Eleições legislativas 2024
A sede de poder levou os partidos da direita ao delírio de promessas cujo cumprimento seria efémero e trágico.
É curioso notar a facilidade com que mentiras se transformam
em verdades nos media e nas redes sociais, onde é hegemónica a central
de intoxicação da direita. O próprio Luís Montenegro passou, em duas semanas,
de inaceitável a desejado.
A História está a ser reescrita sem contraditório eficaz. O
PM demitiu-se por dignidade perante acusações torpes do comunicado da PGR, após
reunião com o PR. A narrativa, que passou a verdadeira, é a de que o PM se
demitiu porque quis. Não podendo a direita condenar o algoz, acusa a vítima.
O Governo teve um êxito retumbante nas variáveis
macroeconómicas: PIB, superavit orçamental, emprego, redução da dívida e inédito
superavit externo. Só a inflação está ainda alta, mas inferior à média da UE. E
há quem veja nisso um desastre económico!
Os índices de miséria reduziram-se, cresceram os apoios
sociais, subiu o salário mínimo e o médio, mas a direita consegue o milagre de fazer
acreditar o contrário. Se os factos a desmentem, tanto pior para os factos.
Os vencimentos e as reformas foram revalorizados, e aumentou
a insatisfação. Em vez da redução da dívida, todos querem apropriar-se do
excedente orçamental de Medina.
O milagre económico que um prémio Nobel viu nos governos de
António Costa, nega-o qualquer Montenegro, que quer o país a crescer 3,4% ou um
extremista neoliberal que quer 4%, em vez dos 2%, acima da média europeia, previstos
pelo governo que cumpriu todos os orçamentos e conseguiu um desempenho superior
à média europeia.
Conseguem atacar o PCP e o BE por terem apoiado o excelente
governo do PS e, agora, assustam o eleitorado com a repetição de um governo assim.
Ontem, Montenegro assustou as pessoas de Trancoso com a possível
saída da Nato e da União Europeia pelo PS, por ação do PCP e BE. Viu-se a júbilo
dos acompanhantes por lhes garantir ambas, talvez receosos de que o PS adira ao
extinto Pacto de Varsóvia e BRICs. Aceitam a redução de pensões, mas temem que
lhes tirem a Nato e a UE!
Quando o PR desesperou com o desempenho do Governo fez-se
agitador e conspirou. A rua passou a ser o lugar do combate. Imolou a dignidade
do cargo, mas todos exigem ao governo de gestão o que este não pode dar e sabem
que o próximo não dará.
O medo e a agitação comandam a campanha eleitoral. Se não
for agora que o eleitorado satisfaça os desejos do PR, este voltará a dissolver
a AR.
Com a direita no poder os portugueses ficarão pior, mas as
notícias serão melhores.
Comentários