AS ELEIÇÕES ANTECIPADAS DOS AÇORES

Ignoro o que levou o PR a marcar eleições nos Açores antes das legislativas nacionais, tanto mais que o governo regional caiu depois do Governo da República.

É de crer que o grande construtor de cenários tivesse querido influenciar as eleições da República para as manipular com os resultados açorianos. E logo surgiram vozes no PS a defender a abstenção para que o governo autóctone não fosse manchado pelo Chega.

Não sei o que mais me admirou, ver destacados militantes do PS a defender a higiene da AD/Açores na pessoa do Sr. Bolieiro ou os dirigentes da AD na República a exigirem ao PS o que há dois anos não exigiram ao Sr. Bolieiro. Não queriam a salubridade política, queriam que o PS viabilizasse um Governo para governar com o Chega.

A direita democrática não se interessa pelo cerco sanitário ao fascismo, está empenhada na capitulação do PS. Paulo Rangel, Nuno Melo e André Ventura são ramos da mesma árvore, só defendem siglas diferentes. Ventura é um aborto de Cavaco e Passos Coelho.

Foi no PSD e CDS que nasceu o Chega de onde recebe os seus quadros e militantes. O Chega cresce, como em toda a Europa, enquanto os partidos de esquerda se culpam reciprocamente num exercício de flagelação masoquista.

Não foi por acaso que Cavaco, Moedas, Rangel e outros dirigentes do PSD defenderam a aliança com o partido fascista antes destas eleições dos Açores, e só por ingenuidade ou má fé se defende a situação que exoneraria o PSD de se aliar aos fascistas, para ficar sozinho na disputa quando nada restasse à sua esquerda.

O PS é um partido que pode merecer o meu voto, mas não o teria se fosse cúmplice de Marcelo e da direita jurássica que nunca digeriu Rui Rio e aceita a liderança de Belém.


 

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