Um frágil equilíbrio tunisino...
Moncef Marzouki, médico, fundador e dirigente do partido Congresso pela República (um agrupamento político da esquerda nacionalista e laica), antigo dirigente da Liga Tunisina dos Direitos Humanos, um opositor histórico do regime ditatorial de Ben Ali, foi eleito, ontem, presidente da República, pela recentemente empossada Assembleia Constituinte. link
O Partido de Marzouki foi o 2º. mais votado nas recentes eleições. A eleição de Marzouki como presidente da República faz parte de um acordo de partilha de poder com o partido islamita (o vencedor das eleições). Marzouki, deverá nomear o dirigente do partido Ennahda, Hamadi Jebali, como primeiro-ministro.
Jebali que alguns referenciam como um islamita moderado, outros como um defensor do “califado” (com todas as conotações inerentes), deterá nas suas mãos grande parte do poder nesta fase de transição.
Para já, foi estabelecido um frágil e efémero equilíbrio de poderes na Tunísia da era pós Ben Ali. Só a nova constituição a elaborar definirá e caracterizará o futuro regime emanado da "Revolução Jasmim".
O Partido de Marzouki foi o 2º. mais votado nas recentes eleições. A eleição de Marzouki como presidente da República faz parte de um acordo de partilha de poder com o partido islamita (o vencedor das eleições). Marzouki, deverá nomear o dirigente do partido Ennahda, Hamadi Jebali, como primeiro-ministro.
Jebali que alguns referenciam como um islamita moderado, outros como um defensor do “califado” (com todas as conotações inerentes), deterá nas suas mãos grande parte do poder nesta fase de transição.
Para já, foi estabelecido um frágil e efémero equilíbrio de poderes na Tunísia da era pós Ben Ali. Só a nova constituição a elaborar definirá e caracterizará o futuro regime emanado da "Revolução Jasmim".
Comentários
Bem gostava de poder compartilhar o teu optimismo mas a fé não é um acto da vontade.
A razão porque denominei estes primeiros passos no sentido da busca de um equilíbrio de poderes de frágil é porque pode muito tratar-se de uma operação cosmética.
Hamadi Jebali, figura de proa do islâmico Ennahda, durante as negocições sobre a partilha de poderes na sequência das eleições proferiu uma enigmática referência ao dizer que “a Tunísia estava no caminho de se tornar um ‘sexto califado’”. link.
O “sexto califado” reporta-se - na história do islamismo - à dinastia fatímida mais concretamente a Al-Hakim que ficou conhecido pela sua intolerância religiosa (fundamentalismo), que abarcava inclusive os muçulmanos sunitas. Esta “inconfidência” de Jebali não deixa de ser preocupante sabendo-se que em breve ocupará o cargo de 1º. Ministro do Governo da Tunísia.