Bom jantar. Feliz 2012
Caros leitores:
Chegados ao fim de 2011 é mister apresentar os votos canónicos de Boas Festas e desejar um Ano Novo feliz.
Claro que o desejo existe mas é preciso demasiada ingenuidade para acreditar na sua transformação em realidade.
Em Portugal os deuses ensandeceram. Com a nossa ajuda, é certo. O desânimo e o desemprego grassam na paróquia e Passos Coelho e os seus ministros desgraçam Portugal.
A RTP está ameaçada de assassinato por um ministro, discípulo daquele general espanhol que, quando ouvia falar de cultura, puxava logo da pistola. A Justiça fenece e os direitos dos trabalhadores encontram-se à mercê de quem ama o patronato e só não mudou ainda a data ao 25 de Abril porque começou a vingança pelo 5 de Outubro.
Dois meses de subsídios serão confiscados aos funcionários públicos e pensionistas enquanto os períodos de trabalho aumentam, as remunerações diminuem, os impostos sobem e o desemprego dispara.
Sobre a Pátria estamos conversados. Valham-nos os versos de O’Neill:
Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo
golpe até ao osso, fome sem entretém
....
meu remorso
meu remorso de todos nós...
Pudéssemos, ao menos, congratular-nos com o que acontece lá fora.
Caros amigos, para não agravar mais a depressão em que a Pátria jaz limito-me a confortar-vos com a promoção do fado a património imaterial da Humanidade enquanto o nosso património material se vende ao desbarato. É o nosso fado.
Bom jantar de passagem de ano. Vale mais um bom jantar do que todos os jejuns.
Um abraço.
31-12-2011
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