MERKEL: Hipocrisia política
Merkel elogia descida do défice em Portugal
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que Portugal “se pode basear num amplo consenso para prosseguir as necessárias medidas de reforma e consolidação”, considerando “muito encorajadoras” as previsões sobre o défice público português, que não deverá ultrapassar os 4,5% este ano. link
Angela Merkel produziu estas considerações no Parlamento alemão onde foi apresentar os resultados da última cimeira europeia.
É cada vez mais difícil à chancelerina apresentar a catadupa de cimeiras europeias que têm realizado sob a sua batuta (florida com o seu compère Sarkozy) como êxitos quando as labaredas já rondam a sua casa link, ou quando a imposição de “regras de ouro” (vivemos tempos da valorização deste metal) conduzem a fracturas no seio da União.
Restava exibir países capazes de cumprirem abnegadamente os ditakts com que regularmente presenteia alguns dos incautos dirigentes europeus.
Portugal, nessa instância, servia como um bom exemplo. Só que a Frau Merkel – certamente bem informada e rigorosa – sabe que o deficit orçamental de 2011 que Passos Coelho (um seu incondicional discípulo) vai apresentar em Bruxelas é, apesar da mais severa austeridade imposta aos portugueses, uma miragem.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que Portugal “se pode basear num amplo consenso para prosseguir as necessárias medidas de reforma e consolidação”, considerando “muito encorajadoras” as previsões sobre o défice público português, que não deverá ultrapassar os 4,5% este ano. link
Angela Merkel produziu estas considerações no Parlamento alemão onde foi apresentar os resultados da última cimeira europeia.
É cada vez mais difícil à chancelerina apresentar a catadupa de cimeiras europeias que têm realizado sob a sua batuta (florida com o seu compère Sarkozy) como êxitos quando as labaredas já rondam a sua casa link, ou quando a imposição de “regras de ouro” (vivemos tempos da valorização deste metal) conduzem a fracturas no seio da União.
Restava exibir países capazes de cumprirem abnegadamente os ditakts com que regularmente presenteia alguns dos incautos dirigentes europeus.
Portugal, nessa instância, servia como um bom exemplo. Só que a Frau Merkel – certamente bem informada e rigorosa – sabe que o deficit orçamental de 2011 que Passos Coelho (um seu incondicional discípulo) vai apresentar em Bruxelas é, apesar da mais severa austeridade imposta aos portugueses, uma miragem.
O deficit real andará à volta dos 8% (muito longe dos objectivos assumidos no Memorando de Entendimento). Na verdade, Portugal não precisa de elogios deste teor no sentido de justificar mais do mesmo.
Seria, mais verdadeiro (e elogioso para os portugueses) que a chefe do governo alemão tivesse a ousadia de analisar rigorosamente os resultados orçamentais e admitir que a receita imposta a Portugal é irrealista e impossível de cumprir nos calendários previstos.
Mas a hipocrisia política não a deixou ser verdadeira, nem clarividente. Angela Merkel continua a representar um papel – quer na Alemanha, quer na Europa - que não é inteligível (fiquemos por aqui).
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