O perigo dos monoteísmos
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| Jeannette Bougrab |
Comentário: Podia dizer o mesmo dos outros monoteísmos. Bastava-lhe ler o Deuteronómio ou o Levítico.
Comentário: Podia dizer o mesmo dos outros monoteísmos. Bastava-lhe ler o Deuteronómio ou o Levítico.
CELEBREMOS (embora com um dia de atraso) O DIA DO BEIJO
Comentários
O primeiro pré-juízo é a ideia que se tem que a Sharia se reduz a uma perspectiva medieval de um direito penal taliónico. O segundo pré-juízo na ideia segundo a qual a Sharia é uma interpretação literal do Corão feita por teocratas fanáticos. E o terceiro que a Sharia é monolítica.
É óbvio que no vértice da pirâmide normativa há uma legitimação teocêntrica da Sharia (mas quantas Constituições por essa Europa fora em que há uma legitimação divina da própria constituição). De resto, a Sharia (nos seus aspectos menos mediáticos) em pouco difere da ciência jurídica ocidental, com a diferença do compasso temporal (algumas construções jurídicas complexas da Sharia do Séc. XIV só foram equacionadas pelos juristas europeus no Séc XIX, notando-se no entanto uma estagnação e decadência da Sharia a partir do Sec XIX e do acentuar do colonialismo europeu). Finalmente, a Sharia está longe de ser monolítica, existindo em todo o mundo islâmico milhares de juristas que nela laboram.
E talvez eu chocasse os leitores ao referir que em muitos aspectos, longe da atenção dos mídia, a Sharia é bastante libertária e avançada.
E não esquecer que muitos institutos jurídicos do ocidente provêm do direito islâmico, começando pelo exemplo tão simples do aval.