Augusto Pinochet – Aniversário de um crime monstruoso
Há 52 anos, um sombrio general, Augusto Pinochet, derrubou o Presidente do Chile, Salvador Allende, eleito democraticamente, e iniciou a longa e sinistra ditadura que permanece como paradigma da crueldade, do arbítrio e da barbárie.
Em homenagem a muitos milhares de desaparecidos, torturados,
presos e assassinados, não podemos esquecer a data e o algoz que perdeu na
última semana de 2005 o recurso no Supremo Tribunal e enfrentou várias
acusações na sequência do desaparecimento de 119 membros de um grupo da
oposição durante o seu regime.
De 1973 a 1990, entre o golpe que derrubou o Governo legal e
o seu afastamento do poder, Pinochet foi responsável pela morte e
desaparecimento de mais de 3.000 pessoas.
Depois de expostas contas secretas nos EUA, com vultuosas
quantias obtidas de forma fraudulenta, num valor superior a 24 milhões de
euros, o velho déspota conheceu o opróbrio e a prisão. Nem o apoio empenhado de
João Paulo II e Margaret Thatcher lhe valeu.
Iam longe os tempos em que afirmava que no Chile nem uma
folha se mexia sem o seu conhecimento.
Quando João Paulo II visitou o Chile considerou o pio
general e a Esposa como um casal católico modelo. Só lhe notou a devoção, não
lhe perscrutou a crueldade.
A polícia secreta do general Pinochet liderou uma rede de espionagem, dentro e fora do Chile, que cruzava informações com o Vaticano, o FBI e ditaduras da América Latina. Foi essa polícia e as Forças Armadas que permitiram ao ditador, sob repressão feroz, impor ao Chile as receitas económicas de Milton Friedemann.

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