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A mostrar mensagens de março, 2013

O feitiço virou-se contra a ‘feiticeira’

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Angela Merkel ‘ cavou ’ (tentou aprofundar) um perigoso fosso entre os povos europeus, nomeadamente, quando apareceu na ribalta a condenar e a exorcizar atitudes perdulárias e despesistas dos insolentes povos do Sul (da Europa). Não quis compreender as assimetrias de desenvolvimento (uma palavra banida do discurso político) ditadas por questões políticas estratégicas e fiscais e, concomitantemente, não conseguiu valorizar os custos de uma ampla integração europeia (antes perverteu-os). Para a chanceler alemã, a coesão no espaço europeu tornou-se um conceito espúrio que – em última análise - não significa mais do que a eventual extorsão do contribuinte alemão. Esta a dimensão e a escolha política dominante em Berlim. Certo, que a difícil situação vivida na Europa, com especial relevo na Zona Euro, deve-se a erros políticos regionais e/ou nacionais, que se arrastaram por muito tempo, e tiveram reflexos na sustentabilidade dos Estados. Tiveram origem em descontrolos orçamentais

Notas soltas: março/2013

Vaticano – O mês começou com um papa emérito, privado da tiara, do camauro, batina do pescador, sapatinhos vermelhos e anel. Conservou a santidade e o pseudónimo de Bento XVI, mas perdeu a infalibilidade e o alvará para criar santos e cardeais. Manifestação – Quando mais de 1 milhão de portugueses sai à rua para contestar a política, perante o desprezo dos governantes e o silêncio do PR, cresce a raiva e o asco de quem sofre o desemprego, a miséria e o desespero. Oposição – O sectarismo é doença senil de detentores da verdade única, unidos pela graça de uma qualquer vulgata, impedindo a unidade política da luta contra o rumo deplorável que nos arrasta para o abismo. Venezuela – Há quem não apreciasse o estilo de Hugo Chávez, que ganhou as eleições de forma limpa, amava e era amado pelo seu povo. Combateu o analfabetismo e a fome. Deixou um rasto de luto em todo o continente americano, a sul dos EUA. PR – Cavaco publicou o Roteiro VII, exótico nome da publicação a

Associando-me à alegria dos crentes...

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Sua Santidade em oração acrobática

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Imagem de «El País»

O catlolicismo de madeira, pregos e martelo

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Foto de El País Para preservar o equilíbrio mental fujo da televisão como Maomé do toucinho. Limito-me, com exceção de alguns canais temáticos, a ver notícias e em dose homeopáticas. Distraído, vi, nesta sexta-feira pascal, um programa pornográfico, algures nas Filipinas, onde uma dezena de jovens se fez crucificar num ato obsceno de masoquismo místico. Sei, da psicologia, até onde podem levar as patologias e não entendo como o Vaticano não repudia o carácter bárbaro da exibição e aceita a tortura numa orgia de fé. A superstição e os costumes estão na base da perpetuação das crenças. Uma tomada de posição, hostil à selvajaria perpetrada pelos constrangimentos sociais e clericais, pode conduzir ao desprezo da religião e ao desprestígio do catolicismo. O furor que exalta a fé e exulta os crentes é um anacronismo selvagem que os bispos não reprimem e de que as multidões não prescindem. Quando julgávamos que a humanidade tinha proscrito os sacrifícios rituais, eles teimam em

CHIPRE e Zona Euro: uma relação em avaliação …

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O presidente cipriota  sentiu a necessidade de garantir, numa conferência anual de trabalhadores que decorreu na capital Nicósia, que "o país não vai abandonar a Zona Euro depois do plano de resgate internacional destinado a evitar a falência e que implica uma reestruturação profunda do sistema bancário”. link O que significa esta declaração? Pelo menos que o assunto já foi equacionado. E mais: as impressões de agora poderão não ser a realidades de amanhã. ‘Resgatada’(?) a banca segue-se o problema económico daí decorrente que – como foi repetidamente mencionado – é extremamente dependente da saúde do sistema financeiro (bancário). Uma certeza: o sistema bancário cipriota, tal como funcionou nos últimos 30 anos, poderá não acabar na insolvência pura e simples, mas esboroou-se. Começa então a tornar-se nítido que, neste contexto, a permanência na Zona Euro só poderá acarretar problemas no ‘ ajustamento ’ da trajectória económica às novas condições. Não é conhecido

O PR e o Faceboock

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O PR viajou hoje até ao faceboock onde debitou esta pérola: «Não é através de uma retórica inflamada e vazia de conteúdo que se defende o interesse nacional». E mais não disse. Quanto à gravíssima acusação das escutas, aos costumes disse nada. Embriagado pela tomada de posse para o segundo mandato, quiçá convencido de que só podia ter sido milagre, o incendiário de 9 de março de 2011, com um discurso de ódio e ressentimento, é hoje o náufrago a quem ninguém lança a boia que o salve do naufrágio onde perece a honra e se apaga a dignidade com que os portugueses gostariam de o ver terminar o mandato.

O Governo, a coligação e o CDS

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O Governo não é um cadáver adiado, é um elenco em adiantado estado de putrefação à espera de uma aragem que nos liberte do odor e da náusea que exala na lenta agonia. A situação internacional é difícil para quem tem preparação e capacidade, mas torna-se insuportável para quem faz da governação uma leve ideia, tem ódio à Constituição e não encontra na coligação o cimento que exceda a capacidade de aglutinação da saliva. Com um governo assim pouco importa que o vento corra ou não corra de feição, porque não ajuda quem não sabe para onde vai nem conhece o caminho que é preciso percorrer. O primeiro-ministro limita-se a chantagear o tribunal Constitucional e o líder do CDS a defender os interesses do seu partido para disputar as eleições autárquicas. Já não existe coligação, se alguma vez existiu, com Portas a mandar os homens de mão a exigir uma remodelação dos ministros do PSD e este a engolir em seco a afronta que não pode esconder. O casamento de conveniência é mera união de

José Sócrates: a entrevista, as obscuridades do resgate e as responsabilidades…

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A entrevista de José Sócrates , ontem, na RTP 1, girou à volta de ‘ narrativas ’. Que tem sido feitas, que devem ser (re)feitas e que malgré tout (ou après tout) ficaram por fazer. Este reaparecimento perante a opinião pública nacional foi (é) importante porque representou(a) uma ‘outra versão’, frequentemente desfocada pela 'narrativa oficial'. Deu para perceber que o ex-primeiro-ministro, durante os 2 anos de estudos em Paris andou a ler Roland Barthes . De facto, o entrevistado, esforçou-se por tentar encontrar - na acção passada - factores (princípios) de casualidade, nem sempre fáceis de explicar ou de demonstrar. Dentro da dissecção de uma realidade passada conseguiu envolver e destrinçar em personagens naquilo que é um denominador comum de todas as narrativas: a intriga . Neste terreno o alvo ‘ major ’ foi o Presidente da República liminarmente incluído – e ao arrepio da ‘narrativa oficiosa’ - naquilo a que podemos chamar o ‘ roteiro da conspiração ’

PASSOS COELHO, UM CASO DE POLÍCIA

O governo e seus apaniguados têm-nos habituado a sucessivos atropelos à lei e à própria Constituição. Designadamente, têm vindo a fazer intoleráveis pressões sobre o Tribunal Constitucional para que este não declare inconstitucionais as normas do Orçamento que foram submetidas à sua apreciação.  Mas desta vez Passos Coelho foi manifestamente longe demais.Com efeito, declarou ontem publicamente esta coisa espantosa: “O Tribunal Constitucional tem de ter responsabilidade nas decisões que toma e no impacto que estas decisões vão ter para o País”.  Tal declaração afronta grosseiramente a norma do n.º 2 do artigo 216 da Constituição, segundo a qual “os juízes não podem ser responsabilizados pelas suas decisões, salvas as exceções consignadas na lei”. O primeiro ministro incorreu assim em grave responsabilidade política. A meu ver, devia ser imediatamente demitido por indecente e má figura.  Resta porém saber se não incorreu também em responsabilidade criminal. Com efeito, a lei n.º

Humor

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Intolerável…

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Numa conferência de Imprensa e perante um governante estrangeiro (Fredrik Reinfeldt primeiro-ministro da Suécia) Passos Coelho emitiu sobre o Tribunal Constitucional uma intolerável e leviana consideração que fere a [constitucional] separação de poderes, escarnece do conceito de jurisprudência e, politicamente, roça a chantagem . Disse: “ O Tribunal Constitucional tem de ter responsabilidade nas decisões que toma e no impacto que estas decisões vão ter para o País ”. link

O Chipre, a União Europeia e o euro

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Contrariando a diretiva comunitária que garante os depósitos bancários até 100 mil €€, os ministros das Finanças da UE assinaram a pilhagem de 6,75% para esse valor e de 9,9% para valores mais elevados. Depois, perante a insurreição parlamentar de Chipre,  resolveram taxar em 30% os depósitos superiores ao referido montante, julgando apagar o lume da lareira enquanto o fogo alastrou na floresta. Em Portugal, por mais pausada e convictamente que o ministro Gaspar garanta que os bancos estão sólidos, a liquidez evapora-se. Já todos sabem do que são capazes, antes de recuarem no saque, fosse qual fosse o montante. A lavandaria de capitais de origem criminosa, em que Chipre se converteu, existia antes da adesão à União Europeia. Os ministros das Finanças, quais virgens pudicas, fingiram ignorar o passado para defenderem interesses da agiotagem que servem. Não tributam os lucros e a riqueza, saqueiam de forma cega as poupanças, sem cuidarem da origem. O presidente do Eurogrupo, Jer

A entrevista de Sócrates e a RTP

A entrevista de Sócrates não ultrapassou o que se esperava dele. Dois jornalistas, um deles processado por Sócrates, quando era PM, não obtiveram as respostas que muitos esperavam mas permitiram as denúncias que Sócrates quis. O PR, corajoso nos ataques que lhe fez quando o viu em governo minoritário e quando o apanhou ausente e calado, tem agora oportunidade de deixar o faceboock e vir à RTP defender-se das gravíssimas acusações de carácter de que foi alvo. Sobretudo esclarecer o caso das escutas que pareceu ser um ato de alta traição. Seguro, tão ignorado por Sócrates como pelo País, tem de merecer a alternativa que os eleitores estão relutantes em conceder-lhe. O Correio da Manha não precisa de fazer o que quer que seja. Tem os leitores que merece. Mais uma voz na oposição a este Governo é necessária. Esperemos que os vários canais queiram também ouvir alguém do PCP, o partido mais ostracizado do espetro político. A tragédia vai continuar com a cabal incompetência, já dem

O PR e o remorso judaico-cristão

Durante a visita a uma fábrica da Gelpeixe, o P R, Cavaco Silva, defendeu hoje que «a retórica política e as intrigas entre os diferentes partidos nada acrescentam e não contribuem para o desenvolvimento do país». Saúda-se o arrependimento do discurso de vitória do 2.º mandato, em que o ódio e o ressentimento atingiram o apogeu, e a autocrítica do tenebroso caso das falsas escutas atribuídas a Sócrates.

Reflexão sobre questões de reciprocidade

Na vida como no amor o principal é a reciprocidade. A igualdade e a justiça dependem dela. A plurigamia repugna-se mas resigno-me se os homens e as mulheres tiverem o mesmo tratamento jurídico. O adultério é um ato de traição mas se a anuência for mútua não o estigmatizarei. Os deuses são falsos e as religiões fraudes organizadas mas se as mulheres e os homens tiverem direitos iguais tornam-se toleráveis e passam a meras multinacionais para venda e divulgação de orações. O direito de repúdio de uma mulher só é infame e infamante porque não é permitido à mulher o direito de repudiar o homem. Sem casamento não há divórcio mas, aceitando a legitimidade de um, tem de se aceitar o direito ao outro. Se os símbolos religiosos entram nos edifícios públicos o busto da República deve estar presente nas igrejas. Se as paredes das escolas têm crucifixos as capelas devem ter fotos do Presidente da República. Se a imagem da Senhora de Fátima viaja pelas paredes dos hospitais a primeira-da

A Presidência do Conselho de Ministros é o depósito geral de adidos.

Quando um espião perde a confiança dos que serviu e ameaça traficar a influência, à míngua de tribunais, o melhor é mantê-lo ao serviço. Foi assim que Silva Carvalho viu criada uma sinecura pessoal na dependência formal do PM, com vencimentos retroativos desde 1 de dezembro de 2010. Na impossibilidade de se exigir o cumprimento do segredo profissional, compra-se.

Perplexidade, no mínimo…

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Tomamos hoje conhecimento que o ex-director do Serviços de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho , que em 01 de Dezembro de 2010 pediu a sua exoneração para, ao que tudo indicia, ingressar nos quadros de uma empresa privada (Ongoing), foi integrado no quadro do pessoal da Presidência do Conselho de Ministros link , de acordo com uma Lei de 2007 (n. 4 do artigo 50. da Lei n. 9/2007, de 19 de Fevereiro link ) . Tal 'privilégio' dever-se-á ao permanente dever de sigilo a que são obrigados os funcionários dos serviços de segurança. Esta (re)integração tem efeitos a partir da data da exoneração. Algumas questões: 1.) Este cidadão (enquanto funcionário público) não está a ser investigado pelo MP exactamente por quebra do dever de sigilo (“caso das secretas”) link ? 2.) Durante pelo menos um ano (iniciou funções na Ongoing em 2 de Janeiro de 2011 e pediu a demissão em 26.01.2012) não existiu, durante esse período, sobreposição de funções (

Qualquer coisa de negro, de 'muito negro’

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O deputado Luís Montenegro tem sido – no Parlamento e na comunicação social – um incansável, prolixo e assanhado ‘ trauliteiro ’ ao serviço do PSD, na defesa deste Governo. Frequentemente, nas recorrentes intervenções em ‘ defesa da honra ’ de Passos Coelho , mais se assemelha a um ' capanga ' do que um político. Para o líder parlamentar do PSD o Governo é puro e imaculado sendo isento de quaisquer erros. Tudo o que já aconteceu - e o que poderá vir a acontecer - sofre sistematicamente de um ‘ pecado original ’: o Governo de José Sócrates! Confrontado recentemente com os clamores de uma remodelação governamental afirmou que Pedro Passos Coelho “ nunca fará mexidas no Governo em função do grau de contestação ” link … Trata-se de um chavão recorrente dos políticos para usar na praça pública: ‘ não decidir sob pressão ’. Este político que – como era de esperar no actual contexto – começa pela JSD de Espinho (94-96), daí transita pela autarquia (1997-2001), para

JÁ NÃO ERA SEM TEMPO !

  Estudantes ameaçam agir pela força caso Passos lhes dê nega A actual crise que o País atravessa e as consequências que a mesma tem no ensino levaram os estudantes do ensino superior a exigir ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, uma reunião com carácter de urgência. Os universitários avisam ainda, numa carta aberta, que se não obtiverem qualquer resposta por parte do Executivo ponderam recorrer a acções de força, escreve esta segunda-feira o Jornal de Notícias.  Treze associações de estudantes de todo o País reuniram-se e apresentaram, no domingo, uma carta aberta onde exigem ser recebidos pelo primeiro-ministro para discutir a actual situação do País e, em especial, do ensino. “Temos uma das propinas mais elevadas da Europa, um sistema de Acção Social Escolar obsoleto e ineficaz e a realidade do abandono escolar, do desemprego jovem e da emigração”, lê-se na carta.

O erro está no uso do singular

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Enviado por um leitor amigo

Falar de política acerca dos músicos do bando

Ao conjunto de fatos, com bandeiras nacionais na lapela e ministros e secretários de Estado dentro, chama-se Governo. Às decisões políticas chama-se reacionarismo e às financeiras provocação. O conjunto forma um bando, e não uma banda, porque o maestro não sabe o que é uma pauta e não distingue um sustenido de um bemol ou estes de um bequadro. Não acredito que este Governo tivesse sido escolhido pelo PSD. É fácil para o partido argumentar que foi obra dos adversários e difícil rebater tal argumentação. Até o CDS se dá ao luxo de fingir que é o rosto humano de tal gente.

CHIPRE: breve e sucinta resenha do desastre anunciado…

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Merkel e Anastasiades numa cimeira do PPE A República do Chipre , isto é, a parte sul da ilha reconhecida internacionalmente como um Estado e membro da UE desde 1 de Maio de 2004 (cimeira de Dublin), acabaria por integrar o Eurogrupo em 1 de Janeiro de 2008, completando um conturbado e violento ciclo histórico. Na altura da adesão o Chipre era apontado como um caso de sucesso a reboque de um crescimento económico ‘ sustentado ’, escondendo-se debaixo do tapete a alavanca deste êxito: o offshore (paraíso fiscal). Na realidade, o ‘ elogio ’ era endereçado à ‘ lavandaria mediterrânica da oligarquia russa ’ que se dedicava a uma abundante e lucrativa especulação: imobiliária e da dívida grega. Logo após a entrada de Chipre no Eurogrupo, em Fevereiro de 2008, foi eleito o presidente Dimitris Christófias , político de Esquerda, pertencente ao AKEL, o atípico partido comunista cipriota mas, na prática, um político tolerante com a ' economia de casino ' que aí se tinha i

O País revolta-se

A Grândola não é apenas uma canção que traz à memória a gesta heroica da resistência à ditadura e a senha da Revolução de Abril. É hoje o cordão sanitário que separa o povo do PR e do PM que fogem dos seus sustenidos e bemóis como ratos de um barco que se afunda.

Humor

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Enviada por Stefano Barbosa

Autópsia do momento político: vários ‘impasses’ em banho-maria…

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A maioria governamental tem por costume atribuir às oposições a autoria (e a responsabilidade) dos vários impasses que têm recheado a trajectória de resgate (do deficit orçamental e da dívida excessiva) a que Portugal foi submetido. A acreditar no que dizem nada de anormal se passa no interior da actual coligação de Direita. A reunião de ontem da comissão política do CDS veio levantar a ponta do véu link . Os comissionistas do CDS entretiveram-se a falar, os dirigentes a ouvir e todos a estudar cenários. É esta a conclusão possível a tirar das palavras dos responsáveis políticos proferidas no final da reunião. De facto, o CDS sendo um parceiro indispensável para a sobrevivência da actual coligação adiou o futuro deste governo para 15 de Abril link . Neste momento, no interior do CDS, procede-se aos inevitáveis e preliminares balanços. Entre o que será mais dramático: romper agora tentando demarcar-se do percurso do PSD ou, acabar demitido num cenário de catástrofe (incum

Imagem dos tempos que correm

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Vítor Gaspar: a última argolada…

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A 'crise de Chipre' já mereceu os mais diversos comentários da imprensa e de economistas. Não vale a pena prosseguir nas análises. Resta, cuidar dos 'salvados'. Interessa saber como essa crise pode reflectir-se em Portugal. Na verdade, ao desestabilizar todo o espaço europeu – fragilizando o pilar económico através da quebra de confiança nas instituições bancárias – veio agravar o risco de incumprimento dos países europeus em dificuldades - Grécia, Irlanda, Espanha e Itália - e, obviamente, de Portugal . De 6ª. feira passada até hoje (em 3 dias) esse risco terá subido 3 pontos percentuais (de 27,17 para 30,1% ) link e os reflexos nas ‘ celebradas ’ idas ao mercado não demorarão a fazer-se sentir. Isto é, o único trunfo que este Governo se esforça em exibir perante os portugueses, já que os outros itens de ‘ ajustamento ’ foram pura e simplesmente destroçados e esmagados (equilíbrio orçamental, dívida pública, espiral recessiva, taxa de desemprego, etc.), ter

Há 600 anos que não víamos um par de papas.

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O radicalismo neoliberal no seu esplendor…

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A comissão política nacional do PS decidiu apresentar uma moção de censura ao Governo para ‘ selar ’ uma anunciada ruptura com a actual coligação governativa. link Trata-se do epílogo de uma longa discordância (mais de 1 ano) à volta da interpretação e execução do Programa de Assistência Financeira a que o País está sujeito e que foi agravada com os resultados (conhecidos!) decorrentes do 7º. ‘exame’ regular da troika. O PS, desta vez, tomou medidas cautelares visando assegurar a gestão da agenda política e decidiu –  bem – não apresentar uma moção ad hoc , elaborada em cima do joelho. Acto político que - independentemente dos pressupostos e inevitáveis taticismos - suscitou ampla concordância de toda a Esquerda, facto que, como sabemos, não é comum em Portugal. Hoje assistimos estupefactos a uma violenta catilinária da deputada e vice-presidente do PSD – Teresa Leal Coelho – sobre este facto, mostrando à saciedade como a metodologia e a oportunidade para a apresentaçã

Os novos partidos e a choldra

Negar o direito de criar novos partidos é uma atitude reacionária de quem tem interesses a defender ou favores a pagar. A democracia é um decurso dialético que exige mudança, saltos qualitativos na forma de pensar, agir e resolver os problemas que surgem. Julgo errado que o Tribunal Constitucional dificulte o aparecimento de novos partidos e a possibilidade de novos atores entrarem na cena política. Os partidos, tal como os seres vivos , nascem, crescem e morrem. É da natureza das coisas que assim aconteça, salvo razões jurídicas que justifiquem uma decisão contrária. Curiosamente, assisto à euforia com que algumas personalidades que viveram à sombra dos atuais partidos, perdidas as sinecuras, se lançam em novas aventuras, à espera das oportunidades que um novo partido lhes possa oferecer. Com idealistas generosos, vogam, entre a utopia e o ressentimento, pulhas oportunistas. O barco da utopia leva marinheiros de águas doce e de águas turvas, marujos capazes de enfrentar a proce

TEIMOSIA PATOLÓGICA

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Como se não bastassem os gravíssimos problemas que afligem o País, agora o primeiro ministro Passos Coelho vem apresentando inquietantes sintomas de não estar no pleno gozo das suas – já de si diminutas – faculdades mentais. Está à frente do governo há quase dois anos, e nesse período a crise económica e financeira não fez senão agravar-se, em todos os aspetos: a economia está completamente destruída; o desemprego aumenta de dia para dia; jovens e menos jovens, cada vez em maior número, veem-se obrigados a emigrar para tentar ganhar o pão que em Portugal lhes é negado; as insolvências, de pessoas e de empresas, aumentam exponencialmente; a classe média empobrece, e os pobres caem na miséria. Apesar de todos estes sacrifícios – ou se calhar por causa deles – o governo não consegue atingir nenhuma das metas que se propôs: o défice não diminui significativamente; a despesa pública – ainda ontem isso foi noticiado – em vez de diminuir aumenta. A receita fiscal, apesar do “enorme au

Portugal, o PR e as alternativas ao Governo

Se, como é de presumir, o tribunal Constitucional, vetar o OE-2013, face à reincidência do atual Governo no desprezo pela CRP, torna-se inevitável  saber o que pensa o PR da situação, no improvável caso de pensar, e na obrigatoriedade de tomar uma decisão. Não se lhe exige a euforia com que convidou o Papa Francisco a visitar Portugal, em 13 de maio de 2017, a pretexto do centenário das alegadas aparições da vigem que saltitou nas azinheiras da Cova da Iria, anormalidade em que Sua Excelência crê, sem imaginar que, na data aprazada, já terá sido despejado de Belém, há mais de um ano. Exige-se-lhe, por imperativo constitucional, que informe os portugueses da situação do País e não das dificuldades económicas pessoais, do que pensa do governo e não do sorriso das vacas dos Açores, da decisão que vai tomar e não do seu estado de alma. Portugal passa por uma situação conturbada a que a turbulência financeira internacional não é alheia, bem como a astenia económica europeia e a migra

A RTP, Sócrates e as petições

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Não assino nem assinarei qualquer petição a favor ou contra a colaboração de Sócrates no canal público, tanto mais que a presença pro bono me retira o único argumento que teria se fosse exorbitante o pagamento. Há por aí um ódio larvar contra o ex-PM, que foi eleito duas vezes e julgado à terceira com uma derrota eleitoral. Há de ter certamente coisas interessantes a dizer e só não aceito que alguém seja obrigado a ouvi-lo. Costuma ser mimoseado com injúrias sem que alguma vez tivesse sequer sido arguido, quanto mais condenado por crimes que a opinião pública lhe atribui. Oiço dele coisas que nem do árbitro oiço ao domingo, no café do meu bairro, quando o Benfica perde. Santana Lopes, que nunca foi eleito para PM, mal fez as férias de nojo da passagem infeliz pelo Governo, passou a ser comentador e presença habitual nas televisões e – diga-se – é melhor comentador do que governante. Marcelo é um intriguista simpático e mentiroso, experiente e empático, mas ninguém lhe nega o d

COM QUEM ESTAMOS METIDOS...

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http://expresso.sapo.pt/justica-francesa-aperta-cerco-a-christine-lagarde-no-caso-tapie=f790579 Nota: por enquanto presume-se inocente

O Governo português no funeral de Chipre

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O Governo português no funeral de Chipre O Governo português, formado por um conjunto heterogéneo de indigentes intelectuais de parcas habilitações académicas, politicamente formatados nas escolas das juventudes partidárias e nas suas universidades de verão, com académicos reputados, sem a menor sensibilidade política, teria de produzir uma comissão liquidatária do que resta do País. Unidos por um ódio patológico a tudo o que cheire a herança do 25 de Abril, a direitos dos trabalhadores e a datas relacionadas com a liberdade, imbuídos de ódio cego a tudo o que cheire a socialismo ou onde o adjetivo social apareça, deitaram fora as promessas eleitorais do mais néscio governante desde a ditadura de Pimenta de Castro, empossado como primeiro-ministro, e apostaram fazer de Portugal um laboratório neoliberal, quiçá como exemplo para os outros países, «custe o que custar». O PR, culpado da sua chegada ao poder , talvez impelido pelo ódio ao líder do governo anterior , mantém muda cu

Pide - Factos e documentos

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Amável cedência de M. P. Maça

O Iraque e as lutas internas

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Na impossibilidade de levar a julgamento os quatro que, nas Lajes, traíram a verdade, o direito e a ética, para executarem o plano gizado previamente pela dupla Bush/Dick Cheney, o desprezo seria o lenitivo para a raiva e o nojo que sentimos, mas os efeitos colaterais não nos deixam em paz. A ditadura de Saddam, ao contrário das teocracias vizinhas, tinha um cristão ministro e um Estado laico. Judeus e cristãos suportavam a ditadura e não eram molestados pelas crenças. Agora são já residuais, e em vias de extinção, perante o totalitarismo islâmico. Destruído o país, após a matança que não poupou os próprios invasores, o Iraque virou campo de treino do terror islâmico e o Irão emergiu como potência regional e nuclear. Da promessa de democratização, usada para consumo da opinião pública, não mais se ouviu falar. Apareceu uma nova Constituição que assimilou o Islão que, como é sabido, estima equitativamente a democracia e o toucinho. O que se apresentou como ingerência humanitá

Não carece de tradução

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O clero e a luta política

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Quando o clero combateu a República já trazia da monarquia o vício reacionário de combater as ideias progressistas. Mas só na República inventou Fátima. Doc. gentilmente cedido por M. P. Maça

Duas mulheres, dois países

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Quando a lógica é uma batata… e as contradições gritantes.

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O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble , face à indignação europeia (e não só cipriota) perante o assalto aos depositantes nos bancos de Chipre, tentou justificar o injustificável. … link Em Dezembro de 2012 a UE, depois de muitos meses de negociações, criou o mecanismo único de supervisão bancária sob os auspícios do BCE. Este seria o primeiro passo para uma efectiva união bancária. Quando tomou estas decisões conhecia o ‘problema cipriota’. Aliás, por curiosa coincidência, o Chipre nessa mesma altura assumia [formalmente] a presidência rotativa da UE. A UE fechou-se em copas. Aparece agora este grande timoneiro das finanças europeia a pretender denunciar ‘ paraísos fiscais ’ no seio da UE. Tarde e a más horas. Não se trata de um problema específico das oligarquias financeiras. O Chipre parece ser um local de refúgio para essas ‘ máfias do dinheiro ’ mas, antes disso, é habitado por europeus. O ‘ assalto’ às contas bancárias não é cirúrgico, nem dirigido aos depó

Karl Marx, esquecido quando se torna obrigatório lembrá-lo

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Karl Marx foi o mais brilhante economista do século XIX e o mais influente do século XX. Menos de três meses depois da sua morte nasceu John Keynes. Sem eles, nem a história nem a prática da economia seriam as mesmas. São os dois grandes nomes do pensamento económico mundial. Passaram, há 5 dias, 130 anos sobre a morte de Karl Marx. Não vi um só jornal ou revista que assinalasse a efeméride. Marx nasceu em 5 de maio de 1818 e morreu em 14 de março de 1883. Nesse dia, Passos Coelho disse uma qualquer inanidade e Cavaco não saiu do Palácio de Belém e a comunicação social não pode escrever sobre tudo.

A união Europeia e o Chipre

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As decisões da União europeia, em questões financeiras, são tão idiotas que até Cavaco Silva é capaz de dizer coisas sensatas.

Bailout em Chipre: a factura lusa…

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Passadas as ondas de choque imediatas voltemos à questão do resgate do Chipre, do confisco das contas bancárias e tentemos equacionar previsíveis e imediatas consequências em Portugal. Este incompreensível e leviano procedimento constitui um pesado choque na globalidade da política financeira e fiscal europeia. Na verdade a UE vivia desde o final do Verão passado - quando Draghi ‘ ameaçou ’ intervir nos mercados secundários link  – um período de relativa e efémera acalmia que serviu, por exemplo, para Passos Coelho e Vítor Gaspar se vangloriarem de uma feliz ‘ ida aos mercados ’, em despudorada apropriação de um êxito que, na verdade, não lhes pertencia. A resolução do Ecofin deste último fim-de-semana deu cabo dos esforços do Banco Central quanto à estabilização da zona euro de uma maneira desvairada e abrupta. Se já tínhamos a noção que Mario Draghi, sozinho, não conseguiria ‘ salvar ’ o euro, a partir de agora temos a certeza de que os políticos europeus lhe passaram u

De repente, sinto medo

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De repente, sinto medo. Não por mim, que já estive 52 dias em coma profundo gozando as «delícias do nada», não pelos que já tiveram da vida o seu quinhão e, muito menos, pelos que se repoltrearam à solta na gamela do orçamento, mas pelos que vão herdar as dívidas que deixamos, sem a água, o ar e a energia que estafámos na orgia do consumo. Deixámos que a bomba demográfica explodisse, com 8 mil milhões de pessoas, quando o Planeta só consegue sustentar metade e sem as assimetrias que se consentiram. Quando a fome vitimava centenas de milhares de crianças, longe das nossas fronteiras, quando a malária e a sida dizimavam o continente a sul da Europa era-nos indiferente o seu destino e a angústia das mães que tinham de escolher os filhos mais robustos para as acompanharem à procura de água e de comida. Permitimos que o sistema financeiro se tornasse o deus do nosso futuro, tão insensível e perverso como aquele que os homens inventaram na Idade do Bronze. De repente, em Portugal, tr