevícias, exumados e trasladados depois do 25 de Abril. Recordar esta data de ignomínia é execr

Da série: Malucos estão os outros.

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Malucos são os outros

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  No psiquiatra como nas guerras.

POLÍTICA PORTUGUESA

O definhamento da direita democrática não se deve apenas ao surgimento de partidos extremistas, mas ao desvario do PSD. A posição dos partidos em relação às declarações de Guterres são exemplo eloquente. Não bastou ouvir os dirigentes da IL e do Chega, amorais e insensíveis, Paulo Rangel, ao qualificar de menos felizes as declarações de Guterres, revelou que é farinha do mesmo saco.

ANTÓNIO GUTERRES

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As suas declarações em relação à Palestina são a face de um humanista que soube estar à altura das suas responsabilidades. Perante o silêncio de responsáveis políticos de muitos países, a revelarem péssima consciência, devo-lhe este testemunho de solidariedade e o repúdio pelas declarações do embaixador de Israel na ONU.

Ativistas pelo clima

A causa deste século e da nossa geração merecia melhor contestação. Não sei o que faz correr esse grupo «muito pipi, bem apresentadinho e muito betinho», servindo-me da expressão de um líder político para escalpelizar o Orçamento de Estado de 2024. Recuso-me a aceitar que se tolerem interrupções de trânsito e a destruição de montras e de fatos de ministros ou de outros sem que respondam pelos danos materiais.   Talvez me tenha ficado a alergia à tinta por me ter sido inutilizado um fatinho novo pela tinta azul lançada dos carros da polícia de choque comandada pelo capitão Maltez Soares. Só um povo embrutecido, com uma opinião pública abúlica comandada por algoritmos ou pela desfaçatez de comentadores, desde o de Belém até aos das redações dos canais televisivos, deixa sem indignação a exibição gratuita de jovens que se sabem impunes e bem tratados pela polícia. Não sei se é a atração da tinta verde que os move ou se são impelidos pelo tinto maduro.

GREVES – algumas reflexões

Quando os jornais mais críticos do Governo fazem títulos com a subida real dos salários e pensões, a descida da dívida pública e a redução efetiva de impostos, tudo na mesma semana, é difícil apeá-lo. Até o PR, exímio construtor de cenários e incontrolável comentador, se sente obrigado a fazer uma pausa nos ataques e a saudar alguns indicadores. É nesta conjuntura que os sindicatos veem as oportunidades de onde sairão beneficiados alguns sectores e, em relação a estes, prejudicados os que têm menor poder de coação. Tenho em relação às reivindicações, por razões pessoais, especial predisposição para me colocar ao lado das dos médicos, enfermeiros e professores, sem capacidade para avaliar se a sua satisfação cabe no OE e é compatível com a justiça relativa em relação a outros funcionários públicos. Há uma coisa que tenho como certa, não serão os que votaram contra a criação do SNS, os bastonários ou o SIM os interessados na sua defesa.    Não serei, pois dos que algum dia negue o direit
  SOBRE A CONVICÇÃO D A CRENÇA Por Onofre Varela Enaltecer a subjectividade é o que faz o partidarismo, seja ele político, religioso,  ou de qualquer outra índole . Tomar partido por algo ou  por  alguém, é colocar-se ao lado de uma corrente de pensamento defensor a  de um determinado ponto de vista,  o qual –  quando não é aferido por uma  c iência –  é,  sempre, subjectivo;  portanto ,  apenas  diverso do ponto de vista do outro. A s  visões  contrárias  à natureza das coisas,  nunca  são  avaliza d as   pelas   disciplina s  científica s   que a s   estuda m .  N inguém pode negar  que dois mais dois são   quatro…   a   M atemática garante- o  sem lugar a dúvida s   nem a subjectividade s.   N o  quadro  científico  ninguém pode afirmar que dois mais dois  são  cinco  (embora os sofistas o possam fazer… mas é logro!). A garantia de   que Deus existe ou  que  não existe,  tem por base a crença ou a descrença, e não passa de uma convicção.  Se n ão h ouver  uma disciplina científica q

RTP, hoje às 20H00

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Da série: Eu valho dois ministros das Finanças e o meu fato ainda não foi atingido. .

Para memória futura

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 Dívida Pública de Portugal

EFEMÉRIDE - 18 de outubro de 1910

Há 113 anos, foram abolidos os títulos nobiliárquicos em Portugal. Com a República os homens e as mulheres passaram a nascer mais iguais. Ainda há quem viva no delírio de um trono extinto. VIVA A REPÚBLICA!

GUERRA

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Quem não manifestou revolta com o ato terrorista do Hamas perde credibilidade para condenar o terrorismo de Israel, e quem, tendo sido veemente a condenar o terrorismo saído de um território ocupado, não se opuser ao horror do ataque ao Hospital de Gaza e à crueldade do Estado ocupante é indigno de ter opinião. Os mapas surgidos da mentira de um manual da Idade do Bronze e da leviandade dos que ali colocaram o barril de pólvora num deserto cheio de barris de petróleo não pode servir de pretexto para genocídios.    

OE-2024 e os detratores

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Deixo de parte o Grande Comentador que, farto de dizer inanidades sobre os últimos Orçamentos, só se pronunciou agora com palavras inócuas de quem devia estar calado e não consegue. Quem sagazmente o escalpelizou foi Luís Montenegro, desmontando o documento com o bisturi da competência, “orçamento muito pipi, bem apresentadinho e muito betinho”. Melhor só Cavaco Silva, antigo pajem de Passos Coelho e Portas, acordado da defunção pelo ácido clorídrico que o devora. Em vez de gozar as pingues reformas acumuladas e o património sobre cuja aquisição paira a nebulosidade, quis mostrar que é o mais lídimo salazarista e o mais denodado artífice da aliança do PSD com o Chega. O almocreve da direita, disse que se escusava a comentar o documento por “não ter informação suficiente sobre "o grau de ilusão fiscal e de anestesia fiscal" do OE-2024. E ninguém perguntou ao sábio Professor onde perscrutou “ilusão fiscal” e “anestesia fiscal” num documento de que não tem informação suf
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            Cartune de Onofre Varella
  REPÚBLICA LAICA MUITO SUI GENERIS Por Onofre Varela A Igreja dominou Portugal durante toda a Monarquia desde a sua Fundação – com o primeiro rei em 1143 – até depois da implantação da República, quando, a 20 de Abril de 1911, entrou em vigor a Lei de Separação da Igreja do Estado, completando 768 anos de regime Católico (quase oito séculos). Sete anos depois (1918) Sidónio Pais reviu a Lei da Separação dos poderes políticos e religiosos, restabelecendo relações diplomáticas com a Santa Sé, o que se conservou até à Constituição da República Portuguesa de 1976 (saída da Revolução de 25 de Abril de 1974) que reimplantou a Lei da Separação da Igreja do Estado, no seu Artigo 41 § 3 (Constituição da República, 1ª Edição, 1976) – mas mantendo as relações diplomáticas com a Santa Sé – acrescentando mais 58 anos ao domínio da Igreja em Portugal, totalizando 826 anos de “Reinado Católico Lusitano”. Hoje vivemos num regime político republicano e laico, que nos foi oferecido há 47 anos pela Cons