No way, Jose
Quanto custa ao nosso país este envolvimento do Primeiro-Ministro num pretenso caso de corrupção e tráfico de influências.
Que relevância terão estes rumores, sempre alimentados por alguns, por exemplo, no "rating" da República?
Quanto pagamos - famílias e empresas - a mais no crédito bancário devido a estas pretensas investigações jornalísticas, que na verdade são um mero repetir de atoardas e de insultos sem verdadeira substância.
As autoridades e os jornalistas devem investigar e escrutinar ao pormenor todos os titulares de cargos públicos e mesmo de cargos privados de relevância pública, como os banqueiros, os directores de informação das televisões e os directores de jornais. Temos o direito e o dever de ser exigentes com a conduta ética dos nossos Presidentes de Câmara, Vereadores, Presidentes de Conselhos de Administração de Empresas Municipais ou outras empresas públicas, com os administradores de grandes empresas e mesmo dos dirigentes desportivos.
Mas o mesmo dever se aplica à qualidade e à fiabilidade dessa investigação. As autoridades policiais e os jornalistas estão em dívida para com a sociedade portuguesa.
Talvez o pecado original esteja no assassinato do Ministro da Defesa em 1982, talvez a sensação de impunidade advenha do ataque desbragado à direcção do PS em 2003 e 2004, talvez a sensação de irresponsabilidade venha deste lastro de cultura de permissividade, de falta de exigência, de falta de rigor, de falta de profissionalismo.
Como bem canta Manuel Alegre:
“Este é tempo de sim
Tempo de cada um por si e para si
Carreira ordem unida orelha murcha
Vida vidinha medo miudinho
Tempo de chefe e chefezinho
Este tempo outra vez
De Portugal em inho”
Este Portugalzinho triste e amargurado que vai rindo, insolente e tonto, a estas acusações torpes ao PM e que vai pagando o crédito mais caro, que vai vendo a sua reputação internacional degradar-se. Nada disto preocupa os alarves e os malvados, nada disto perturba o Zé, nada disto incomoda o "regular funcionamento das instituições."
Que relevância terão estes rumores, sempre alimentados por alguns, por exemplo, no "rating" da República?
Quanto pagamos - famílias e empresas - a mais no crédito bancário devido a estas pretensas investigações jornalísticas, que na verdade são um mero repetir de atoardas e de insultos sem verdadeira substância.
As autoridades e os jornalistas devem investigar e escrutinar ao pormenor todos os titulares de cargos públicos e mesmo de cargos privados de relevância pública, como os banqueiros, os directores de informação das televisões e os directores de jornais. Temos o direito e o dever de ser exigentes com a conduta ética dos nossos Presidentes de Câmara, Vereadores, Presidentes de Conselhos de Administração de Empresas Municipais ou outras empresas públicas, com os administradores de grandes empresas e mesmo dos dirigentes desportivos.
Mas o mesmo dever se aplica à qualidade e à fiabilidade dessa investigação. As autoridades policiais e os jornalistas estão em dívida para com a sociedade portuguesa.
Talvez o pecado original esteja no assassinato do Ministro da Defesa em 1982, talvez a sensação de impunidade advenha do ataque desbragado à direcção do PS em 2003 e 2004, talvez a sensação de irresponsabilidade venha deste lastro de cultura de permissividade, de falta de exigência, de falta de rigor, de falta de profissionalismo.
Como bem canta Manuel Alegre:
“Este é tempo de sim
Tempo de cada um por si e para si
Carreira ordem unida orelha murcha
Vida vidinha medo miudinho
Tempo de chefe e chefezinho
Este tempo outra vez
De Portugal em inho”
Este Portugalzinho triste e amargurado que vai rindo, insolente e tonto, a estas acusações torpes ao PM e que vai pagando o crédito mais caro, que vai vendo a sua reputação internacional degradar-se. Nada disto preocupa os alarves e os malvados, nada disto perturba o Zé, nada disto incomoda o "regular funcionamento das instituições."
Comentários
A entrevista de ontem a JS foi um estrondoso fiasco.
Na verdade, a entrevista contornou as verdadeiras e legítimas preocupações dos portugueses que, neste crucial momento, estão intimamente conotadas com a crise económica e social, em pleno curso.
Debruçou-se sobre dois temas, distantes um do outro, mas de relativa contundência política: as actuais relações do 1º. ministro com o PR e o caso "Freeport".
Na primeira questão, JS, defendeu uma óbvia posição institucional - como lhe competia - mas não "apagou", nem podia fazê-lo, o óbvio.
As divergências entre JS e ACS, sobre os instrumentos para enfrentar da crise, são públicas e notórias.
As asserções de António Vitorino sobre a "colagem" do PR às posições de MFL, ou vice-versa, são mais do que evidentes.
JS, aproveitou a oportunidade oferecida para colocar os diferentes personagens nos seu sítio. Mas, tornaram-se visíveis as dificuldades de entendimento e de realcionamento. Quando os jornalistas da RTP colocaram a questão da "cooperação estratégica", Sócrates, evitou a concepção e preferiu falar de "cooperação institucional"... Tentou colocar o PR no seu lugar, quanto a mim, tarde de mais. E, chamou a atenção, quanto a mim, para uma legítima expectativa dos portugueses. A obrigatoriedade da não interferência, do PR, nos processos eleitorais que vão decorrer.
O PR rompeu o equilíbrio com o discurso dos "recados". Não vale a pena iludir a situação. E, Sócrates, ao caracterizar a sua resposta feito no dia seguinte, confundiu, intencionalmente, o PR com a oposição. Diga-se, abertamente, com a oposição oriunda do PSD.
Mas, era fácil ler a situação. A co-habitação acabou! Tudo se assemelha aquelas circunstâncias em que pessoas que conviveram assiduamente, agora cumprimentam-se respeitosamente, mas praticamente já não falam uma com a outra. Constitucionalmente, i.e., institucionalmente, toleram-se. As semanas continuam a ter 5ªs. feiras. Mais nada!
No caso Feeport, em fase de investigação, os jornalistas tentaram o impossível. Que, o 1º. ministro desse explicações sobre DVD's e Fax's cujo conteúdo, quando tiver de ser explicado, devrá ser à PGR. Não numa entrevista. Todavia, sobre o caso Freeport, surgiu uma novidade. A profusão de processos que Sócrates já terá accionado sobre eventuais difamadores. No caso vertente, jornalistas, o que espantou os entrevistadores. Mas, manda a concepção republicana que, antes de jornalistas, os processados são cidadãos.
E, em minha opinião, JS, não conseguiu - por repetidas interrupções dos jornalistas - explicar a lógica cronológica dos acontecimentos, indispensável para a compreensão do caso.
Finalmente, falou-se pouco do essencial. Isto é, da crise económica e social que assola o País.
Sócrates voltou a repisar as opções governamentais: o investimento público volumoso, a aposta nas energias alternativas e a abertura da banda larga. Paralelamente, correlacionou-as com a defesa dos postos de trabalho dos portugueses que, a progressão da crise, coloca em franco assédio.
Penso que a crise que atingiu profundamente a economia real, não se esbate só com estas medidas.
O que os portugueses desejavam saber - e têm todo o dever de questionar - é, como, e sobre que pilares e estímulos, a economia poderá arrancar.
Mais, que alterações sofrerá todo o tecido empresarial português para entrar num Mundo de competição que nos é cada vez mais adverso. Onde a inovação e a modernidade têm um largo espaço contributivo.
Neste campo, ficamos às escuras e continuará a pairar no espirito dos cidadãos, o espectro de que sairemos da crise a reboque da UE e dos EUA mas, por cá, tudo continuará na mesma.
Este o grande falhanço da entrevista.
Mas as responsabilidades não devem ser endossadas a Sócrates.
No meu entender, quem foi claro e conciso sobre as relações Sócrates/Cavaco foi, na última 2ª. feira na RTP1, António Vitorino.
Agora, reconheço que JS não poderia ter outra postura...
Noblesse oblige!