Kaja Kallas e a União Europeia
Não se vislumbra o mérito de Kaja Kallas para as funções que exerce, e surpreende a sua influência na política externa da UE, caracterizada por rotundo fracasso.
Parece que ninguém se incomodou com o fracasso da sua
primeira viagem aos EUA, no segundo mandato de Trump, obrigada a regressar na
sequência do insólito cancelamento da audiência marcada com Mark Rubio. Não foi
apenas uma ofensa à alta representante da política externa da UE, foi a UE que
saiu humilhada.
Oriunda de um pequeno país báltico, com forte ressentimento
em relação à Rússia, não se estranha a russofobia, mas há fortes indícios da
influência que ela exerce nas decisões sobre política externa da UE. No mínimo,
podia ser competente.
Na sua Cruzada a favor da Ucrânia, face à invasão russa, a
senhora Kallas deslocou-se à China a pedir apoio. Seria de prever que esse
apoio fosse previamente acordado a nível de embaixadores, servindo a deslocação
para o formalizar. Ora, não podia ter sido mais nefasta a viagem. Kallas foi
ouvir à China que esta não aceitaria a derrota da Rússia.
Qualquer ministro dos Negócios Estrangeiros de um país da
Nato seria demitido por tão maus serviços, mas a senhora perpetua-se e, depois
de ter andado escondida, já voltou a dar sinal de vida a ameaçar Israel com
sanções, por causa do genocídio em Gaza. E são apenas para cerca de 1/3 das
importações, que regressam a valores normais para países fora da UE, e
dificilmente aceites pelos seus países, nomeadamente pela Alemanha.
Se há na UE uma ofensiva diplomática contra o morticínio em
Gaza, não é Kaja Kallas que a dirige, é o honrado PM de Espanha, Pedro Sanchéz.
Não há, até agora, outro grande desígnio da política externa
da União Europeia que não seja a restituição das fronteiras originais à
Ucrânia, ou seja, a capitulação da Rússia.
Não se discute a bondade da intenção, mas sobram dúvidas
sobre a capacidade militar e financeira da UE para a concretizar. E pior, sem
se auscultarem os cidadãos dos seus países, multiplicam vozes dissonantes,
agravam-se os problemas sociais e mingua apoio à causa ucraniana.
Entretanto o fascismo regressa às fronteiras da União Europeia.
Imagem: 1.ª página de El País, 17-09-2025.

Comentários