Assim vai o meu país…
O Chefe de Estado Maior da Armada aparece na comunicação social a pronunciar-se sobre um assassinato cometido por simples marinheiros, quiçá para manter os holofotes para outros voos, num vedetismo inédito nas FA.
O PR, com larga experiência em fugas de informação, finge-se
ressentido pela fuga da composição do novo Governo, amua e cancela a inútil e
protocolar audiência em que o PM lhe anunciaria formalmente a composição.
Os jornais relatam que o PR não aceitou na Defesa o ministro
a quem tinha pregado a partida de não aceitar a exoneração do referido chefe
militar, adrede combinada com ele e com o PM, como se a composição do Governo
fosse da sua competência.
O PR, depois de ter perdido as eleições no PSD com o seu protegido
Rangel contra Rui Rio, as eleições legislativas com a maioria absoluta do PS, e
de ter sofrido uma crise de bílis com a humilhação do PSD, que perdeu o
deputado do círculo da Europa, entrou na guerrilha contra o Governo ainda antes
de lhe dar posse.
Mais tarde ou mais cedo alguém terá de lembrar ao PR que as
traquinices de Marcelo são incompatíveis com o cargo de PR e que o Governo e a
AR têm competências que lhe cabe respeitar. Não são apenas os Tribunais que
exigem, e bem, o respeito pela sua independência.
Sem funções executivas, com os media a reverenciá-lo e
Marques Mendes como seu alter ego, pode dedicar-se à intriga, mas é perigoso
para o País que desista da dignidade do cargo para se dedicar à luta
partidária.
Os tempos são difíceis e o inquilino de Belém pode continuar
a mostrar Carlos Moedas ao País e a promover o almirante que fez excelente trabalho
na campanha de vacinação, mas não pode ignorar o mal que pode fazer nem os resultados
das últimas eleições legislativas.
Comentários
Parece haver da sua parte preconceito contra o Almirante CEMA,
já quando foi dada ordem para reter os fuzileiros que participaram
na refrega junto ao bar, criticou-o por este os ter mandado reter
e, bem! Agora pela sua mensagem para às tropas vê uma qualquer in-
tenção escondida ???
No meu modesto entender, ambas as atitudes estão corretas pois,os
fuzileiros já estão em prisão preventiva e, o que se vem sabendo
sobre o ocorrido deve indignar qualquer cidadão e, como disse o
Almirante não se bate em quem está no chão o que, não significa
valentia mas, sim cobardia!!!
Fui militar durante 4 anos e 4 dias, incluindo 26 meses em zona de guerra, mas não conheço com exatidão as competências de cada escalão de comando depois do 25 de Abril.
Acontece que o crime de assassínio de um guarda da PSP, alegadamente cometido por marinheiros, à saída de uma discoteca onde marinheiros e polícias se encontravam como clientes não é um crime militar e, ainda que o fosse, o julgamento cabe aos Tribunais. Os Tribunais militares foram extintos.
Finalmente, nunca seria um Chefe de Estado Maior a pronunciar-se ou a punir marinheiros sem que hierarquicamente lhe chegasse para agravar a pena.
Penso que as declarações do CEMA são puro espetáculo mediático para satisfazer ambições políticas. É este o meu entendimento. Aliás, já fez três declarações públicas, incluindo uma mensagem para ter eco na comunicação social.