Eleições europeias - 2024 (Texto atualizado)
Nunca as eleições europeias foram tão decisivas como as atuais e tão desinteressantes como as tornaram os candidatos a eurodeputados. Os portugueses, sobretudo os europeístas convictos, os que não se refugiam na desculpa de quererem a União Europeia, mas não esta, como se a que existe fosse imutável e não resultasse das escolhas eleitorais nos países que a integram, sentem-se frustrados com os temas estranhos ao nosso futuro comum. A UE não pode alhear-se da guerra comercial entre os EUA e a China nem da influência de autocratas a favor da extrema-direita, mas os candidatos estão mais empenhados nas lutas internas dos seus partidos do que na afirmação de posições ideológicas perante os grandes problemas que ameaçam a Europa e o Mundo. A defesa, o comércio, a diplomacia, a segurança social, a paz e a posição da UE perante os grandes blocos e as suas ambições geoestratégicas estão ausentes da campanha, como se a UE estivesse condenada a ser um satélite americano, chinês ou russo.