O PR e os partidos
Marcelo, o mais lídimo exemplar da direita democrática, inconformado
com os poderes que a CRP lhe confere, aproveita todas as oportunidades para ser
notícia, antecipar-se ao PSD e enfraquecer o Governo.
As eleições autárquicas serviram para anunciar ao País a
mudança de ciclo político que tenta fazer coincidir com esta legislatura, condicionando
as esquerdas para aprovarem os Orçamentos de Estado e fazer chegar ao fim um PS
desgastado.
A recente Lei Orgânica n. 3/2021, uma cedência à Nato, foi amplamente
aprovada pela AR, com rápida e entusiástica promulgação pelo PR, e unanimemente
condenada pelos Chefes de Estado Maior dos três ramos das Forças Armadas. Tudo
previsível.
A saída dos atuais CEMs, que rejeitaram a lei, “Os Chefes do
Estado-Maior da Armada, do Exército e da Força Aérea dependem hierarquicamente
do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas para todos os assuntos
militares.”, era inevitável.
A lei que retira poderes a cada ramo das FA, como pretende a
Nato, e os concentra no CEMGFA, não pode ser do agrado dos militares como bem o
manifestou a A25A.
Houve seguramente do Governo, especialmente do MDN, falta de
tato em acertar a data com o PR, o que permitiu a este o espetáculo dado nas
televisões e a continuação da sua estratégia pessoal, num assunto com o qual
está completamente comprometido.
Ao substituir-se ao seu partido, que votou a lei, conseguiu através
dos media, que nunca lhe fazem perguntas embaraçosas, afastar o ónus do apoio à
redefinição dos poderes nas FA, embaraçar o Governo, criar enorme ruído
mediático e alargar a sua influência no PSD para a inevitável substituição de
Rui Rio depois de perder as próximas legislativas.
O PR sai bem desta intriga porque ninguém desmascara
Marcelo.
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Tózé Dias de Almeida