A entrevista do PR ao DN
A entrevista de domingo (20 páginas, incluindo a capa com a foto) é uma conversa entre o jornalista Paulo Baldaia e o PR, uma longa conversa onde Marcelo diz o que dele se espera, e aproveita, bem, para reforçar a imagem de proximidade com os portugueses.
Marcelo não me desiludiu. Só desiludiu, aliás, os que esperavam que ele fosse o Cavaco da esquerda, o amanuense do PS, entusiasta da solução governativa que o BE, o PCP e o PEV viabilizaram patrioticamente na AR. Quem leu a entrevista, só por ingenuidade, ou má fé, acreditaria que renunciasse ao passado e à matriz conservadora que o moldou.
Os que não lhe perdoam a cultura, a inteligência e o sentido de Estado que o homem de direita tem protagonizado, há muito que não o suportam. A direita que é agora oposição, a direita dos interesses e dos negócios, nunca o reconheceu como seu. Apenas lhe deu o voto por falta de alternativa.
Surpreendente é ver gente de esquerda a querer que fosse o que não é, e que se tornasse o candidato em quem votou. Marcelo foi e será um conservador, ostensivamente devoto e irritantemente hipercinético, que não envergonha o País e resgatou a direita da infecta condição a que Cavaco, Passos, Portas e Maria Luís a conduziram.
Até agora, parece exagerado e de mau gosto imaginar um peronismo que o deputado à Constituinte e o professor de Direito Constitucional sabe que a Constituição impede.
Marques Mendes afirmou que “deixou de ser o que alguns apelidavam de ‘porta-voz’ do Governo” numa intriga subtil, que insinua poder ter parecido o que nunca foi. Apenas se coibiu de dizer, como o fez um pasquim devoto desta direita, que “PR e PM acabaram a lua de mel”, a mesma reles calhandrice, de forma mais boçal.
A esquerda sabe que tem de pedalar unida a bicicleta da estabilidade e que cairá quando deixar de estar sincronizada; e a direita sabe que tem de sair do radicalismo e encontrar uma liderança competente, porque nos próximos dez anos não contará com um golpista capaz de sacrificar a decência para levar no dorso esta tralha cavaquista.
Nunca esperei que Marcelo pudesse dizer o que eu gostaria de ouvir do candidato em quem votei. Querer que o candidato adversário seja o que eu desejaria é hipocrisia, má fé, ou pior, espírito antidemocrático com um subconsciente golpista.
De Marcelo espero o respeito pela Constituição e a solidariedade institucional com os governos que saírem da AR, o órgão de soberania onde se formam e legitimam. Mais do que isso, é ser igual a esta direita, apenas de sinal contrário.
Marcelo não me desiludiu. Só desiludiu, aliás, os que esperavam que ele fosse o Cavaco da esquerda, o amanuense do PS, entusiasta da solução governativa que o BE, o PCP e o PEV viabilizaram patrioticamente na AR. Quem leu a entrevista, só por ingenuidade, ou má fé, acreditaria que renunciasse ao passado e à matriz conservadora que o moldou.
Os que não lhe perdoam a cultura, a inteligência e o sentido de Estado que o homem de direita tem protagonizado, há muito que não o suportam. A direita que é agora oposição, a direita dos interesses e dos negócios, nunca o reconheceu como seu. Apenas lhe deu o voto por falta de alternativa.
Surpreendente é ver gente de esquerda a querer que fosse o que não é, e que se tornasse o candidato em quem votou. Marcelo foi e será um conservador, ostensivamente devoto e irritantemente hipercinético, que não envergonha o País e resgatou a direita da infecta condição a que Cavaco, Passos, Portas e Maria Luís a conduziram.
Até agora, parece exagerado e de mau gosto imaginar um peronismo que o deputado à Constituinte e o professor de Direito Constitucional sabe que a Constituição impede.
Marques Mendes afirmou que “deixou de ser o que alguns apelidavam de ‘porta-voz’ do Governo” numa intriga subtil, que insinua poder ter parecido o que nunca foi. Apenas se coibiu de dizer, como o fez um pasquim devoto desta direita, que “PR e PM acabaram a lua de mel”, a mesma reles calhandrice, de forma mais boçal.
A esquerda sabe que tem de pedalar unida a bicicleta da estabilidade e que cairá quando deixar de estar sincronizada; e a direita sabe que tem de sair do radicalismo e encontrar uma liderança competente, porque nos próximos dez anos não contará com um golpista capaz de sacrificar a decência para levar no dorso esta tralha cavaquista.
Nunca esperei que Marcelo pudesse dizer o que eu gostaria de ouvir do candidato em quem votei. Querer que o candidato adversário seja o que eu desejaria é hipocrisia, má fé, ou pior, espírito antidemocrático com um subconsciente golpista.
De Marcelo espero o respeito pela Constituição e a solidariedade institucional com os governos que saírem da AR, o órgão de soberania onde se formam e legitimam. Mais do que isso, é ser igual a esta direita, apenas de sinal contrário.
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