O incrível e antecipado bulício sobre as férias do nosso descontentamento….



Passos Coelho espera que portugueses façam boa gestão de recursos para poderem ir de férias… link

Raramente é possível contemplar um esgar tão cínico e tão hipócrita. Trata-se do vociferar de um espécime que tem por lema e por programa político o empobrecimento dos portugueses e, em consequência, de chofre, insensivelmente, suspendeu os subsídios de Férias e de Natal aos funcionários públicos, pensionistas e aposentados. Um arrivista político que, indecorosamente, se tem entretido a exaurir os recursos dos portugueses, principalmente, da chamada “classe média” e dos “reformados”.

Senhor primeiro-ministro: A (boa) gestão dos recursos familiares não é mais do que um malabarismo acrobático obrigatório para muitas famílias portuguesas. Têm de tentar chegar ao fim do mês com algum saldo na carteira para a “bica” e para um qualquer “imprevisto” (fiscal, p, exº.) e, pelo caminho, ter cumprido as obrigações bancárias, de leasing, ou outras, previamente assumidas. As famílias lutam mensalmente contra o espectro da insolvência. Nada resta - e se acaso algo de sonante restasse - o seu descabido conselho de boa gestão (…para poderem ir de férias) entra em notória contradição com uma outra pretensão: o estímulo à poupança. As famílias não dispõem de “pé de meia”, andam descalças. Os sapatos foram capturados pelos cortes salariais, pelos impostos directos e indirectos, pelo IVA, pela suspensão de subsídios, pela redução de horas extraordinárias, pelos aumentos dos transportes , pelos pagamentos das SCUT’s (a lista nunca mais acaba…). Muitas das famílias têm no seu seio dramáticas situações de desemprego (a taxa de 14,8% não foi uma tarefa impune), mais ou menos abrangentes, que desequilibram, quando não inviabilizam, o planeamento da gestão dos orçamentos familiares.

Este ano, poderia testar a qualidade da aleivosia que teve o desplante de proferir na visita à Bolsa de Turismo de Lisboa. Por exemplo, abra ao público as portas da sede do Governo e certamente observará que os jardins de S. Bento serão rapidamente ocupados por ascetas adeptos de campismo a que poderá chamar de “indignados”. Resta-lhe, perante esta previsível situação, concluir que esses portugueses gostariam de passar férias nas Seychelles, mas o apetite pelo ar livre e a procura de uma vida saudável levou-os a optar por S. Bento. Mais, provavelmente, o País vai encher-se, na época estival, de uma profusão de barracas e de tendinhas de vendas a retalho, transformando-o numa feira ambulante, onde se venderão os cacos domésticos supérfluos para financiamento da “bucha” e de outras actividades lúdicas. Este espectáculo clownesco marcará a vilegiatura dos portugueses. V. Exª. vai transformar o País num amplo acampamento o que poderá ser uma inovadora forma de combater a “bolha imobiliária”, contornar as situações de incumprimento hipotecário e alegrar a insolvência das famílias.

Tem outra alternativa: nomear o saltitante ministro Miguel Relvas para coordenar (mais) uma comissão. Esta para a promoção de viagens (low-cost) às ilhas gregas. Integrava-se esta acção no quadro de formação dos portugueses com o fim de adquirem o necessário know-how em relação a comportamentos sociais e financeiros já que – muito embora sejamos diferentes! – é cada vez mais visível que vamos passar pelas mesmas agruras. Tem sido estas “construções lógicas” que o Governo de V. Exª. vem elaborando no dia a dia e nos tem empurrado para o abismo, fazendo-nos perder a paciência.

Senhor Primeiro-Ministro: gaste uma fatiazinha do seu orçamento nas férias, descanse a cabeça e não volte.

Comentários

eh-pá...um arrivista político...que esteve fora da política durante anos...é tal como nosso cavacóide um semi-arrivista

(arrivista vi o há petróleo no beato acho que foi a última arrivista que vi na bida)

A incrivel histoira de irendira e de sua avó desalmada...

era o inverno do nosso descontentamento era a primavera da esperança...

onde um tem visões de gregos a irrigarem algodão

um português vê legiões de desvalidos mentais iguais a ele...

felizmente nasci em macau...
o qué preciso na inducação nazional são as teorias desconstrutivistas

pensamento con's trutivo?
isse existe...
só se fôre no carnabal ou no sã joã
(soh ares de festa nos dão tesão)

1781 eurros comé queu posso fazer férias...secalhar querriam que fosse prá costa (a de cascaes não a da capa rica)

agaja ia para as comores e assis e ia na Falcón essa grande empresa putoguesa de viagens

por falar nisse a Abreu já faliu?
e-pá! disse…
É muito mais rápido e versátil do que a chuva...que ninguém sabe onde está filiada.

E, depois, tem uma capacidade adivinhatória sobre o que são (e o que pensam) os "outros" capaz de impressionar (elefantes).
Nasceu (como diz) em Macau mas bem podia ter vindo ao Mundo em Boliqueime. Ficaria mais de acordo com o estilo "tardo-picaresco" com que nos presenteia.
Boicotar nem sempre é fácil e mais difícil será sair dessa missão airosamente, i.e., sem tropeçar na mais vulgar boçalidade.
Merde home boliqueime nem estradas de jeito tinha havia ali um buraco em Paderne que nos levava ao Frango assado na brasa...eódespois do 25 de Avril inté tinha uma gajinha de meias ...com muito calor
calendário de oferta da única oficina da região que tinha uma travalheira no verão

havia a gasolina do papa-milho pai de ilustre doutor pela inglaterra que vendia ração e comprava e vendia all farroba

e tinha mandado um catraio para faro pra casa da dona Bia paestudar

agente all garbia que teve a infelicidade de nã ser teixeira Gomes latifundiaria ou Maria José Ritta princesa das conservas...

nuca teve dessas de
tardi-picaresquices

diz-se tardi e num tardo....

e os pícaros são do livro do tintin el general Alcazar e etc

mim nunca leu tintins queram caros
(mas bi o filme no cine-teatro de monte gordo ou na tenda do senhor Arturi em Cabanas...nos tempos pós -torralta segundo creo...

ê sê lá onde nasci

tenho um passaporte que diz isse...

tamém tenho um em que sou muyto escurinho e mi chamo kumar qualquer coysa e aparentemente sô de kokisare uns 80 quilometradas a norte da fronteira de goa

sítio onde nunca fui nem passei perto...

a chuva aparentemente é fura-greves dizem que chega 5ª

o facto da CGTP chamar amarelos
(yellows como as union's americanas mafiosas e anti-comunistas)ao pessoal que tinha de trabalhar pra viver...

diz muito da natureza caritativa desta nobre instituição..

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides