O PR e as forças de segurança
Quando aceitamos a indisciplina coletiva de forças de segurança não estamos a respeitar o seu direito de manifestação nem a legitimidade das suas reivindicações, estamos a ser cúmplices de um ataque soez ao Estado de direito e à democracia.
Quando ouvimos em vários canais televisivos um polícia a
exigir do Governo votos de melhoras dos agentes concertados a apresentarem
atestados de doença, outro a ameaçar adoecer e, de forma intolerável, ainda outro
a ameaçar com a paralisação de eleições, tudo o que podemos exigir é o
afastamento imediato de tais conspiradores.
Na véspera do aniversário da Revolução que restituiu aos
portugueses a democracia é a contrarrevolução que está em marcha para a
destruir.
Com um PR monárquico, que aceita regimes de direito divino,
podia ao menos pensar-se que o juramento da Constituição o levaria a cumpri-la e
a fazê-la cumprir, e não é a isso a que estamos a assistir nem à observância de
um módico de dignidade.
O PR que dissolve a AR quando os resultados eleitorais não
lhe agradam é o mesmo que fala a respeito de tudo e de nada, e se cala quando é
uma exigência do cargo falar.
O silêncio do PR perante a conspiração policial que ele
próprio precipitou com a exótica promulgação adversativa do suplemento da PJ, «promulgo,
mas o Governo deve fazer o mesmo às outras forças» é agora suspeito.
Se mantiver o silêncio será cúmplice da conspiração contra a
democracia.
Comentários
"Quando aceitamos a indisciplina coletiva de forças de segurança" - isso é o começo de frase a criticar o José Luis "Medroso" Carneiro...?
É para o ministro e para todos nós.