Eleições legislativas 2022 e as perdas da Esquerda
PS: 119 (+11); PSD 78 (-1); CH: 12 (+11); IL 8 (+7): CDU: 6 (-6) BE: 5 (-14); PAN: 1 (-3) ; L: 1 (=)
Os 11 deputados conquistados pelo PS, tendo o Livre recuperado
o seu deputado, foram insuficientes para segurar na área da esquerda os 20
deputados que esta perdeu (BE-14 + CDU-6). Há agora mais 9 deputados na
direita, com a agravante de o partido fascista ter mais 11 e os neoliberais
mais 7, e ambos tinham 1 único deputado.
Resumindo, a esquerda perdeu para a direita 9 deputados e a
direita democrática, depois dos deputados ganhos à esquerda e das trocas
internas, perdeu mais 9 deputados (PSD – 1; CDS – 5; PAN – 3), para o partido
neoliberal extremista e o fascista, que adicionaram ainda os 9 que a esquerda
perdeu.
Esquecendo tolices avulsas, como a que definiu como partidos
de extrema-esquerda, alem do PCP e BE, o PAN, aliado, nos Açores, ao PSD e ao
partido fascista, para evitar o Governo liderado pelo PS, que, na linguagem da
direita, ganhou as eleições (o mais votado), como se estas não fossem para a
Assembleia Regional e fossem para o Governo da RA.
PCP e CDS, ainda que afetivamente deixem emoções diferentes,
são dois partidos que fazem falta ao regime democrático, o primeiro para
equilíbrio do regime e organização sindical, e o segundo para evitar o
crescimento do partido fascista e do neoliberal, este o mais jurássico da
Europa, ainda a defender a taxa única de IRS, independentemente dos rendimentos
que cada cidadão aufere.
Quanto à erosão eleitoral do PCP, li um inteligente artigo
do lúcido comunista, Carlos Brito (Público, 10-02-2022). PCP e BE deram a
maioria absoluta ao PS.
Em relação ao CDS, há muito que o partido se vinha a afastar
da matriz ideológica dos conservadores e demo-cristãos europeus. Nuno Melo e
Manuel Monteiro já tinham rompido a fronteira que o separava do fascismo, mas
poderia sempre regressar ao lugar de onde partiu.
Em resumo, a esquerda perdeu deputados e na direita é
assustadora a dimensão que os extremistas atingiram.
Apostila – A atual maioria é a 6.ª maioria absoluta em
democracia e não parece que seja pior do que as 5 anteriores, duas da AD, duas
do PSD e uma do PS, sem contar as maiorias absolutas PSD + CDS). Aliás, os governos
só são estáveis com maiorias absolutas: de coligação, de um só partido ou de
geometria variável, as últimas de duração incerta.
Ponte Europa / Sorumbático
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