Trump e a guerra dos EUA contra a China na Ucrânia

A guerra contra a China prosseguirá com Trump porque é vital na geoestratégia para os EUA, mas deixará de a pagar na Ucrânia. É esta visão pragmática que separa o homem de negócios fascista, o condenado reeleito de forma fulgurante, do homem político que foi derrotado de forma humilhante.

Na guerra contra a China, a outra potência com poder financeiro e demográfico à espera de ser líder, conta com a UE para desgastar a Rússia e pagar a reconstrução da Ucrânia e com Israel para impedir o Irão de se tornar potência nuclear.

Taiwan e Japão são o 3.º pilar. São demasiado caros os três apesar do retorno na venda de armamento, a mais lucrativa indústria legal do Planeta e de que a Ucrânia é o maior cliente. Israel é o aliado que não será abandonado no combate contra o Irão onde já se descobriu um conspirador contra a vida de Trump. Não é por acaso que Netanyahu reagiu eufórico ao resultado das eleições nos EUA e Putin com prudência.

A estratégia de Trump funcionou nos EUA e funciona na Europa. Prometeu acabar com as guerras e convenceu os americanos com a narrativa sobre perigos vindos do exterior, com a imigração e as importações, o que Elon Musk ajudou a divulgar com o algoritmo do Twitter. Musk impõe agora liberdade absoluta para a inteligência artificial do Twitter.

A UE gastou 120 mil milhões de euros na guerra da Ucrânia sem equacionar a vitória de Trump enquanto crescia a desilusão com os sucessivos planos de vitória de Zelensky e medrava a extrema-direita que se opõe ao apoio. Mesmo depois da vitória de Trump o Sr. Borrel e a senhora Ursula von der Leyen prometem pagar todos os planos de vitória até ao último ucraniano, alheios aos problemas da Alemanha e de Macron, desgastados no apoio à guerra, e contra o único líder europeu que apoiou Trump, o PM de extrema-direita da Hungria que ora preside à UE e que é contrário à guerra.

Com o Inverno a chegar e a guerra a correr mal à Ucrânia os EUA deixam a UE sozinha a pagar a guerra contra a Rússia enquanto o entusiasmo da opinião pública diminui. Há cinco dias, a assustada Polónia acusou Zelensky de a querer arrastar para a guerra.

Urge negociar a paz e aceitar a realidade sem o maniqueísmo que vê no desejo de paz o apoio a Putin com o argumento de que é preciso travá-lo na fronteira ucraniana para não avançar até Lisboa. Ao ditador russo ainda lhe resta, em desespero, a opção nuclear.

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