BORGES VOLTA AO ATAQUE
Já tem sido dito e redito que a televisão, sendo um poderoso meio de comunicação de massas, desempenha um importantíssimo papel de informação, de instrução, e até de divulgação da cultura, mas, pela mesma razão, pode ser um perigoso instrumento de manipulação, de desmoralização e até de perversão dos espíritos; e que as direções dos diversos canais deveriam ser mais criteriosas na seleção do material que lançam para o ar, sobretudo no horário nobre, evitando imagens ou mensagens chocantes ou indecorosas.
Ontem, por exemplo, no noticiário das 20 horas, quando milhares de honestos pais e mães de família e inúmeras crianças estavam fixadas no pequeno écran, a RTP 1 projetou nada mais nada menos do que a sinistra figura do Borges, Cripto-ministro da Liquidação do Património, a dizer, em suma, que era indispensável baixar os salários dos trabalhadores para salvar o País.
Mas que País é esse, que só pode ser salvo sacrificando os trabalhadores? Será que os trabalhadores não fazem parte do País?
Para o Borges parece que não. O País do Borges são os Bancos, os milionários da lista da Forbes, os grandes capitalistas e ele próprio que, segundo João Marcelino, num artigo hoje publicado no Diário de Notícias [ link ], recebe uma avença de 300.000 euros para um grupo de trabalho por ele liderado que aconselha o governo em matéria de privatizações e ainda exerce funções no grupo privado “Jerónimo Martins”. Os trabalhadores são um estorvo, um custo de produção que torna a economia menos “competitiva”, uma cambada de parasitas que vivem à custa dos patrões.
Toda a gente sabe que quem provocou a crise económica e financeira foram justamente os Bancos e “os mercados”, isto é, os especuladores. Mas para o Borges os responsáveis são os trabalhadores.
Sou de opinião que quando a televisão emite imagens e declarações de personagens como o Borges, o Relvas, o Ulrich e quejandos devia no mínimo colocar a “bolinha vermelha” no canto superior do écran!
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