Salazar e a cadeira da nossa esperança – Aconteceu há 49 anos
Refiro-me à cadeira que o caruncho laboriosamente minou ao longo dos anos, sem que a Pide suspeitasse, e que, na sua aparente robustez, estava patrioticamente escavada pelo inseto que ofereceu ao país o dia que a oposição falhou durante 4 décadas.
Foi há 49 anos. No dia 3 de agosto de 1968 o calista Augusto Hilário preparava-se para tratar dos pés e cuidar das unhas do infame ditador, aquelas unhas perversas que cravou na liberdade de um povo e na carne dos democratas.
O caruncho poupou ao calista o tratamento dos pés do ditador porque, há muito, cuidava dos pés da cadeira com a eficiência da sua condição e a devoção de um patriota, e assim continuou enquanto Hilário e D. Maria lhe ergueram o corpo e a cabeça cuja dureza não fez mossa no chão. E nunca mais deitou as unhas de fora.
O caruncho foi o herói anónimo que passou as malhas da Pide, sem suspeitas da Legião Portuguesa ou a denúncia de qualquer esbirro, e franqueou as portas do Forte de Santo António para ser conduzido dentro da madeira para o terraço onde o seu labor de anos terminou em apoteose quando a cadeira ruiu com o ditador dentro.
Hoje, 49 anos depois, presto esta singela homenagem ao caruncho da nossa esperança.
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