Marcelo e a contrarrevolução em curso
Estava escrito nas estrelas que Marcelo queria sepultar o 25
de Abril. Andou vários anos a tentar substituí-lo pelo 25 de novembro, não pelo
28 de setembro ou pelo 11 de março. A celebração do cinquentenário do 25 de Abril,
dirigida por quem ama a data, era mais do que a sua matriz reacionária
consentia.
Assustou-se quando viu aproximar-se o fim do mandato sem
conseguir apear o Governo que ameaçou no discurso de posse.
Não tendo fugido o PM ameaçado, expô-lo ao injurioso
parágrafo que a PGR enviou para a imprensa à saída da reunião de ambos. Já estava
ferido pela cunha das gémeas, ainda sem se saber dos negócios do Dr. Nuno, seu
filho, com a Misericórdia de Lisboa.
Era desesperante que o País confiasse no adversário a quem
procurou difamar ministros, alterar diplomas e minimizar êxitos. Ensaiou tudo,
ser provedor de grevistas, atiçador de corporações, promulgador de diplomas com
reparos, avisos, recomendações, a fingir que o Governo dependia dele e não da
Assembleia da República.
Depois de difamar e convencer o País de que era inapto o
ministro Galamba, viu o PM reiterar-lhe a confiança. Já o Ministério Público lhe
escutara milhares de telefonemas durante 4 anos, para vigiar o Governo.
Há ainda quem recorde o passeio de Marcelo na noite de 7 de
novembro a espumar ódio no Beco do Chão Salgado, a explicar a jornalistas o que
é o azar dos Távoras, enquanto raspava as unhas dos pés na calçada, a antecipar
o que aconteceria a António Costa por ter caído em desgraça.
Das muitas tropelias basta recordar a promulgação do
suplemento de risco da PJ com a advertência de que teria de fazer o
mesmo às outras forças, estimulando a PSP, GNR, Bombeiros e outros a desafiarem
o governo de gestão para o manter sob pressão até 10 de março, dia em que, na
sua infantil linguagem, é preciso meter o votinho nas urnas.
A CAP, o Chega e corporações profissionais assustam o País para
não votar em partidos de esquerda, nomeadamente no PS. Condenar a ameaça
policial ao boicote às eleições é que não, as polícias têm razão e a democracia
é um pormenor que envergonhou o pai e, agora, o expõe a ele e ao Dr. Nuno, seu
filho.
A coreografia fascista das manifestações já se assemelha à
que era usual quando o Dr. Baltazar, seu pai, era o Comissário Nacional da Mocidade
Portuguesa.
O País esquece que Marcelo é contra o SNS, a eutanásia, a
descriminalização do aborto e tudo o que a devoção reacionária lhe dite.
O 25 de Abril será comemorado com a sua gente e talvez
termine em apoteose no 25 de novembro. O êxito da contrarrevolução vale bem a
perda da dignidade do cargo de quem não tem pejo de trocar a cidadania pela
vassalagem.
Só os eleitores podem travar a contrarrevolução em curso.
Comentários
Estamos a viver o pior momento da democracia e, ironicamente, quando as notícias no campo económico são favoráveis.
Não sei o que lhe aconteceu, mas posso garantir que não apago comentários.
O comentário foi publicado e quando depois passeei por aqui como faço habitualmente - por vezes até partilho publicações deste blog, verifiquei com surpresa que tinha desaparecido. Como não me diz para republicá-lo. não vale a pena eu reincidir. :-)
Saúde e longa vida.
Pensei que o simples facto de lhe dizer que não apago comentários lhe bastasse.
No dia em que deixar de respeitar a liberdade dos outros deixo de ser digno da liberdade que reivindico.
Não pus em causa que não tivesse apagado. Apenas referi que vira publicado o meu comentário. Pode ter sido um problema informático. Por mim a assunto está esclarecido
Abraço
VN
Obrigado, mas gostava de ver publicado de novo o comentário.
Republiquei o comentário, ele apareceu, tendo eu feito um "print screen" e, quando volto, para saber de novas publicações, constato que desapareceu. Um mistério!
Abraço
Victor Nogueira
Agradeço que me envie o «prit screen» para o meu mail: aesperancaenator@gmail.comm de preferência em jpeg para ter a certeza de que o sei publicar. Estou interessadíssimo em saber como acontece um ato de censura à revelia do meu desejo.
De anteontem para hoje não houve acontecimentos que me obrigassem a reformular o essencial, pois Ventura continua igual a si mesmo nas cambalhotas e no disse que disse o que não disse que disse o que não disse, num looping imparável, qual hamster numa gaiola. Tal como o PS que ainda não encontrou nem a gaveta nm a chave da mesma, onde Nobre Soares aferrolhou o socialismo ou a social-democracia, continuando socialistas a defender que o PS deveria ter viabilizado a AD, para que esta não corresse para os braços do Chega. Santa ingenuidade!?.
Portanto, aqui fica o texto de que temos falado, Carlos Esperança. O texto em [ ], posterior ao primitivo, servem para uma maior precisão.
~~~~~~~~~~~~~
(...)
A breve trecho, ao PS [com a deriva neoliberal] sucederá o mesmo que ao PSD, esbracejando até à irrelevância total. [Como a dos partidos socialistas e social-democratas no resto da Europa].