André Ventura em Madrid
Depois de ver e ouvir Paulo Rangel, em Madrid, no comício do PP da campanha para as últimas eleições legislativas, julguei que nenhum outro português descesse ali tão baixo nos ataques ao primeiro-ministro de Espanha.
Mas faltava ver André Ventura num comício do VOX onde
Charlie Kirk, célebre ativista da extrema-direita recentemente assassinado nos
EUA, foi considerado o exemplo para a direita extremista que o VOX e o Chega
representam.
André Ventura, o pequeno führer lusitano procura ser um
avatar do Adolfo Hitler e tem nos gestos e nas palavras o mesmo ódio, desejo de
vingança e desvario a que só a falta de um poderoso exército atenua o perigo.
Elogiou a “caçada a imigrantes”, em Espanha, com o mesmo entusiasmo com que
Hitler promoveu a caçada a judeus, na Alemanha.
Congratulou-se com a perseguição violenta aos imigrantes e
não hesitou em agradecer essa violência, neste verão, em Múrcia. Indiferente ao
crime de ódio, gritou: “Por isso quero dizer-vos, aqui em Espanha, sabendo que
a imprensa está aqui e a imprensa portuguesa também, que o que fizeram em
Múrcia dá-me um orgulho tremendo como europeu. Um orgulho tremendo como
europeu”, repetiu, e terminou a gritar “obrigado pelo que fizeram”, aplaudido
de pé pela horda fascista presente.
Com estas declarações, André Ventura tornou-se uma vedeta na
convenção Europa Viva 2025, em Madrid, o encontro dos Patriotas pela Europa,
que junta partidos da extrema-direita europeia e já é o terceiro maior grupo no
Parlamento Europeu.
“Não nos metem medo”, “Temos de entregar Pedro Sanchéz à
cadeia”. Foi mais longe do que Paulo Rangel e não teve um mandado judicial,
para que o escoltasse à fronteira, de um Tribunal que não admitisse insultos de
um estrangeiro ao PM do seu País!
E não previa o energúmeno Ventura que no dia seguinte
manifestasse “admiração por um povo [o seu] que se mobiliza por causas justas,
como a da Palestina”, referindo-se aos gigantescos protestos pró-palestinianos
que obrigaram ao cancelamento da última etapa da Volta a Espanha, em Madrid.
Sanchéz é o único PM da UE que não cede às exigências de
Trump para gastos de 5% com as Forças Armadas e que exige contra Israel as
medidas usadas contra a Rússia.
Só a covardia impede a exclusão de atletas israelitas quando
os russos estão banidos de todos as competições na UE. Pedro Sanchéz será mesmo
o único líder europeu capaz de cumprir a ordem de prisão do TPI, quer para Netanyahu,
quer para Putin.
É esta a diferença entre Sanchéz e os Venturas deste mundo,
entre o Homem e o verme, entre um estadista e um arruaceiro.
Apostila – Discordo da exclusão de atletas, músicos ou artistas de um qualquer país em função do regime que nele vigore, mas revejo-me na posição de Pedro Sanchéz que não aceita a duplicidade dos seus homólogos, que delapidam o respeito que as democracias merecem.

Comentários
Mais de 1 milhão de adultos portugueses ainda acreditam no Pai Natal.
São os sintomas de uma antiga doença em Portugal - o Dom Sebastianismo. O outro está para regressar do norte de África numa manhã de nevoeiro montado num corsel branco. Este veio do PSD e apeado.
O amigo dele na Argentina está metido numa caldeirada de corrupção e segundo as sondagens sairá derrotado nas próximas eleições.
O populismo é parecido com o comunismo - enorme máquina de produzir mentiras dirigidas ao maior número possível de otarios.
O coiso é um espertalhão, mas aos olhos deste povo é um homem muito inteligente.
Quando o intelecto é curto qualquer asno passa por génio.