Comecei a vida literária aos 13 anos, com uma carta de amor. Penso que, na década de 50 do século passado era o habitual, quando despertavam as hormonas aos rapazes, sem saberem o que isso fosse, e duvidosa era a antecipação feminina, na cidade da Guarda. Já me apaixonara de forma intensa e várias vezes, sonhando o que queria, sem coragem para o dizer, em diversas paixões que surgiam violentas e se desvaneciam logo, antes de verbalizar ou escrever o que sentia, sem dar qualquer sinal a quem desejava. As primeiras cartas de amor, autenticadas, foram escritas depois da adolescência com a timidez que hoje me faria corar, pela ingenuidade e floreados românticos, quando era já forte o desejo e só a vergonha o excedia. Foi aos 13 anos que escrevi a primeira carta de amor e disse o que sentia... o Quinzinho, colega da mesma idade, que me induziu com uma moeda de cinco escudos, adiantada, e a que acrescentei a exigência de outra, dependente do sucesso. Era mais fácil escrever a carta de