Não à falsificação histórica
O 25 de novembro e a obsessão deste PR
Estão vivos os principais intervenientes vitoriosos na data
que Marcelo Rebelo de Sousa pretende comemorar e que há de ter contribuído para
a ansiedade que o consumiu até ao golpe de 7 de novembro.
Os herdeiros do 28 de maio querem agora comemorá-lo em
novembro para evitar que a memória do povo português seja reavivada. Marcelo
teve êxito na viragem à direita do PSD nos congressos da Figueira da Foz e de
Braga, não se lhe pode consentir que seja o artífice do apagamento da memória.
O país esqueceu o “Documento dos Nove”, “Documento Melo
Antunes”, e o autor, que a direita reacionária odiou? Esqueceu o “Grupo dos
nove” com Vasco Lourenço, Pezarat Correia, Franco Charais e Sousa e Castro vivos
e contrários ao oportunismo reacionário da direita que Marcelo PR comanda?
Esquece que foi Mário Soares que reuniu na Fonte Luminosa uma
multidão que gritava “onde está o PSD, que não se vê?” e respondia “está em
casa a ver TV”.
Quando a extrema-direita quis confiscar o 25 de novembro foi
o grupo dos nove que lhe infligiu a derrota que Marcelo agora quer transformar
em vitória. Na desfaçatez habitual promoveu por intermédio de Aguiar Branco o
convite aos militares vencedores no 25 de novembro para, na AR, serem figurantes
no espetáculo que iniciou na Câmara de Lisboa com outro homem de mão, Carlos
Moedas, no feriado do 5 de Outubro que o Governo PS restaurou.
Na democracia, que já leva 50 anos, foram os militares, só militares,
que entregaram aos civis, isto é, ao povo, a democracia que usufruímos.
Marcelo ignorou os cinquentenários do 28 de setembro e do
“Golpe Palma Carlos” e não quer, no ano que vem, ainda PR, comemorar o 11 de
março de 1975. Por que raio anseia comemorar, ele e o atual PSD, o 49.º aniversário
do 25 de novembro?
Se deixarmos que um golpista reescreva a História seremos
cúmplices do mais covarde atentado contra a verdade e a democracia.
Comentários