A confirmação do que já se suspeitava…

Barroso:

Margem orçamental para o crescimento é pequena …link

Esta a situação vivida na Zona Euro com a intervenção externa aos países periféricos em dificuldades com a dívida soberana.
Um devastador plano de austeridade para reduzir o deficit orçamental. Imposição das chamadas “regras de ouro”. Ao fim de vastos e dolorosos sacrifícios para conseguir cumprir memorandos (de auxílio!), introduzir reformas ditas estruturais, chega o momento de concomitantemente com todos os equilíbrios alcançados (vigiados pela troika) relançar o crescimento económico sustentado (entretanto o disparar do desemprego e a depuração do tecido produtivo destruído por falências em série) como o motor de desenvolvimento que permitiria começar a reduzir a dívida externa e libertar-nos deste pântano infernal.

Vem de Bruxelas o recado: não há “margem orçamental” !
Por outras palavras: empobreceram-nos e nessas circunstâncias (de novos pobres / ou de sempre pobres) deveremos enfrentar novas dificuldades e financiar-nos no mar de especulações dos mercados. Kafkiano!

Enfim, vamos reviver o velho provérbio popular: a pobre não emprestes, a rico não devas…

Finalmente, conseguido o oculto objectivo. Uma Europa a várias velocidades. Isto é, uma Europa do Norte e Central rica e próspera e uma periferia atirada para a servidão e condenada à pobreza. Este o equilíbrio conseguido (com a austeridade) e que deve a “todo o custo” ser preservado. Este, também, o balanço directo, objectivo e linear dos planos de resgate que foram ensaiados na Grécia, Portugal e Irlanda e provavelmente vão “contaminar” a Itália, Espanha e finalmente a França. Renasce assim, do outro lado da barricada, uma reciclada Liga Hanseática.

Dos destroços desta iníqua miragem europeia nascerão, por ventura, todas as convulsões. Numa cimeira morna, amorfa e abúlica nasceu uma evidência: a solução é cada vez mais política e, consequentemente, os actuais líderes não estão à altura dos desígnios europeus.
A solução surge, à luz do dia, muito clara mas, simultaneamente, catalizadora dos mais profundos sentimentos de revolta. Que não darão tréguas à Europa... e, eventualmente, ao Mundo.

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