COVID-19 e os média
A pandemia tem revelado o melhor e o pior dos média, normalmente o pior, porque as intervenções da ministra e da diretora-geral de Saúde e as do almirante Gouveia e Melo e do dr. Silva Graça, ponderadas, didáticas e a revelarem excelentes comunicadores, não se devem a jornalistas.
Há ainda quem se lembre da procura histérica do primeiro
português infetado nos mares do Japão, a trabalhar a bordo de um qualquer navio
estrangeiro, da angústia coletiva das televisões que o queriam contactar, do
aproveitamento da primeira vítima portuguesa contaminada para abrir telejornais
e ser notícia de primeira página.
Ressoam ainda as palavras entusiásticas de José Rodrigues
dos Santos a gritar eufórico, na RTP-1, Portugal foi de novo o pior do mundo,
no período mais dramático do país, independentemente de ter sido dos que melhor
geriu a pandemia.
Enquanto não vêm os incêndios e as críticas ao Governo pelo
inefável incendiário Marta Soares, pelos presidentes de Junta e todos os
especialistas de sofá, onde não faltará o PR a responsabilizar o MAI, as
televisões abrem com a mutação nepalesa à espera ansiosa da variante da
Malveira ou de Cebolais.
Enquanto houver jornalistas que, em vez de notícias,
transmitem estados de alma, não é serviço público que prestam, é alarmismo que
semeiam ou propaganda que servem.
Comentários