25 de Abril, Sempre!
Amanhã é dia de comemorar a data maior da liberdade num país de quase nove séculos de História.
Daqui a oito horas começa a noite da primeira madrugada em que a liberdade veio na ponta das espingardas embrulhada em cravos vermelhos, com balas por disparar e sonhos para cumprir. Há 49 anos.
Nunca tantos deveram tanto a um exército que deixou de ser o instrumento da repressão da ditadura, para se transformar no veículo da liberdade que os capitães conduziram.
Foi a mais bela página da nossa História e o dia mais feliz da minha vida. Abriram-se, por magia, as prisões, neutralizou-se a polícia política, acabou a censura e não mais se ouviram os gritos dos torturados nas masmorras da Pide.
Há 49 anos, daqui a poucas horas, ainda os coronéis e os padres censores empunhavam o lápis azul da censura já sem efeito nas palavras e imagens cortadas. O dia 25 de Abril nasceria límpido e promissor com a guerra para acabar e a promiscuidade entre o Estado e a Igreja a ser interrompida.
Os exilados e os degredados viriam juntar-se aos que saíam das prisões. O fascismo era já um cadáver que sobrevivia com a mais dura das repressões. A Pátria não era o país de um povo, era o lúgubre reduto de onde os fascistas oprimiam o próprio povo e as pátrias de outros.
Amanhã é dia de ouvir canções, de sair à rua e de gritar, «fascismo nunca mais!»
O Povo Unido Jamais Será Vencido! Viva o MFA! Viva o 25 de Abril, que aí vem na idade madura dos seus 49 anos.
Para os heróis desse dia, de todos os dias e de sempre, para os que ainda vivem, não há cravos que cheguem para agradecer a vida que cumpriram num só dia.
Obrigado, capitães de Abril! Amanhã, como então, as lágrimas são de alegria contida, e é forte e comovido o abraço que aqui deixo a todos os que amanhã lembrarei.
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