A Justiça, a Política e o Carnaval político que aí vem
Com a Justiça a interferir grosseiramente na campanha eleitoral e a direita em desespero é no espaço mediático que escorre a lama de que se alimenta o fascismo luso.
O país resigna-se ao silêncio da PGR depois do golpe de
Estado em que participou com o PR, 7 de novembro, sem que se saiba de que é acusado
António Costa 58 dias depois.
Ainda hoje, 4 de janeiro, o Ministério Público pediu medidas
de prevenção para um dos arguidos da Operação Influencer, alegando que pode
continuar uma atividade criminosa porque António Costa, de quem é(ra) amigo,
está em funções. Que miserável forma de atribuir ao PM a cumplicidade na
atividade criminosa!!! Toleramos isso??!! Este ataque à honra de António Costa
e do Governo que o PR impôs até março não é crime??
Do esgoto das notícias tóxicas surgiu hoje mais um ataque ao
ex-ministro Galamba que o PR se esforçou por desprestigiar para destruir o PM antes
de precisar da PGR. Depois de quatro anos de telefonemas a devassar a vida do
governante, o Ministério Público acusa-o na comunicação social de ser o mentor
de um crime com que não o confrontou.
O PR, sem explicar o comprometimento da casa civil e da assessora
Maria Ruela Ramos na cunha das gémeas, esconde-se atrás do Dr. Nuno, seu filho,
e do secretário de Estado da Saúde, e já anda aí a fazer falsa campanha para um
lugar europeu de António Costa a quem inveja o prestígio internacional e
abomina o sucesso. Está a criar expetativas na população para lhe demolir depois
a imagem e entra na campanha eleitoral da direita.
É neste quadro que se consegue lançar a discussão sobre a
compra de 0,24% das ações dos CTT em vez de se discutir a ruína de um serviço
de excelência e o crime (político, não judicial) da privatização a 100%. Contesta-se
a decisão da Parpública, gestora das participações do Estado, que devia comprar
mais ações, para insinuar um crime e atingir a esquerda, especialmente, Pedro Nuno
Santos, possivelmente o próximo PM.
Como as sondagens contrariam a direita depois de semanas a
ameaçar com um governo PS/PCP/BE, por sinal um bom governo do PS com apoio do
PCP e BE, que o eleitorado valoriza, o ruido mediático partiu para outra
abordagem à demonização da esquerda.
Não se discute o que cada partido defende para a Justiça e os
sindicatos que ameaçam o regime. Ninguém repara que o SMMP fala em nome da PGR
e o sindicalista da ASJ se solidariza com ele. Leia-se o que escreve
quinzenalmente no Público.
Ninguém se indigna com a devassa à sede do PSD a pretexto da
perseguição a Rui Rio, um insólito precedente que põe em causa a vida
partidária e municia o partido fascista?
A investigação sobre a casa de Montenegro é a forma de
desviar as atenções. Claro que não há crime, apenas aproveitamento pessoal da
lei, mas, enquanto se discute a casa do político, ficamos sem saber o que pensa
da lei da eutanásia e se a regulamentará ou não.
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