Os filhos e netos do salazarismo já estão aí a vingar os pais
Chegados ao poder, depois de assistirem ao silêncio magoado dos pais e avós, vencidos em sucessivas eleições livres, os mais reacionários já estão aí para se desforrarem dos 49 anos que, apesar dos solavancos, decorreram com o 25 de Abril como referência.
Hoje, carregados de ódio e ignorância, ressentidos com as conquistas dos trabalhadores e as liberdades conquistadas, querem vencer pelo medo os que ainda não se vergam, não se ajoelham e recusam andar de rastos.
Querem tirar-nos o direito à saúde, à segurança social e ao ensino, entregar a saúde aos bancos e IPSS, o ensino às sotainas e ao capital e a segurança social à mercê da sopa dos pobres e da caridadezinha, para quem não pode pagar seguros.
Os culpados fomos nós, na placidez bovina com que tolerámos as ofensas aos militares de Abril, na mansidão que mostrámos quando nos extorquiram os feriados do 5 de Outubro e do 1.º de Dezembro e nos desafiaram com o roubo das datas identitárias.
Fomos incapazes de impedir os gangues que entraram no BES, Banif, BPN, BPP e BCP a subsidiar partidos e a patrocinar campanhas eleitorais. É por isso que ora vivemos no desassossego dos que nos querem mortos ou emigrados-
“Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?”, ou em latim: Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?
Falta-nos um Cícero que nos convoque.
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Muito, muito obrigado.