NOVIDADE POLÍTICA
Com autorização do seu autor, João Silva, transcrevo um artigo publicado no Diário de Coimbra:
NOVIDADE POLÍTICA
"Nos últimos dias tivemos uma verdadeira novidade política: o “Esclarecimento” do Dr.
Carlos Encarnação, no site da Câmara, sobre o processo que levou à sua constituição como arguido.
É uma novidade porque durante, praticamente, oito anos o Dr. Carlos Encarnação tem persistentemente fugido a esclarecer muita coisa que seria politicamente importante conhecer.
Fê-lo, agora, perante uma questão que está (?!) em segredo de justiça e que terá de esclarecer, isso sim, no âmbito judicial e não através de comunicações públicas utilizando como suporte o site institucional da Câmara.
Nunca até hoje, O Dr. Carlos Encarnação, esclareceu, verdadeiramente, decisões políticas de retirada de confiança a vereadores seus companheiros de partido, ou deu público conhecimento sobre controversas decisões de gestão autárquica.
Nunca esclareceu o que verdadeiramente aconteceu durante os três anos em que teve como director municipal para o urbanismo o presidente da Académica e que levou a que este fosse acusado judicialmente de crimes de corrupção. E, neste caso, tinha a estrita obrigação de ter esclarecido, dado que o referido directo municipal foi por si escolhido e nomeado, e exerceu poderes por si delegados.
O Dr. Carlos Encarnação foi e é o responsável político pelo que vier a ser decidido judicialmente neste caso e foi e é o responsável por nunca ter feito uma averiguação total e completa a esse período de três anos deixando os munícipes com legitimas dúvidas e com a legitima certeza de que ele nunca devia ter permitido, quanto mais criado, aquela situação.
Nunca esclareceu, bem pelo contrário, manteve um absoluto mutismo perante graves acusações, até de carácter, que lhe foram feitas pelo vereador e ex-vice-presidente Engenheiro Pina Prata e devia-o ter feito porque os cidadãos de Coimbra não merecem que o presidente da sua Câmara não seja respeitado nem tido como um homem de bem.
Mas não, num frio calculismo político, defendeu-se calando-se, esquecendo-se que há acusações cuja gravidade nunca permitem o silêncio, a não ser que sejam pelo próprio tidas como verdadeiras.
O Dr. Carlos Encarnação usou a suas funções de presidente da Câmara para condicionar o jogo partidário no interior do seu partido, retirando o cargo de vice-presidente ao vereador Pina Prata só porque este se candidatou a umas eleições internas e nunca esclareceu os munícipes das razões objectivas que levavam a essa tomada de posição.
Aliás, posteriormente, teve um comportamento contrário, numa situação idêntica, mostrando-se alguém que usa o poder e se move por puro capricho político.
Nunca esclareceu as acusações de compadrio e de despesismo que tantas vezes lhe foram feitas e devia-o ter feito porque os dinheiros usados são públicos e os cidadãos têm o direito de saber quais os critérios do seu uso e as consequências para a sua vida colectiva desse uso.
Questões essenciais para Coimbra foram por si negociadas sem um cabal esclarecimento público, lembre-se a questão da Penitenciária em que subscreve um acordo com a Ministra da Justiça gravemente lesivo para a cidade sem qualquer esclarecimento prévio.
Verdadeiramente, na gestão mediática da sua política e da sua imagem, o Dr. Carlos
Encarnação foi ao longo destes sete anos o mestre do silêncio quando devia ter sido o
presidente da tal cidade inteligente que agora defende, em que a Câmara e os seus órgãos devem ser transparentes e interagir com os munícipes.
Agora, quando devia cultivar o prudente silêncio, honrando o seu currículo e o seu cargo público, com a postura sóbria de alguém que nada teme e que serenamente exporá
no sítio próprio as suas razões, resolveu vir junto dos cidadãos dar esclarecimentos.
Fê-lo esquecendo que “este esclarecimento” do arguido Carlos Encarnação não tem qualquer valor e que não pode deixar de ser visto como uma iniciativa tendente a condicionar a Justiça.
Por outro lado só vem valorizar os seus múltiplos silêncios e evidenciar um bem patente medo político e eleitoral, para além de criar um precedente que leva a perguntar se qualquer outro autarca em idêntica situação não poderá utilizar os mesmos meios.
Esta é a novidade política desta Primavera que vai marcar alguns dos tempos que aí vêm."
Coimbra, 13 de Abril de 09
João Silva
NOVIDADE POLÍTICA
"Nos últimos dias tivemos uma verdadeira novidade política: o “Esclarecimento” do Dr.
Carlos Encarnação, no site da Câmara, sobre o processo que levou à sua constituição como arguido.
É uma novidade porque durante, praticamente, oito anos o Dr. Carlos Encarnação tem persistentemente fugido a esclarecer muita coisa que seria politicamente importante conhecer.
Fê-lo, agora, perante uma questão que está (?!) em segredo de justiça e que terá de esclarecer, isso sim, no âmbito judicial e não através de comunicações públicas utilizando como suporte o site institucional da Câmara.
Nunca até hoje, O Dr. Carlos Encarnação, esclareceu, verdadeiramente, decisões políticas de retirada de confiança a vereadores seus companheiros de partido, ou deu público conhecimento sobre controversas decisões de gestão autárquica.
Nunca esclareceu o que verdadeiramente aconteceu durante os três anos em que teve como director municipal para o urbanismo o presidente da Académica e que levou a que este fosse acusado judicialmente de crimes de corrupção. E, neste caso, tinha a estrita obrigação de ter esclarecido, dado que o referido directo municipal foi por si escolhido e nomeado, e exerceu poderes por si delegados.
O Dr. Carlos Encarnação foi e é o responsável político pelo que vier a ser decidido judicialmente neste caso e foi e é o responsável por nunca ter feito uma averiguação total e completa a esse período de três anos deixando os munícipes com legitimas dúvidas e com a legitima certeza de que ele nunca devia ter permitido, quanto mais criado, aquela situação.
Nunca esclareceu, bem pelo contrário, manteve um absoluto mutismo perante graves acusações, até de carácter, que lhe foram feitas pelo vereador e ex-vice-presidente Engenheiro Pina Prata e devia-o ter feito porque os cidadãos de Coimbra não merecem que o presidente da sua Câmara não seja respeitado nem tido como um homem de bem.
Mas não, num frio calculismo político, defendeu-se calando-se, esquecendo-se que há acusações cuja gravidade nunca permitem o silêncio, a não ser que sejam pelo próprio tidas como verdadeiras.
O Dr. Carlos Encarnação usou a suas funções de presidente da Câmara para condicionar o jogo partidário no interior do seu partido, retirando o cargo de vice-presidente ao vereador Pina Prata só porque este se candidatou a umas eleições internas e nunca esclareceu os munícipes das razões objectivas que levavam a essa tomada de posição.
Aliás, posteriormente, teve um comportamento contrário, numa situação idêntica, mostrando-se alguém que usa o poder e se move por puro capricho político.
Nunca esclareceu as acusações de compadrio e de despesismo que tantas vezes lhe foram feitas e devia-o ter feito porque os dinheiros usados são públicos e os cidadãos têm o direito de saber quais os critérios do seu uso e as consequências para a sua vida colectiva desse uso.
Questões essenciais para Coimbra foram por si negociadas sem um cabal esclarecimento público, lembre-se a questão da Penitenciária em que subscreve um acordo com a Ministra da Justiça gravemente lesivo para a cidade sem qualquer esclarecimento prévio.
Verdadeiramente, na gestão mediática da sua política e da sua imagem, o Dr. Carlos
Encarnação foi ao longo destes sete anos o mestre do silêncio quando devia ter sido o
presidente da tal cidade inteligente que agora defende, em que a Câmara e os seus órgãos devem ser transparentes e interagir com os munícipes.
Agora, quando devia cultivar o prudente silêncio, honrando o seu currículo e o seu cargo público, com a postura sóbria de alguém que nada teme e que serenamente exporá
no sítio próprio as suas razões, resolveu vir junto dos cidadãos dar esclarecimentos.
Fê-lo esquecendo que “este esclarecimento” do arguido Carlos Encarnação não tem qualquer valor e que não pode deixar de ser visto como uma iniciativa tendente a condicionar a Justiça.
Por outro lado só vem valorizar os seus múltiplos silêncios e evidenciar um bem patente medo político e eleitoral, para além de criar um precedente que leva a perguntar se qualquer outro autarca em idêntica situação não poderá utilizar os mesmos meios.
Esta é a novidade política desta Primavera que vai marcar alguns dos tempos que aí vêm."
Coimbra, 13 de Abril de 09
João Silva
Comentários
Saíram as listas e, para espanto de todos, plof!Como dizia Cervantes:
"Contra quem cala não há castigo nem resposta..."