O PR e as forças de segurança

Quando aceitamos a indisciplina coletiva de forças de segurança não estamos a respeitar o seu direito de manifestação nem a legitimidade das suas reivindicações, estamos a ser cúmplices de um ataque soez ao Estado de direito e à democracia.

Quando ouvimos em vários canais televisivos um polícia a exigir do Governo votos de melhoras dos agentes concertados a apresentarem atestados de doença, outro a ameaçar adoecer e, de forma intolerável, ainda outro a ameaçar com a paralisação de eleições, tudo o que podemos exigir é o afastamento imediato de tais conspiradores.

Na véspera do aniversário da Revolução que restituiu aos portugueses a democracia é a contrarrevolução que está em marcha para a destruir.

Com um PR monárquico, que aceita regimes de direito divino, podia ao menos pensar-se que o juramento da Constituição o levaria a cumpri-la e a fazê-la cumprir, e não é a isso a que estamos a assistir nem à observância de um módico de dignidade.

O PR que dissolve a AR quando os resultados eleitorais não lhe agradam é o mesmo que fala a respeito de tudo e de nada, e se cala quando é uma exigência do cargo falar.

O silêncio do PR perante a conspiração policial que ele próprio precipitou com a exótica promulgação adversativa do suplemento da PJ, «promulgo, mas o Governo deve fazer o mesmo às outras forças» é agora suspeito.

Se mantiver o silêncio será cúmplice da conspiração contra a democracia.

Comentários

Pedro Luna disse…

"Quando aceitamos a indisciplina coletiva de forças de segurança" - isso é o começo de frase a criticar o José Luis "Medroso" Carneiro...?
PEDRO LUNA:

É para o ministro e para todos nós.

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