O bispo de Coimbra e os crucifixos
Não há anti-clericalismo sem clericalismo.
A presença de crucifixos em escolas públicas, além de ilegal, é uma exigência injusta e gratuita ao Estado laico. O Governo não defendeu, como devia, a liberdade religiosa quando assinou a Concordata - um instrumento ao serviço da Igreja católica -, mas não cedeu escolas para exibição de símbolos religiosos de nenhuma religião.
A Concordata não derroga a Constituição embora favoreça a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) face às outras religiões, conferindo-lhe benefícios especiais.
À ICAR não basta ser privilegiada, pretende a omnipresença. São hábitos que herdou do passado, onde o ensino religioso era obrigatório e o acesso a algumas profissões (ensino primário e enfermagem, v.g.) era, na prática, vedado aos não católicos.
À tolerância e pluralismo responde com proselitismo. Não lhe bastam os privilégios, deseja a exclusividade e ameaça a legalidade acirrando os fiéis.
«Dar a César o que é de César» é uma norma que a ICAR só aplica nos países onde é minoritária.
O Estado tem de ser laico para respeitar igualmente todos os cidadãos, seja qual for a crença, ou a sua ausência, e poder exigir-lhes respeito. Ao conceder privilégios à ICAR, que não pode dar a outras religiões, arrisca-se a capitular perante o fascismo islâmico se os mullahs começarem a pregar o ódio a partir das mesquitas.
Do mesmo modo que o Estado renuncia a colocar a Bandeira, o busto da República ou a foto do Presidente nos templos, também as Igrejas devem abster-se de colocar os seus símbolos nos edifícios públicos.
É uma forma de separar as águas, conter o proselitismo e evitar guerras religiosas.
Comentários
Então fizeram e pagaram um projecto a dizer que na Quinta das Sete Fontes - repito, Quinta das Sete Fontes - não há água?!...
E ainda pagaram a uma empresa para fazer a revisão do projecto!
Se calhar fizeram o projecto na altura da seca...
Estes "engenhocas" são uns verdadeiros artistas.
Que ao menos saibam agora como aproveitar essa água, que bem pode ser o nosso petróleo no futuro.
Está bem visto. Mas, ao que parece, há escolas que nem a bandeira têm.
Quanto à fotografia do Presidente, não sei se será boa ideia.
Tem o espaço dos leitores para verter a sua prosa quando quiser escrever fora do contexto do artigo em apreço.
Ou pensa que escreveu algo a respeito do «bispo de Coimbra e os crucifixos»?
INFORMAÇÃO: nas escolas construídas nos últimos (10? 20?) anos já não há crucifixos.
Mas se formos por este caminho, temos de começar a deitar abaixo estátuas e outros símbolos de maçons, que estão em tudo quanto é sítio.
Vamos começar por derrubar a do mata-frades, na Portagem, que nem sequer tem valor artístico?
É um primeiro passo.
E nas "outras igrejas"?