Isto é uma bandalheira – O golpe continua

Desculpem dilet@s que use linguagem de almocreve para definir o que acontece no país. Recuso uma campanha eleitoral comandada pelo Ministério Público.

Desconfio das motivações dos procuradores, das queixas anónimas e de quem viola o segredo de justiça. Os antecedentes são inquietantes. Recordo as perseguições a Leonor Beleza e Rui Rio e o arquivamento de queixas sólidas com investigação no estrangeiro a Passos Coelho (Tecnofoma) e Paulo Portas (submarinos). No PS foram vítimas do ativismo judicial Sócrates, Ferro Rodrigues e, agora, António Costa. Parece que é sempre à esquerda que mora a suspeita do MP.

Deixem-me recordar um processo miserável (Casa Pia) com o cerco a Ferro Rodrigues que, muito provavelmente, teria sido PM, com oportunas fugas ao segredo de justiça e a criação na opinião pública de que os socialistas eram pedófilos. Quem viveu esse tempo e assistiu ao assassinato de carácter de Ferro Rodrigues não perdoa que o desabafo com palavras grosseiras do líder do PS, acossado, tenha sido bolçado para as TVs e jornais a partir de uma gravação em segredo de justiça e irrelevante para o julgamento.

Podia citar os autarcas do PCP abatidos na comunicação social por processos que foram arquivados e onde os indícios estiveram à altura dos anónimos denunciantes.

A propósito, depois de 10 (?) anos o julgamento de Sócrates está marcado para março!

Não acreditando que os procuradores desfeiteados pelo juiz de instrução no processo Influencer sejam perversos, suspeito da sua ignorância linguística.

Assim, quando julgam malandra a lei que permite contrapartidas para o investimento estrangeiro desejado, veem crime na decisão legítima. Não é de estranhar que confundam atividade política com presunção de crime. É iliteracia na linguagem, igual à do partido fascista que a traduz por «esquema».

As notícias plantadas na comunicação social dão vontade de vomitar, e talvez não passem de iliteracia semântica de quem considera Galamba ‘mentor de um crime’, sem o ouvir, e António Costa cúmplice, sem o acusar, ignorando o funcionamento do Estado e vendo prevaricação num ato legal que o Chega designa por esquema.

«Conselho de Ministros aprovou lei à medida do centro de dados de Sines, apurou MP». E daí, pergunto eu? E acusar Galamba de “favorecer e acelerar a instalação do centro de dados de Sines”, não será o desejo de querer punir como crime uma obrigação política?

Posso compreender o desvelo dos procuradores à procura de um crime depois de terem ficado mal vistos, mas quatro anos a escutarem Galamba sem encontrarem provas de enriquecimento devia torná-los cautos em vez de designarem malandras as leis.

O arremesso da suspeita de prevaricação sobre António Costa e das escutas no início do congresso do PS pôs a Justiça no centro da campanha eleitoral. E só uma nova maioria absoluta do PS impedirá o êxito do golpe de Estado iniciado na reunião do PR/PGR.

Marcelo não hesitará em nova dissolução até obter a maioria PSD/Chega ou PSD/IL.

Precisamos de um estadista em Belém!


Comentários

PedroM disse…
As questões levantadas são muito pertinentes. É obvio que se procura criminalizar a atividade política, neste caso a atividade governativa corrente. Contudo isso não resulta de qualquer confusão ou ignorância dos procuradores e do diretor do DCIAP ou mesmo da pgR.
Eles são políticos, são atores políticos, sabem-no e portam-se como tal.
Pelo que se conhece do recurso do mp sobre as decisões do juiz de instrução e o timing da fuga de informação sobre o suposto crime a ser futuramente (?) imputado a António Costa, é ululantemente evidente que estamos perante um PROCESSO POLÍTICO, ao qual até os procuradores já parecem ter desistido de travestir de judicial, tal a indigência da argumentação.
Não nos iludamos. Há crime no ministério público e há criminosos. Devem ser designados pelo que são.
PedroM;

A PGR rendeu-se ao SMMP.

Vai sair mal.

«Há crime no ministério público e há criminosos». Espero que não se importe se eu usar esta sua frase para título de um novo texto. Obrigado.

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