A insustentável leveza de caráter do PR


Cavaco Silva, ao acusar José Sócrates, no prefácio do livro "Roteiros VI", de falta de lealdade institucional, “por não o ter informado previamente da apresentação do PEC IV”, em 2011, além de ser pouco credível, confirmou que o rancoroso discurso da sua reeleição não foi um caso emocional, é um problema de caráter.

Parece não ter digerido ainda o ressentimento da lei que impediu todos os portugueses de acumular pensões e vencimentos, como se o governo de Sócrates devesse isentar o PR do sacrifício que exigiu a todos os cidadãos.

Os portugueses não sabem se o caso das célebres escutas que Fernando Lima inventava em Belém para, através de um jornalista sem escrúpulos, denegrir o Governo, é exemplo da lealdade institucional que corresponde aos padrões do atual inquilino de Belém.

Foi infeliz, na forma e na substância, a comemoração do primeiro ano do seu segundo mandato com a publicação de um livro vingativo, que provavelmente todos pagamos. Depois de se ter negado a explicar se a permuta de dois terrenos no Algarve, em que o atual é maior, melhor localizado e com uma bela vivenda dentro, levou ao pagamento de mais valias, devia ter evitado comentários que excedessem a apreciação sobre o sorriso das vacas açorianas.

Cavaco Silva acumulou ao longo da vida factos que, não sendo crimes, não são bonitas ações. É o caso da ficha preenchida para a Pide em que, para além da prevaricação ortográfica, insinua que a madrasta da mulher não é digna de privar com ele. Talvez isso justifique a atribuição a dois pides de uma pensão que negou a Salgueiro Maia. Talvez a nostalgia da polícia política seja superior à simpatia pelo 25 de Abril ou pelo 5 de Outubro.

Por mais que os portugueses desejem ajudar o atual PR a cumprir o segundo mandato com dignidade, o inquilino de Belém tudo faz para o impedir. Já estavam esquecidos os ataques que fez à Assembleia da República, quando da votação unânime do Estatuto dos Açores, e veio agora falar de lealdade institucional quem a quebrou de forma intolerável perante dois órgãos de soberania popularmente sufragados.

Enfim, quem nunca mais explicará as relações com o BPN, perdeu a oportunidade para unir os portugueses e reacender a animosidade que o pior, mais inculto e vingativo PR da democracia não se cansa de atrair. 

Comentários

e-pá! disse…
O "inculcado" (historicamente) prefácio, acrescido de todas as "ondas de choque" que levanta em relação à memória dos portugueses e, ainda, a relevância (com o tempo) de uma manifesta inadequação pessoal e cultural ao cargo que ocupa, empurra o meu sentir para uma enviesada frase (proferida na sua última campanha eleitoral):
"Para serem mais honestos do que eu têm que nascer duas vezes..."
Senhor presidente: V. Exª. está na 2º. incarnação, i. e., no seu 2º. mandato...
O que se terá passado?
Antonio disse…
Raiva, rancor e muito pouca seriedade intelectual têm feito cair a máscara e revelar o carácter de um político, sem perfil para tal
O dito Salgueiro estava na reserva militar até aos 70anos de idade...logo recebia o pré..de oficial como major

foi-se antes de chegar ao fim da reserva pois finou-se aos 48 se bem me lembro
nasceu em 43 ou 44
era dos capitães de cavalaria mais novinhos em 73
e era licenciado numa merda qualquer o que era raro na militaria pouco graduada...

os de cavalaria de évora tinham o 7º ano dos lyceus e andavam pelos 30 e muitos a 40 anos
um dos de artilharia tinha já 51 anos quando os de Beja foram apanhados..

logo dar uma pensão a um puto de 40 e tal anos que já tinha ganho uma condecoração em 83 (o ano da inundação em Lisboa)

os polícias que pertenciam à pide tiveram um papel na contra-guerrilha em angola
Malange Cuito...etc foram para o "campo de batalha" aos 30 e tal anos e se bem me lembro
tinham já perto de 60 quando lhes deram a pensão...

se não deviam ter dado

também não a deveriam ter dado a um oficial de Abril que afogou por incúria uns 12 homens num rio da guiné

ou a um capitão e a um major de abril que torriscaram civis (pretensos turras) nas suas tocas

comé que se chamava aquele instrutor da legião que recebeu pensão e perdão?

isto de ter antolhos nos olhos
e nã ser quadrúpede tem que se lhe diga
de resto acumular pensões e vencimento foi algo comum em muitas outras profissões

mas na militar só aqueles pilotos que foram para listas eleitorais para irem para a TAP

e um certo major barbudo...
Salgueiro Maia foi simplesmente um comandante de uma das muitas colunas

atribuir a um indivíduo (que foi mitificado por se afastar das prebendas que outros aceitaram) uma pensão que dezenas de outros não tiveram porquê

os que foram saneados após o colapso do spínola também nem pensão
nem graduação...
raros foram os que foram reinstituídos na reserva com posto superior ao de 75

os restantes pulou tudo para coronel brigadeiro
Eanes por ter tomado a RTP
chegou ao estrelato em meses...

O Salavisa que era colega dele de liceu demorou 30 anos a chegar ao mesmo posto...

logo isso das ...
eu sou o general salavisa e mereço mercê...
Antonio de Oliveira Salazar disse...

Raiva, rancor e muito pouca seriedade intelectual têm feito cair a máscara e revelar o carácter de um político, sem perfil para tal...eu et mon enemmi suarez é que teníamos cá um perfil
Joe Rod disse…
Pancrácio, com tanta raiva que tens ao Salgueiro Maia, só podes ter feito parte da coluna de tanques que ele enfrentou na Pça do Comércio e que resolveram que estavam em número muito inferior e com pior armamento e desistiram. Quanto a outras merdas que descreves, principalmente da Guiné, onde estive dois anos, seria melhor n~ao emprenhares pelos ouvidos. E, sim, o teu Cavaco foi um guerreiroo do caraças. Armado com paus de giz em Moçambique, fartou-se de arriscar a sogra...
Nã gostava assis assis do gaijo
uma vez até me pagou um pastel de feijão
estragou tudo ao dizê quera amassado pelas velhas com o cu...

era um pândego...espero ca filha teja bem e a restante famelga

quanto ao resto podia ter sido ele ou um dos outros 60 e tal

foi o acaso...
e tiveste dois anos num batalhão de cagadores ou de caçadores

os da 1ª companhia de Farim é que levaram das boas

os caçadores e caçadores especiais de Lamego foram outras coysas
se foram dois anos no fim tás velhadas já são 60 no mínimo

se foy em 60 e pouco e tens as partes todas atão nã foste nas barcaças de certeza...
Joe Rod disse…
Tens tanta graça como o teu patrão a ruminar sobre as vacas...
ó filha ê cá nã tenho patron nin patrono (por acaso fazia-me falta um...da stasi ou do politburo )
tamém aceito ceausescu's...cunhais nã que sã muy duros

um duro son 2 pesetas e meya...

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